tag:blogger.com,1999:blog-77484317628333205742024-03-12T22:37:36.579-07:00Mundo LiberLÊhttp://www.blogger.com/profile/15044643032369954247noreply@blogger.comBlogger22125tag:blogger.com,1999:blog-7748431762833320574.post-47110368800731326572011-03-19T12:28:00.000-07:002011-03-19T12:29:02.579-07:00PROGRAMAÇÃO CINEMATOGRÁFICA DE PONTA GROSSA "SUPERA" AS EXPECTATIVAS<div style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;"><u>POR FÁBIO AUGUSTO STEYER</u></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;"></span></div><span style="font-size: large;"></span><br />
<div style="text-align: justify;">Nesta última semana, a Cinematográfica Araújo, empresa proprietária das quatro únicas salas de cinema de Ponta Grossa, conseguiu se superar: lançou dois dos principais concorrentes ao Oscar deste ano ("O Discurso do Rei" e "Cisne Negro") em apenas uma sessão diária (21h30min), deixando-os MENOS de uma semana em cartaz!!!</div><div style="text-align: justify;">Isso porque as cópias (que estavam em Londrina) só chegaram no sábado, quando normalmente as estréias ocorrem nas sextas-feiras.</div><div style="text-align: justify;">Poxa, ninguém está pedindo para lançarem os últimos Manoel de Oliveira ou Abbas Kiarostami, ou então os filmes das mostras paralelas de Cannes, Berlim, Veneza, etc. Isso seria comercialmente inviável em nossa cidade.</div><div style="text-align: justify;">Mas será que os filmes do Oscar, prêmio mais popular (e pop) do mundo do cinema, não mereciam melhor sorte e não teriam um apelo de público por aqui?</div><div style="text-align: justify;">UMA, apenas UMA sessão diária, e MENOS de uma semana em cartaz.</div><div style="text-align: justify;">Se é para lançar mal, melhor nem lançar. </div><div style="text-align: justify;">Óbvio que teria pouco público.</div><div style="text-align: justify;">Mas, pensando melhor...</div><div style="text-align: justify;">...Numa sociedade em que boa parte das pessoas está mais preocupada com o "paredão" do Big Brother do que com os recentes e graves acontecimentos do Japão, talvez seja melhor mesmo preencher os horários com coisas medonhas do tipo "Invasão do Mundo" ou "Vovó...Zona 3"!!!!</div><br />
<div style="text-align: justify;"><br />
</div>LÊhttp://www.blogger.com/profile/15044643032369954247noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7748431762833320574.post-61803316583302337602010-10-19T04:23:00.000-07:002010-10-19T04:23:08.875-07:00Na espera pelo iPad, editoras adaptam seus livros para lançamento do tablet no Brasil<div style="text-align: justify;">DO SITE UOL/TECNOLOGIA/19/10/2010</div><div style="text-align: justify;">A Apple lançou o iPad oficialmente em abril, nos Estados Unidos. Desde então, o tablet já foi comprado extraoficialmente por brasileiros, chegou a diversos países e recebeu autorização da Anatel para ser vendido no Brasil – ainda assim, nada de sua comercialização ter início por aqui. Enquanto aguardam o lançamento, as editoras trabalham para disponibilizar aos consumidores versões compatíveis com o iPad de seus livros existentes no formato tradicional. Nos Estados Unidos, essa alternativa mostrou-se válida: os e-books já superaram os livros de capa dura na gigante Amazon.com. </div><div style="text-align: justify;"></div><div style="text-align: justify;">Em agosto, por exemplo, a livraria Saraiva anunciou a disponibilidade de seu aplicativo de leitura para o iPad e iPhone, que pode ser baixado na loja de aplicativos App Store, da Apple. "Estimamos, hoje, 40 mil iPads no Brasil e é esse público que queremos atingir", afirmou Marcílio Pousada, presidente da empresa. A Saraiva, que pretende ter até o final do ano 5 mil livros digitalizados, tem arquivos nos formatos PDF e ePUB, compatíveis com o iPad, o Alfa, da Positivo, o Sony Reader e o Cool-er, da Gato Sabido.</div><div style="text-align: justify;">Os usuários de leitores digitais devem ficar sempre atentos aos formatos disponíveis para cada tipo de eletrônico – é justamente esse o desafio das editoras, que querem tornar seu material compatível com os produtos da Apple. Além de PDF e ePUB há diversas outras siglas que podem acabar confundindo e atrapalhando o consumidor: DOC, TXT, HTML, MOBI e TRT, por exemplo. A gigante Amazon, uma referência no mercado de e-books, criou até um formato próprio para o conteúdo compatível com o Kindle (AZW e AZW1).</div><div style="text-align: justify;">A Singular, empresa da editora Ediouro, também se adapta para conquistar no Brasil novos leitores entre os fãs da Apple. “Temos arquivos digitais sendo vendidos pelos principais sites do país, que podem rodar nos aparelhos já disponíveis no Brasil. Mas ainda temos de nos adaptar à plataforma do iPad, que exige itens diferenciados, pois os arquivos serão vendidos pela loja virtual da Apple. Além disso, o gadget oferece cores e funções interativas, como som e a possibilidade de ler o texto na vertical ou na horizontal”, afirma Newton Neto, diretor de mídias digitais e tecnologia da Singular.</div><div style="text-align: justify;">Essa interatividade que o aparelho possibilita funciona como um chamariz e também pode reforçar o lucro das editoras. ”Com o tablet, conseguimos dar mais realidade e nitidez aos desenhos, o que não acontece com os leitores digitais vendidos atualmente no Brasil”, explica Mauro Palermo, diretor da Globo Livros. Durante a Bienal Internacional do Livro, a empresa disponibilizou o primeiro capítulo da obra “A menina do narizinho arrebitado”, de Monteiro Lobato, para iPad. “Até o fim do ano, teremos o livro completo e outras obras ilustradas, que serão rediagramadas para se encaixarem ao tamanho e estrutura do aparelho.”</div><div style="text-align: justify;">Apesar da empolgação de muitos, a editora Contexto não vê o gadget da Apple como um “divisor de águas” no setor de mídias impressas. “Faz bastante tempo que estamos nos preparando para a venda do livro digital: tanto que grande parte dos nossos contratos já tem previsto o comércio deste tipo de arquivo. Mas não vamos dar exclusividade para um aparelho ou outro. Queremos disponibilizar um e-book que rode em todos os e-readers”, explicou Daniel Pinsky, diretor da empresa.</div><div style="text-align: justify;">E a pirataria?</div><div style="text-align: justify;">Outra iniciativa estudada pelas editoras é oferecer, junto com os textos, vídeos e disponibilizar uma forma de escutar a versão digital. Com essas exclusividades, as empresas acreditam que será mais difícil os leitores optarem por versões pirateadas. “Estamos criando uma versão 2.0 dos e-books, à qual o consumidor terá acesso com um código passado durante o ato da compra”, explica Neto, da Singular.</div><div style="text-align: justify;">O valor dos e-books deve ser mais baixo que o cobrado para os livros impressos, porque na versão tradicional está embutido o preço das obras que não foram vendidas, do frete e da gráfica, entre outras coisas. “Retirando esses custos, o produto fica cerca de 65% mais barato. Assim, o leitor que investiu no aparelho vai aos poucos recuperando o valor, economizando na compra dos livros”, afirma o diretor da Globo Livros.</div><div style="text-align: justify;">Os arquivos digitais também terão o chamado DRM (Digital Rights Management; gerenciamento dos direitos digitais), uma plataforma de segurança escolhida pela maioria das editoras brasileiras para proteger os arquivos de cópias não autorizadas. Assim, o usuário baixará o arquivo e não conseguirá repassá-lo.</div>LÊhttp://www.blogger.com/profile/15044643032369954247noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7748431762833320574.post-13779347490583484452010-10-06T09:06:00.000-07:002010-10-06T09:06:35.868-07:00PUCRS REALIZA 27ª EDIÇÃO DO SEMINÁRIO BRASILEIRO DE CRÍTICA LITERÁRIAXXVII Seminário Brasileiro de Crítica Literária e XXVI Seminário de Crítica do Rio Grande do Sul<br />
<br />
Coordenadora: Sissa Jacoby<br />
Início: 06/12/2010<br />
Informações Gerais:<br />
<br />
Unidade Promotora: Faculdade de Letras<br />
<br />
Duração: 06/12/2010 - 09/12/2010<br />
<br />
Carga horária: 12 horas/aula <br />
<br />
Segunda a quinta-feira: 14h às 18h<br />
<br />
Local: auditório - prédio 8<br />
<br />
Informações e inscrições:<br />
<br />
Local: Prédio 40 - Sala 201<br />
<br />
Horário: Segunda a sexta-feira - 08h às 12 - 13h30min às 19h<br />
<br />
<br />
<br />
Investimento:<br />
<br />
Público geral: R$ 35,00<br />
<br />
Público geral + comunicação: R$ 70,00<br />
<br />
Minicurso(evento paralelo): R$ 35,00<br />
<br />
<br />
<br />
Público-alvo:<br />
<br />
Pesquisadores, professores, aluno de letras e demais interessados<br />
<br />
<br />
<br />
Programação:<br />
<br />
Tema: Guimarães Rosa e a Crítica Literária<br />
<br />
Homenagem: 110 anos do nascimento de Reynaldo Moura<br />
<br />
Período: 07 a 09/12//2010<br />
<br />
Horário: 14h às 18h<br />
<br />
Local: Auditório Ir. Elvo Clemente - Prédio 08 <br />
<br />
Presidente de Honra: Prof. Dr. Dileta Silveira Martins <br />
<br />
<br />
<br />
07 DE DEZEMBRO DE 2010<br />
<br />
<br />
<br />
14h Abertura<br />
<br />
Prof. Dr. Noelci Fagundes da Rocha (Sissa Jacoby) - PUCRS<br />
<br />
Prof. Dr. Sergio Luiz Prado Bellei - PUCRS<br />
<br />
Prof. Dr. Dileta Silveira Martins - Presidente de Honra - PUCRS<br />
<br />
<br />
<br />
14h30min - Conferência de Abertura<br />
<br />
Forma literária e crítica da lógica racionalista em Guimarães Rosa<br />
<br />
Prof. Dr. João Adolfo Hansen - USP<br />
<br />
<br />
<br />
16h30min às 18h<br />
<br />
Sessões de Comunicações <br />
<br />
<br />
<br />
08 DE DEZEMBRO DE 2010<br />
<br />
<br />
<br />
14h - Mesa 01: Grande Sertão: Veredas - fortuna crítica<br />
<br />
Grande Sertão: Veredas e a psicanálise<br />
<br />
Prof. Dr. Márcia Marques de Morais - PUC-Minas<br />
<br />
Grande Sertão: Veredas - um olhar sobre a fortuna crítica<br />
<br />
Prof. Dr. Cláudia Campos Soares - UFMG<br />
<br />
<br />
<br />
16h30min - Mesa 02: 110 anos do nascimento de Reynaldo Moura<br />
<br />
As instâncias do sujeito em Reynaldo Moura<br />
<br />
Prof. Dr. Maria Luiza Ritzel Remédios - PUCRS <br />
<br />
Reynaldo Moura: publicações na imprensa<br />
<br />
Prof. Dr. Cláudia Peixoto de Moura - PUCRS<br />
<br />
<br />
<br />
09 DE DEZEMBRO DE 2010<br />
<br />
<br />
<br />
14h - Conferência de Encerramento<br />
<br />
Nietzsche, Walter Benjamin, Guimarães Rosa: uma ideia de história<br />
<br />
Prof. Dr. Luiz Roncari - USP<br />
<br />
<br />
<br />
16h às 18h - Sessões de Comunicações<br />
<br />
<br />
<br />
EVENTO PARALELO (Minicurso)<br />
<br />
Curso: Buriti do Brasil e da Grécia: patriarcalismo e dionisismo no sertão<br />
<br />
Ministrante: Prof. Dr. Luiz Roncari - USP<br />
<br />
De 06 a 09 de dezembro de 2010, das 8h30min às 11h30min.<br />
<br />
Prédio 08 - Auditório Ir. Elvo Clemente (Sala 305) PUCRS<br />
<br />
PROEX - Pró-Reitoria de Extensão - Av Ipiranga, 6681 - Prédio 40 - Sala 201 - Porto Alegre/RS - Brasil<br />
<br />
CEP 90619-900 - Fone/FAX: (51) 3320 3680/ (51) 3320 3543 - E-mail: proexsecretaria@pucrs.brLÊhttp://www.blogger.com/profile/15044643032369954247noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7748431762833320574.post-12597966701278235492010-10-06T06:25:00.000-07:002010-10-06T06:25:37.629-07:00FENATA MOVIMENTA A VIDA CULTURAL DE PONTA GROSSA<div style="text-align: justify;">DO SITE DA UEPG</div><div style="text-align: justify;">05/10/2010 </div><div style="text-align: justify;">Vinte e dois grupos teatrais procedentes de 15 cidades brasileiras, representando seis estados do país, deverão confirmar participação na trigésima oitava edição do “Festival Nacional de Teatro (Fenata)”, impreterivelmente, até quarta-feira próxima, dia 6, conforme anuncia a coordenação do evento. Das 120 inscrições de grupos provenientes do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, Goiás, Distrito Federal, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Ceará e do Paraná, número recorde em número de trupes inscritas em relação à edição 2009 do festival, a comissão de seleção do ‘Fenata 2010’ – constituída por Antonio José do Valle, diretor de teatro e produtor cultural em São Paulo capital; e Cláudio Mendel, ator e diretor teatral em São José dos Campos (SP) – classificou 25 espetáculos para as mostras competitivas ‘adulto’ e ‘para crianças’, bem como para as mostras nas categorias ‘bonecos e animação’ e ‘teatro de rua’ (não competitivas), que representam a participação de 22 grupos em oito dias de programação em espaços culturais e alternativos da cidade de Ponta Grossa (PR).</div><div style="text-align: justify;">O festival promovido pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), através da Divisão de Assuntos Culturais (DAC) – Proex - Pró-Reitoria de Extensão e Assuntos Culturais, acontece de 4 a 11 de novembro próximo, sob a chancela do Ministério da Cultura / Lei de Incentivo à Cultura, Caixa Econômica Federal, Concessionária RodoNorte – Grupo CCR, Tratornew / New Holland, CVL – Comércio de Veículos Ltda., Colégio Sepam, Grupo MM – Mercadomóveis e Winner Chemical. Para a realização do evento, ainda, a UEPG / Proex-DAC conta com parcerias da Prefeitura de Ponta Grossa / Secretaria de Cultura e Turismo, Colégio Marista Pio XII, SESC-Ponta Grossa e prefeituras de Carambeí e Palmeira; e apoios da VCG – Viação Campos Gerais, TV Educativa de Ponta Grossa, TVM Canal 14 (a cabo), Idéia Três Arquitetura de Negócios e revista D’Pontaponta.</div><div style="text-align: justify;">Para a mostra na categoria ‘adulto’, a mais concorrida do festival, sete espetáculos foram selecionados, garantindo a presença de trupes inscritas por quatro estados brasileiros, com sessões no Cine-Teatro Ópera. De Tatuí (SP), a ‘Cia. de Teatro do Conservatório’ deverá se apresentar com a montagem “Rosa de Cabriúna”; enquanto gaúchos do grupo ‘Farsa’ (Porto Alegre) lograram classificação com a peça “O Avarento”. ‘Os Ciclomáticos Companhia de Teatro’, da cidade do Rio de Janeiro, terão espaço para se exibirem com o espetáculo “Amargasalmas”. Da cidade de São José do Rio Preto (SP), a montagem “Rastro Atrás” vai marcar a apresentação da ‘Cooperativa Arquetípica de Teatro’. Com a peça “As Criadas”, os mineiros da ‘Cia. Teatral Confraria Tambor’ (Uberlândia) asseguraram sua classificação no festival. Outro espetáculo paulista, mas procedente da capital, garante sua participação no festival, através do grupo ‘Folias’, em “Medida por Medida”. Da Grande São Paulo, mais uma vez, a montagem “Cachorro Morto” deverá assinalar a exibição da ‘Cia. Hiato’.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">PARA CRIANÇAS</div><div style="text-align: justify;">Cinco montagens para a mostra dirigida a ‘crianças’, dentro da programação a ser apresentada no Teatro Marista, tiveram sua seleção através da curadoria especialmente designada pela coordenação do evento. Para tanto, o festival poderá contar com as presenças das companhias ‘Lona de Retalhos e Estrela D’Alva de Teatro’ (Santo André-SP), em “A Incrível Batalha pelo Tesouro de Laduê”; ‘Atores em Cena’, de Niterói (RJ), na montagem “O Rico Avarento e outras histórias de Ariano Suassuna”; ‘República Ativa de Teatro’, com a peça “O Cavalinho Azul”; ‘Núcleo Girândola’, na apresentação do espetáculo “Melancia e Coco Verde”; e ‘Cia. Cornucópia de Teatro’, em “São Jorge e o Dragão”.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">BONECOS & ANIMAÇÃO</div><div style="text-align: justify;">Oito montagens foram selecionadas para a mostra de ‘espetáculos de bonecos e animação”, em duas categorias: cinco peças ‘para crianças’ e três para ‘adultos’. Para a plateia infanto-juvenil, as apresentações deverão ficar por conta dos grupos ‘Marisa Basso Formas Animadas’ (Bauru-SP), em “João come Feijão”; ‘Companhia Etc. e Tal Artes Cênicas e Manipuladora de Formas’, de Itajaí (SC), na peça “As Incríveis Histórias de Joe em Coragem pra Quem Tem Medo”; ‘Apatotadoteatro’ (Florianópolis-SC), na montagem “Lá, no Fundo do Mar...”; ‘Morpheus Teatro’, de São Paulo-SP, com o espetáculo “Pés Descalços”; e ‘Cia. Clara Teatral’ (Mogi das Cruzes-SP), em “Coisas de Menino-Boneco”. Na categoria ‘adulto’, três montagens deverão ser exibidas por dois grupos: “Pequenas Coisas” e “O Princípio do Espanto”, com o grupo ‘Morpheus Teatro’ (São Paulo-SP); e “O Beco”, na apresentação da ‘Cia. Fantokid’s Teatro de Bonecos’, de Maringá (PR).</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">ESPETÁCULOS DE RUA</div><div style="text-align: justify;">Grupos de São Paulo capital, Presidente Prudente (SP) e de Curitiba foram classificados para a mostra de ‘espetáculos de rua’, que deverá contar com cinco apresentações em locais a serem definidos ainda pela comissão organizadora do festival – provavelmente no Calçadão da Coronel Cláudio e no Parque Ambiental, a exemplo de edições anteriores. As trupes paulistanas entraram na seleção com as peças “A Folia no Terreiro de Seu Mané Pacaru” (Mamulengo da Folia) e “Ser Tão Ser – Narrativas da Outra Margem” (Buraco D’Oráculo). De Presidente Prudente, o grupo ‘Rosa dos Ventos’ logrou classificação com duas montagens: “Saltimbembe Mambembancos” e “A Farsa do Advogado Pathelin”. Finalmente, a mostra poderá fechar com a participação do grupo curitibano ‘Arte da Comédia’, em “As Espertezas de Arlequim”. Para cada mostra do ‘38º Fenata’, os curadores Cláudio Mendel e Antonio do Valle selecionaram espetáculos suplentes, num total de dez montagens, diante de imprevistos que ocorrem sempre com algum ou mais grupos classificados, na fase em que todos deverão confirmar a sua participação no evento.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div>LÊhttp://www.blogger.com/profile/15044643032369954247noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7748431762833320574.post-83052164856549402712010-09-18T14:33:00.000-07:002010-09-18T14:33:42.140-07:00OS FAMOSOS E O DUENDE DA MORTE<div style="text-align: justify;">POR FÁBIO AUGUSTO STEYER</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Hoje pela manhã, durante a programação do II Simpósio Internacional Diálogos na Contemporaneidade, na UNIVATES, em Lajeado - RS, tive a oportunidade de participar de debate com o escritor Ismael Caneppele, autor do livro "Os famosos e o duende da morte", cuja adaptação cinematográfica, de mesmo nome, tem arrebatado prêmios e mais prêmios por onde passa, em todo o mundo.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O jovem escritor, na sua fala, instigou a platéia sobre uma série de temas extremamente importantes no mundo contemporâneo. Os prós e contras da internet, com seus "tempos líquidos e espaços fluídicos", a necessidade de rever o conceito de literatura no mundo das novas tecnologias, a importância de o meio acadêmico (no caso, a UNIVATES) dar espaço a um autor que (ainda) não é canônico, etc.</div><div style="text-align: justify;">Também assistimos ao filme, certamente a melhor experiência cinematográfica que tive neste ano de 2010.</div><div style="text-align: justify;">Não é à toa que ele tem recebido tantos prêmios... </div><div style="text-align: justify;">O enredo: um adolescente que mora numa cidade de interior se sente completamente deslocado daquela realidade, de onde quer fugir. Os planos longos e fixos, com lentos movimentos de câmera, a neblina, os silêncios e a opção da direção de fotografia e da trilha sonora do filme dão o tom perfeito para essa opressão. Três gerações se contrapõem: a do adolescente, a da mãe e a dos avós, que vivem todos numa cidade de imigração alemã no interior do Rio Grande do Sul. </div><div style="text-align: justify;">É a Lajeado da adolescência de Ismael, como ele mesmo diz, com todas as suas experiências e vivências. Quem é do Vale do Taquari (meu caso) reconhece o "espírito" da região na própria composição da montagem, e também em questões mais óbvias como o típico sotaque dos descendentes de alemães que vivem na região, as locações e a voz de Paulo Rogério, locutor da Rádio Independente, noticiando os falecimentos do dia. Mas o filme poderia se passar em qualquer lugar do mundo. Suas personagens poderiam estar "vivendinho" nos Campos Gerais do Paraná, por exemplo. É universal, tanto na temática quanto na forma com que se utiliza da linguagem cinematográfica para questionar coisas fundamentais do ser humano.</div><div style="text-align: justify;">Restam três opções para a personagem principal sair daquele mundo que a oprime: navegar pela internet, sair da cidade pela estrada (atravessar a ponte) ou então se suicidar, na mesma ponte, que serve de cenário para boa parte do filme...</div><div style="text-align: justify;">O belíssimo plano final não nos dá resposta alguma. Especialmente se esperamos uma resposta definitiva.</div><div style="text-align: justify;">Resta dizer, conforme afirma o próprio autor do livro, que o mais importante da obra é a seguinte frase:</div><div style="text-align: justify;">"<strong><u>Estar perto não é físico</u></strong>."</div><div style="text-align: justify;">Será?</div><div style="text-align: justify;">Cabe ao leitor refletir.</div><div style="text-align: justify;">O certo é que é impossível ficar indiferente a esta magnifíca experiência cinematográfica.</div><div style="text-align: justify;">Vou correndo comprar o livro... </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><a href="http://www.youtube.com/watch?v=4fBUjaii4kw">CLIQUE AQUI E VEJA O TRAILER DO FILME</a>LÊhttp://www.blogger.com/profile/15044643032369954247noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7748431762833320574.post-45203605345425810842010-09-04T06:32:00.000-07:002010-09-04T06:32:08.510-07:00Misto de improviso e sorte marcaram a Independência<div style="text-align: justify;">DA GAZETA DO POVO</div><div style="text-align: justify;">04/09/2010</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Apesar de a Independência ter sido declarada em 1822, demorou nove anos para que o Brasil deixasse efetivamente de pertencer aos domínios de Portugal: só em 1831, com a abdicação do imperador dom Pedro I, é que os brasileiros sentiram, na prática, o que significou o grito de independência ou morte. Antes de dom Pedro largar o poder, o país – mesmo em sua suposta liberdade – continuou sendo governado por um imperador que se dividia entre os interesses brasileiros e portugueses. Com a morte do pai dele, dom João VI, em 1826, por exemplo, a Constituição lusitana foi aplicada por aqui também.</div><div style="text-align: justify;"></div><div style="text-align: justify;">Dom Pedro quis manter um pé em cada canoa e isso contribuiu para desgastar a figura dele durante o primeiro reinado. Ele ainda estava de olho, ao mesmo tempo, nos futuros tronos de Brasil e Portugal. Tanto que aqui deixou seu filho e lá conseguiu tornar imperadora a filha mais velha, Maria da Glória, que ficou com o título de Maria II. “Dom Pedro rapidamente se converte de herói a vilão. Depois do grito da independência, ele é coroado em 1.º de dezembro. É o grande herói nacional celebrado no país inteiro. Mas sua índole autoritária e seu romance com a amante Marquesa de Santos ajudam a enfraquecer sua imagem”, afirma o jornalista Laurentino Gomes, que acaba de lançar o segundo livro sobre a História do Brasil. O novo título é 1822, em que o autor analisa um período de 13 anos, do retorno de dom João VI a Portugal, em 1821, até a morte de dom Pedro I, em 1834.</div><div style="text-align: justify;">Seria mesmo dom Pedro capaz de morrer pelo Brasil, como prometeu no dia 7 de setembro? Laurentino acredita que sim, “porque ele era brasileiro de coração”. Devido às circunstâncias políticas da época, contudo, ele acaba sendo obrigado a cuidar também dos interesses de Portugal. “É uma opção difícil que o deixa fragilizado diante dos brasileiros. Ele vai a Portugal em 7 de abril de 1831 para enfrentar o irmão mais novo, dom Miguel, que havia dado um golpe para chegar ao poder. Ele recupera o trono e o entrega a sua filha”, diz.</div><div style="text-align: justify;">“O livro mostra que Brasil era este que ficava para trás com o retorno de dom João VI a Portugal. Eu teria razões suficientes para acreditar, ao ver o país em 1822, que ele seria inviável na sua forma atual.”</div><div style="text-align: justify;">O livro 1822, de Laurentino Gomes, traz detalhes da História pouco conhecidos pelos brasileiros. Um deles é o fato de dom Pedro I ter tido 20 filhos em relações extraconjugais e ter reconhecido a paternidade de todos eles. “Era um pai amoroso que trocava cartas com todos. Só que na monarquia as pessoas, antes de serem de carne e osso, eram instituições do Estado. O que quero dizer é que o fato de ele deixar no Brasil, com 5 anos, o filho dom Pedro II foi feito se pensando que ali ficava o futuro imperador do Brasil”, diz Laurentino Gomes.</div><div style="text-align: justify;">Já a mulher de dom Pedro, Leopoldina de Bragança e Bourbon, envelheceu 30 anos somente os nove anos em que ficou no Brasil. Além de ter se enganado ao pensar que chegaria no paraíso (aqui sofreu com o calor e os mosquitos), ela cai em depressão ao saber que o marido tinha diversas amantes. “Em uma viagem para a Bahia, o imperador leva a amante [Marquesa de Santos] no mesmo barco e Leopoldina tem de suportar a situação. Depois a marquesa vira dama da imperatriz. Imagine Leopoldina tendo de aguentar a presença desta mulher até na hora de ir dormir”, comenta.</div><div style="text-align: justify;">A partir da saída de dom Pedro I, o Brasil começa a sua independência com a regência provisória, de 1831 a 1840. Esse período é marcado por rebeliões sangrentas, como a Revolução Farroupilha, a Cabanagem e a Sabinada. Em 1840, dom Pedro II assume a coroa pelo golpe da maioridade (tinha 14 anos na época) e foi o primeiro imperador nascido no Brasil a comandar o país. “Ele é um homem muito diferente do pai. Não era intempestivo, aventureiro e boêmio. Pelo contrário, era estudioso e muito preocupado com a própria imagem”, explica. O resto da história deste jovem imperador fica em suspense, por enquanto, porque Laurentino pretende lançar, daqui a três anos, outro livro com o título 1889, que vai falar de dom Pedro II e da Proclamação da República no Brasil.</div><div style="text-align: justify;">A Independência</div><div style="text-align: justify;">O quadro de Pedro Américo, pintado por encomenda do governo imperial para retratar a Independência, é de fato uma construção mitológica. O Brasil estava às vésperas da Proclamação da República e a monarquia estava fragilizada, por isso dom Pedro I precisava aparecer limpo e imponente na pintura para ter uma boa imagem diante da opinião pública. Na verdade, a cena não aconteceu. No lugar do cavalo, ele estava montado em uma mula, que era o jeito correto de fazer uma viagem na época; vestia roupas simples parecidas com a dos tropeiros e estava com dor de barriga porque tinha ingerido alguma comida estragada em Santos. “Essa é a cena verdadeira, é mais brasileira e próxima do que de fato aconteceu. Não por isso, menos importante”, cita Laurentino. </div><div style="text-align: justify;">A notícia ocorrida em território paulista foi espalhada lentamente pelo vasto território brasileiro – em Santa Catarina, por exemplo, demorou dois meses para chegar. Apesar de ter ocorrido em 7 de setembro, o dia da Independência é comemorado, na Bahia, na data em que houve a expulsão das tropas portuguesas do país, em 2 de julho de 1823.</div><div style="text-align: justify;">Ideia imatura</div><div style="text-align: justify;">O primeiro caso que influencia os rumos para a Independência é o retorno de dom João a Portugal. Ele vai embora e deixa o país falido, pois havia esvaziado os cofres do Banco do Brasil. Não havia mais exército nem navios. Existia, sim, uma grande chance de o Brasil se dividir em três ou quatro países independentes, como ocorreu na América Espanhola. Mas aconteceu justamente o contrário: com a Independência, mesmo que não planejada, o Brasil ficou unido. “Digo no livro que a Independência foi uma espécie de combinação da sorte, improvisação do acaso com alguma sabedoria”, diz Laurentino.</div><div style="text-align: justify;">Há muita improvisação. Dom Pedro I vai a Minas Gerais em março de 1822 para apaziguar a província que ameaçava se separar do Brasil. Depois consegue o mesmo feito em São Paulo e Rio de Janeiro. “Digo que ele assegura a fidelidade [com a promessa de Independência] com o que eu chamo de coração do Brasil”, explica.</div><div style="text-align: justify;">A sorte foi grande porque o Brasil tinha um destacamento militar português que poderia ter se rebelado, mas aceitou o grito de liberdade. Dom Pedro, porém, tinha apenas 23 anos, era inexperiente e ousado demais, por isso contou com a sabedoria da esposa, Leopoldina de Bragança e Bourbon, e com o fiel José Bonifácio de Andrada e Silva. O projeto de Bonifácio consistia em deixar o poder centralizado na figura de um rei, após a Independência, já que o contrário poderia gerar uma guerra civil com resultados muito mais violentos. E mesmo assim houve combates, como a Confederação do Equador, em 1824, para tornar Pernambuco independente. A insatisfação foi resultado também do fato de o imperador dissolver a Constituinte de 1822 e criar outra em 1824 a seu bel-prazer.</div><div style="text-align: justify;">O Brasil nunca teve um projeto concreto de Independência, pois a maioria das forças brasileiras desejava continuar fazendo parte do Reino Unido (Brasil, Portugal e Algarves), porque, do ponto de vista econômico, era mais rentável ter abertura com o mercado europeu. Para Laurentino, esta união, mesmo que entre países independentes, existe simbolicamente até hoje por meio da cultura, da música e da novela. “Todos os anos atravessam o oceano 220 mil portugueses e brasileiros em viagem de turismo ou negócios. O Reino Unido, de certa forma, deu certo.”</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div>LÊhttp://www.blogger.com/profile/15044643032369954247noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7748431762833320574.post-37320104317846118692010-09-01T15:57:00.000-07:002010-09-01T15:57:36.253-07:00LISTA COMPLETA DOS INDICADOS AO PRÊMIO JABUTI 2010ROMANCE<br />
<br />
<br />
"SE EU FECHAR OS OLHOS AGORA" (RECORD) - EDNEY SILVESTRE<br />
<br />
"OUTRA VIDA" (OBJETIVA) - RODRIGO LACERDA<br />
<br />
"LEITE DERRAMADO" (COMPANHIA DAS LETRAS) - CHICO BUARQUE<br />
<br />
"OS ESPIÕES" (OBJETIVA) - LUIS FERNANDO VERISSIMO<br />
<br />
" GOLPE DE AR" (EDITORA 34) - FABRÍCIO CORSALETTI<br />
<br />
"SINUCA EMBAIXO D'ÁGUA" (COMPANHIA DAS LETRAS) - CAROL BENSIMON<br />
<br />
"O ALBATROZ AZUL" (NOVA FRONTEIRA) - JOÃO UBALDO RIBEIRO<br />
<br />
"O FILHO DA MÃE" (COMPANHIA DAS LETRAS) - BERNARDO CARVALHO<br />
<br />
"A PASSAGEM TENSA DOS CORPOS" (COMPANHIA DAS LETRAS) - CARLOS DE BRITO E MELLO<br />
<br />
"O BOI NO CAFÉ" (EDITORA IMEPH) - SÉRGIO VIOTTI<br />
<br />
<br />
<br />
::CONTOS E CRÔNICAS<br />
<br />
"HISTÓRIAS QUE OS JORNAIS NÃO CONTAM" (AGIR) - MOACYR SCLIAR<br />
<br />
"EU PERGUNTEI PRO VELHO SE ELE QUERIA MORRER (E OUTRAS HISTÓRIAS DE AMOR)" (7LETRAS) - JOSÉ REZENDE JR.<br />
<br />
"MEU AMOR" (EDITORA 34) - BEATRIZ BRACHER<br />
<br />
"PAULICÉIA DILACERADA" (FUNPEC-EDITORA) - MÁRIO CHAMIE<br />
<br />
"CRÔNICAS INÉDITAS 2" (COSAC NAIFY) - MANUEL BANDEIRA<br />
<br />
"A MÁQUINA DE REVELAR DESTINOS NÃO CUMPRIDOS" (EDITORA DIMENSÃO) - VÁRIO DO ANDARAÍ<br />
<br />
"A CIDADE ILHADA" (COMPANHIA DAS LETRAS) - MILTON HATOUM<br />
<br />
"NÃO TENHO CULPA QUE A VIDA SEJA COMO ELA É" (AGIR) - NELSON RODRIGUES<br />
<br />
"FORÇA ESTRANHA" (OBJETIVA) - NELSON MOTTA<br />
<br />
"CRÔNICAS DA VIDA E DA MORTE" (ROCCO) - ROBERTO DAMATTA<br />
<br />
<br />
<br />
::REPORTAGEM<br />
<br />
"OLHO POR OLHO-OS LIVROS SECRETOS DA DITADURA" (RECORD) - LUCAS FIGUEIREDO<br />
<br />
"CONVERSAS DE CAFETINAS" (ARQUIPÉLAGO EDITORIAL) - SÉRGIO MAGGIO<br />
<br />
"O LEITOR APAIXONADO- PRAZERES À LUZ DO ABAJUR" (COMPANHIA DAS LETRAS) - RUY CASTRO<br />
<br />
"A ROTATIVA PAROU!" (CIVILIZAÇÃO BRASILEIRA) - BENÍCIO MEDEIROS<br />
<br />
"ELEIÇÕES NA ESTRADA : JORNALISMO E REALIDADE NOS GROTÕES DO PAÍS" (PUBLIFOLHA) - EDUARDO SCOLESE E HUDSON CORRÊA<br />
<br />
"VIAGEM AO CREPÚSCULO" (CASA DAS MUSAS) - SAMARONE LIMA DE OLIVEIRA<br />
<br />
"O MUNDO NÃO É PLANO - A TRAGÉDIA SILENCIOSA DE 1 BILHÃO DE FAMINTOS" (EDITORA SARAIVA) - JAMIL CHADE<br />
<br />
"IMPRENSA E O DEVER DA LIBERDADE" (EDITORA CONTEXTO) - EUGÊNIO BUCCI<br />
<br />
"ELES FORAM PARA PETRÓPOLIS- UMA CORRESPONDÊNCIA VIRTUAL NA VIRADA DO SÉCULO" (COMPANHIA DAS LETRAS) - IVAN LESSA E MÁRIO SÉRGIO CONTI<br />
<br />
"HONORÁVEIS BANDIDOS - UM RETRATO DO BRASIL NA ERA SARNEY" (GERAÇÃO EDITORIAL LTDA) - PALMÉRIO DÓRIA<br />
<br />
"BINLADENISTÃO- UM REPÓRTER BRASILEIRO NA REGIÃO MAIS PERIGOSA DO MUNDO" (EDITORA ILUMINURAS LTDA) - LUIZ ANTÔNIO ARAUJO<br />
<br />
<br />
<br />
::POESIA<br />
<br />
"PASSAGEIRA EM TRÂNSITO" (RECORD) - MARINA COLASANTI<br />
<br />
"SANGRADAS ESCRITURAS" (STAR PRINT) - REYNALDO JARDIM SILVEIRA<br />
<br />
"SONETO ANTIGO" (THESAURUS EDITORA DE BRASÍLIA LTDA) - ANDERSON BRAGA HORTA<br />
<br />
"LAR" (COMPANHIA DAS LETRAS) - ARMANDO FREITAS FILHO<br />
<br />
" POESIA REUNIDA - EUCLIDES DA CUNHA" (FUNDAÇÃO EDITORA DA UNESP) - LEOPOLDO M. BERNUCCI E FRANCISCO FOOT HARDMAN (ORGS.)<br />
<br />
"O SEXO VEGETAL" (EDITORA ILUMINURAS LTDA.) - SERGIO MEDEIROS<br />
<br />
"A COR DA PALAVRA" (IMAGO EDITORA) - SALGADO MARANHÃO<br />
<br />
"SAGRAÇÃO DO ALFABETO" (SCORTECCI EDITORA) - LEONOR SCLIAR-CABRAL<br />
<br />
"SOB O CÉU DE SAMARCANDA" (EDITORA BERTRAND BRASIL LTDA) - RUY ESPINHEIRA FILHO<br />
<br />
"PALAVRAS CÚMPLICES - VERSOS & REVERSO" (FUNDAÇÃO WALDEMAR ALCÂNTARA) - BEATRIZ ALCÂNTARA<br />
<br />
<br />
<br />
::INFANTIL<br />
<br />
"CARVOEIRINHOS" (COMPANHIA DAS LETRAS) - ROGER MELLO<br />
<br />
"OS HERDEIROS DO LOBO" (COMBOIO DE CORDA/GRUPO SM) - NELSON CRUZ<br />
<br />
"O LOBO" (MANATI PRODUÇÕES EDITORIAIS LTDA) - GRAZIELA BOZANO HETZEL<br />
<br />
"BICHOS" (ALETRIA - NÚMERO DE REGISTRO NA CBL: 52563) - RONALDO SIMÕES COELHO<br />
<br />
"A VISITA DOS 10 MONSTRINHOS" (COMPANHIA DAS LETRAS) - ANGELA-LAGO<br />
<br />
" O DIA EM QUE TODOS DISSERAM NÃO" (GLOBAL EDITORA) - NELSON CRUZ<br />
<br />
"OS ESCORPIÕES CONTRA O CÍRCULO DE FOGO" (GLOBAL EDITORA) - IGNÁCIO DE LOYOLA BRANDÃO<br />
<br />
"TEMPO DE VOO COMBOIO DE CORDA" (GRUPO SM) - BARTOLOMEU CAMPOS DE QUEIRÓS<br />
<br />
"BICHO DE SETE CABEÇAS E OUTROS SERES FANTÁSTICOS" (COMPANHIA DAS LETRAS) - EUCANAÃ FERRAZ<br />
<br />
"A NOSSA CASA É ONDE A GENTE ESTÁ / SAIBA TODO MUNDO FOI NENÉM" (DBA DÓREA BOOKS AND ART ARTES GRÁFICAS LTDA) - ARNALDO ANTUNES, DULCE HORTA, ALICE RUIZ, CELESTE MOREAU ANTUNES, EDITH DERDYK, JOÃO BANDEIRA, PAULO TATIT E SUELY GALDINO<br />
<br />
"O NOME DO FILME É AMAZÔNIA" (EDITORA DIMENSÃO) - PAULINHO ASSUNÇÃO<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
::JUVENIL<br />
<br />
"MARGINAL À ESQUERDA" (RHJ) - ANGELA-LAGO<br />
<br />
"DO CORAÇÃO DE TELMAH" (ARTES E OFÍCIOS) - LUÍS DILL<br />
<br />
"BABEL HOTEL" (EDITORA SCIPIONE SA) - LUIZ BRAS<br />
<br />
"AVÓ DEZANOVE E O SEGREDO DO SOVIÉTICO" (COMPANHIA DAS LETRAS) - ONDJAKI<br />
<br />
"SOU EU!" (EDITORA SCIPIONE SA) - JOÃO GILBERTO NOLL<br />
<br />
"O DIA EM QUE LUCA NÃO VOLTOU" (COMPANHIA DAS LETRAS) - LUÍS DILL<br />
<br />
"AV. PAULISTA" (EDIÇÕES SESC SP E EDITORA COSACNAIFY) - CARLA CAFFÉ<br />
<br />
"MINHAS ASSOMBRAÇÕES" (EDELBRA) - ANGELA-LAGO<br />
<br />
"BILI COM LIMÃO VERDE NA MÃO" (COSAC NAIFY) - DÉCIO PIGNATARI<br />
<br />
"PIVETIM" (EDIÇÕES SM) - DÉLCIO TEOBALDO<br />
<br />
"COM CERTEZA TENHO AMOR" (GLOBAL EDITORA) - MARINA COLASANTI<br />
<br />
"DO JEITO QUE A GENTE É" (EDITORA ATICA SA) - MÁRCIA LEITE<br />
<br />
"SOFIA E OUTROS CONTOS" (SARAIVA S/A LIVREIROS EDITORES) - LUIZ VILELA<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
::ARQUITETURA E URBANISMO, FOTOGRAFIA, COMUNICAÇÃO E ARTES<br />
<br />
"BRASILIANA ITAÚ - UMA GRANDE COLEÇÃO DEDICADA AO BRASIL" (CAPIVARA EDITORA) - PEDRO CORRÊA DO LAGO<br />
<br />
"ATHOS BULCÃO" (FUNDAÇÃO ATHOS BULCÃO) - PAULO HUMBERTO LUDOVICO DE ALMEIDA<br />
<br />
"OLHAR E FINGIR: FOTOGRAFIAS DA COLEÇÃO M+M AUER" (MUSEU DE ARTE MODERNA DE SÃO PAULO) - MUSEU DE ARTE MODERNA DE SÃO PAULO<br />
<br />
"POUSSIN: RESTAURAÇÃO: HYMENEUS TRAVESTIDO ASSISTINDO A UMA DANÇA EM HONRA A PRÍAPO" (IMPRENSA OFICIAL DO ESTADO S/A) - MARINILDA BERTOLETE BOULAY - DIREÇÃO EDITORIAL<br />
<br />
"ÉTICA, JORNALISMO E NOVA MÍDIA: UMA MORAL PROVISÓRIA" (JORGE ZAHAR EDITOR LTDA) - CAIO TÚLIO COSTA<br />
<br />
"CIDADE ERRANTE. ARQUITETURA EM MOVIMENTO" (EDITORA SENAC SÃO PAULO) - MARTA BOGÉA<br />
<br />
"MARIA MARTINS - ESCULTORA DOS TRÓPICOS" (ARTVIVA EDITORA) - GRAÇA RAMOS<br />
<br />
"SERTÃO SEM FIM" (TERRABRASIL) - ARAQUÉM ALCÂNTARA PEREIRA<br />
<br />
"COLEÇÃO PRIMEIRAS OBRAS" (IMPRENSA OFICIAL DO ESTADO S/A) - IVAN CABRAL<br />
<br />
"IMPRESIONES DE CARYBÉ EN SUAS VISITAS A BENIN 1969 Y 1987 = IMPRESSÕES DE CARYBÉ EM SUAS VISITAS A BENIN 1969 E 1987 EDIÇÃO BILÍNGUE ESPANHOL/PORTUGUÊS" (IMPRENSA OFICIAL DO ESTADO S/A) - CECÍLIA SCHARLACH<br />
<br />
"LAGOA RODRIGO DE FREITAS" (ANDREA JAKOBSSON ESTÚDIO EDITORIAL LTDA.) - AUGUSTO IVAN DE FREITAS PINHEIRO E ELIANE CANEDO<br />
<br />
<br />
<br />
::TEORIA/CRÍTICA LITERÁRIA<br />
<br />
"A CLAVE DO POÉTICO" (COMPANHIA DAS LETRAS) - BENEDITO NUNES<br />
<br />
"A VINGANÇA DE HILEIA: EUCLIDES DA CUNHA, A AMAZÔNIA E A LITERATURA MODERNA" (FUNDAÇÃO EDITORA DA UNESP) - FRANCISCO FOOT HARDMAN<br />
<br />
"O CONTROLE DO IMAGINÁRIO & A AFIRMAÇÃO DO ROMANCE" (COMPANHIA DAS LETRAS) - LUIZ COSTA LIMA<br />
<br />
"JUÓ BANANÉRE: IRRISOR, IRRISÓRIO" (EDITORA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, NANKIN EDITORIAL) - CARLOS EDUARDO S. CAPELA<br />
<br />
"CINZAS DO ESPÓLIO" (RECORD) - IVAN JUNQUEIRA<br />
<br />
"ISMAEL NERY E MURILO MENDES: REFLEXOS" (UFJF/MAMM) - LEILA MARIA FONSECA BARBOSA E MARISA TIMPONI PEREIRA RODRIGUES<br />
<br />
"PARA LER FINNEGANS WAKE" (EDITORA ILUMINURAS LTDA.) - DIRCE WALTRICK DO AMARANTE<br />
<br />
"O QUADRADO AMARELO" (IMPRENSA OFICIAL DO ESTADO S/A) - ALBERTO DA COSTA E SILVA<br />
<br />
"PARA A HISTÓRIA DO PORTUGUÊS BRASILEIRO (TOMOS I E II)" (EDUEL) - VANDERCI AGUILERA (ORGANIZADORA)<br />
<br />
"AS ARMADILHAS DO SABER: RELAÇÕES ENTRE LITERATURA E PSICANÁLISE" (EDITORA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO) - CLEUSA RIOS PINHEIRO PASSOS<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
::PROJETO GRÁFICO<br />
<br />
"IGREJA E CONVENTO DE SÃO FRANCISCO DA BAHIA" (VERSAL EDITORES LTDA. E ODEBRECHT) - CARINA FLEXOR<br />
<br />
"CIÊNCIA, HISTÓRIA E ARTE: OBRAS RARAS E ESPECIAIS DO INSTITUTO DE BIOCIÊNCIAS DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO" (EDITORA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO) - REX DESIGN<br />
<br />
"ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS - EDIÇÃO COLECIONADOR" (COSAC NAIFY) - PAULO ANDRÉ CHAGAS E LUCIANA FACCHINI<br />
<br />
"RICO LINS: UMA GRÁFICA DE FRONTEIRA" (SOLISLUNA DESIGN EDITORA) - RICO LINS (RICARDO BRANDÃO ESPELITA LINS)<br />
<br />
"O TEATRO DE ORNITORRINCO - ED. ESPECIAL" (IMPRENSA OFICIAL DO ESTADO S/A) - CHRISTIANE TRICERRI E VICTOR NOSEK<br />
<br />
" MULHERES DO BRASIL - WOMEN OF BRAZIL" (MAGMA CULTURAL) GABRIEL MATARAZZO<br />
<br />
" FOTOGRAFIAS: MAUREEN BISILLIAT" (INSTITUTO MOREIRA SALLES) - RUTH VLOTZEL (ESTÚDIO INFINITO)<br />
<br />
"100 ANOS: ACADEMIA PAULISTA DE LETRAS" (IMPRENSA OFICIAL DO ESTADO S/A) - CEZAR DE ALMEIDA<br />
<br />
"HISTÓRIA DO DESIGN GRÁFICO" (COSAC NAIFY) - ELAIN RAMOS E MARIA CAROLINA SAMPAIO<br />
<br />
"A PAISAGEM E O OLHAR, POR SYLVIA AMÉLIA DE ORLEANS E BRAGANÇA" (LUSTE EDITORES) - ADRIANA FERNANDES E ELI SUMIDA<br />
<br />
"AS ARTES DE CARYBÉ = LAS ARTES DE CARYBÉ" (IMPRENSA OFICIAL DO ESTADO S/A) - VIA IMPRESSA EDIÇÕES DE ARTE - CARLOS MAGNO BONFIM<br />
<br />
<br />
<br />
::ILUSTRAÇÃO DE LIVRO INFANTIL OU JUVENIL<br />
<br />
"ABECEDÁRIO DE AVES BRASILEIRAS" (WMF MARTINS FONTES) - GERALDO VALÉRIO<br />
<br />
"NO REINO DOS PREÁS, O REI CARCARÁ" (ELEMENTAR PUBLICAÇÕES E EDITORA LTDA) - MATEUS RIOS<br />
<br />
"O LOBO" (MANATI PRODUÇÕES EDITORIAIS LTDA) - NAIR ELISABETH DA SILVA TEIXEIRA<br />
<br />
"MARGINAL À ESQUERDA" (RHJ) - ANGELA-LAGO<br />
<br />
"A ÁRVORE DO BRASIL" (EDITORA PEIRÓPOLIS LTDA) - NELSON CRUZ<br />
<br />
"JÁ JÁ: A HISTÓRIA DE UMA ÁRVORE APRESSADA" (EDITORA ATICA SA) - PAULO REA<br />
<br />
"O TAMANHO DA GENTE" (EDITORA AUTÊNTICA) - MANOEL VEIGA<br />
<br />
"O PASSARINHO QUE NÃO QUERIA SER CANTOR" (EDITORA SALAMANDRA) - LTDA LUIZ MAIA<br />
<br />
"AGORA EU ERA" (COMPANHIA DAS LETRAS) - LAERTE<br />
<br />
"A GRANDE INVASAO" (PANDA BOOKS) - BERNARDO CARVALHO<br />
<br />
"A INTERESSANTE ILHA DUKONTRA" (COMPANHIA DAS LETRAS) - MARCELO CIPIS<br />
<br />
"ARAPUCA" (EDITORA POSITIVO) - LTDA DANIEL CABRAL<br />
<br />
<br />
<br />
::CIÊNCIAS EXATAS, TECNOLOGIA E INFORMÁTICA<br />
<br />
"OBRA CIENTÍFICA DE MARIO SCHÖNBERG: VOLUME 1 - 1936 A 1948" (EDITORA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO) - MARIO SCHÖNBERG; AMÉLIA IMPÉRIO HAMBURGER (ORG.)<br />
<br />
"LINGUAGENS FORMAIS: TEORIA, MODELAGEM E IMPLEMENTAÇÃO" (BOOKMAN EDITORA) - MARCUS VINÍCIUS MEDENA RAMOS, JOÃO JOSÉ NETO E ÍTALO SANTIAGO VEGA<br />
<br />
"MATEMÁTICA E NATUREZA" (EDITORA LIVRARIA DA FÍSICA) - MICHEL JANOS<br />
<br />
"MÁQUINAS ELÉTRICAS E ACIONAMENTO" (ELSEVIER EDITORA LTDA E CAMPUS) - EDSON BIM<br />
<br />
"SUPERSIMETRIA APLICADA À MECÂNICA QUÂNTICA: ESTUDO DA EQUAÇÃO DE SCHRÖDINGER" (FUNDAÇÃO EDITORA DA UNESP) - ELSO DRIGO FILHO<br />
<br />
"TEORIA DA MEDIDA" (EDITORA DA UNICAMP) - MAURO S. DE F. MARQUES<br />
<br />
"ÁGUA - MÉTODOS E TECNOLOGIA DE TRATAMENTO" (EDITORA EDGARD BLÜCHER LTDA E HENFIBRA TECNOLOGIA EM SANEAMENTO) - CARLOS A. RICHTER<br />
<br />
"O CAMINHO PARA A FÍSICA QUÂNTICA" (EDITORA LIVRARIA DA FÍSICA) - NELSON B. MAIA<br />
<br />
"QUÍMICA VERDE: FUNDAMENTOS E APLICAÇÕES (EDUFSCAR) - VÂNIA GOMES ZUIN / ARLENE G. CORRÊA (ORG.)<br />
<br />
"TÓPICOS EM TEORIA QUÂNTICA DOS CAMPOS" (EDITORA LIVRARIA DA FÍSICA) - NAMI FUX SVAITER, GABRIEL MENEZES E MARTIN APARICIO ALCALDE<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
::EDUCAÇÃO, PSICOLOGIA E PSICANÁLISE<br />
<br />
"CADERNOS SOBRE O MAL" (CIVILIZAÇÃO BRASILEIRA) - JOEL BIRMAN<br />
<br />
"O TEMPO E O CÃO" (BOITEMPO EDITORIAL) - MARIA RITA KELH<br />
<br />
"CULTURA E PSICOLOGIA-QUESTÕES SOBRE O DESENVOLVIMENTO DO ADULTO" (EDITORA HUCITEC) - MARTA KOHL DE OLIVEIRA<br />
<br />
"DICIONÁRIO DO PENSAMENTO DE SÁNDOR FERENCZI ELSEVIER" (EDITORA LTDA E FAPESP) - HAYDÉE CHRISTINNE KAHTUNI / GISELA PARANÁ SANCHES<br />
<br />
" DIREITO À EDUCAÇÃO: ASPECTOS CONSTITUCIONAIS" (EDITORA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO) - NINA BEATRIZ STOCCO RANIERI; SABINE RIGHETTI<br />
<br />
"INDISCIPLINA E DISCIPLINA ESCOLAR FUNDAMENTOS PARA O TRABALHO DOCENTE" (CORTEZ EDITORA) - CELSO DOS SANTOS VASCONCELLOS<br />
<br />
"REFORMA PSIQUIÁTRICA: AS EXPERIÊNCIAS FRANCESA E ITALIANA" (EDITORA FIOCRUZ) - ISABEL C. FRICHE PASSOS<br />
<br />
"BRASIL ARCAICO, ESCOLA NOVA: CIÊNCIA, TÉCNICA & UTOPIA NOS ANOS 1920-1930" (FUNDAÇÃO EDITORA DA UNESP) - CARLOS MONARCHA<br />
<br />
"CONFLITOS NA ESCOLA: MODOS DE TRANSFORMAR: DICAS PARA REFLETIR E EXEMPLOS DE COMO LIDAR" (IMPRENSA OFICIAL DO ESTADO) - S/A CLAUDIA CECCON, CLAUDIUS CECCON, MAZDA EDNIR, BOUDEWIJN VAN VELZEN E DOLF HAUTVAST<br />
<br />
"A PSICANÁLISE NAS TRAMAS DA CIDADE" (CASA DO PSICÓLOGO) - BERNARDO TANIS E MAGDA GUIMARÃES KHOURI<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
::DIDÁTICO E PARADIDÁTICO<br />
<br />
"UMA HISTÓRIA DA CULTURA AFRO-BRASILEIRA" (EDITORA MODERNA LTDA) - WALTER FRAGA E WLAMYRA R. DE ALBUQUERQUE<br />
<br />
"ALMANAQUE DOS SENTIDOS" (EDITORA MODERNA LTDA) - CARLA CARUSO<br />
<br />
"COLEÇÃO GIRA MUNDO" (EDITORA IBPEX) - EDITORA IBPEX<br />
<br />
"ANTES E DEPOIS DE CHARLES DARWIN- COMO A CIÊNCIA EXPLICA A ORIGEM DAS ESPÉCIES" (EDITORA HARBRA LTDA) - NELSON HENRIQUE CARVALHO DE CASTRO<br />
<br />
"NO INÍCIO DOS TEMPOS" (EDITORA TERCEIRO NOME) - SUELI VIEGAS<br />
<br />
"A ESCOLA E A LETRA" (BOITEMPO EDITORIAL) - FLÁVIO AGUIAR E OG DÓRIA (ORGANIZADORES)<br />
<br />
" O BRASIL PÕE A MESA" (EDITORA MODERNA LTDA) - VERA VILHENA E CÂNDIDA VILARES<br />
<br />
"VONTADE DE SABER MATEMÁTICA (6º AO 9º ANO)" (EDITORA FTD S/A) - PATRICIA ROSANA MORENO PATARO E JOAMIR ROBERTO DE SOUZA<br />
<br />
"BIOLOGIA: CIÊNCIA E TECNOLOGIA" (EDITORA SCIPIONE SA) - SÍDIO MACHADO<br />
<br />
"SORRISO DA LINGUAGEM: BRINCADEIRAS E JOGOS PARA O ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA" (EDIÇÕES LOYOLA) - PAULO NUNES DE ALMEIDA<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
::ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO E NEGÓCIOS<br />
<br />
"TRABALHO FLEXÍVEL, EMPREGOS PRECÁRIOS?: UMA COMPARAÇÃO BRASIL, FRANÇA, JAPÃO" (EDITORA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO) - NADYA ARAUJO GUIMARÃES; HELENA HIRATA; KURUMI SUGITA<br />
<br />
"SHAKESPEARE E A ECONOMIA" (JORGE ZAHAR EDITOR LTDA) - GUSTAVO HENRIQUE BARROSO FRANCO E HENRY W. FARNAM<br />
<br />
"O REVERSO DA LOGÍSTICA E AS QUESTÕES AMBIENTAIS NO BRASIL" (EDITORA IBPEX) - EDELVINO RAZZOLINI FILHO E RODRIGO BERTÉ<br />
<br />
"ANÁLISE DE DADOS- MODELAGEM MULTIVARIADA PARA TOMADA DE DECISÕES" (ELSEVIER EDITORA LTDA E CAMPUS) - LUIZ PAULO FÁVERO/ PATRÍCIA BELFIORE/ FABIANA LOPES DA SILVA / BETTY LILIAN CHAN<br />
<br />
"OS ANOS DE CHUMBO: ECONOMIA E POLÍTICA INTERNACIONAL NO ENTREGUERRAS" (FUNDAÇÃO EDITORA DA UNESP E EDIÇÕES UNICAMP) - FREDERICO MAZZUCCHELLI<br />
<br />
"O TERCEIRO XADREZ: COMO AS EMPRESAS MULTINACIONAIS NEGOCIAM NAS RELAÇÕES ECONÔMICAS INTERNACIONAIS" (EDITORA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO) - GILBERTO SARFATI<br />
<br />
"BIOCOMBUSTÍVEIS. ENERGIA DA CONTROVÉRSIA" (EDITORA SENAC SÃO PAULO) - RICARDO ABRAMOVAY<br />
<br />
"SUSTENTABILIDADE E MUDANÇAS CLIMÁTICAS. GUIA PARA O AMANHÃ" (EDITORA SENAC SÃO PAULO E TERRA DAS ARTES) - MARCO ANTONIO FUJIHARA, FERNANDO GIACHINI LOPES ( ORGANIZADORES)<br />
<br />
"CAPITALISMO TARDIO E SOCIABILIDADE MODERNA" (FUNDAÇÃO EDITORA DA UNESP E EDIÇÕES FACAMP) - JOÃO MANUEL CARDOSO DE MELLO E FERNANDO NOVAIS<br />
<br />
"INTERFACES" (EDITORA SARAIVA) - JOSÉ ALBERTO ARANHA<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
::DIREITO<br />
<br />
"PROCESSO CIVIL MODERNO V. 1 - PARTE GERAL E PROCESSO DE CONHECIMENTO" (EDITORA REVISTA DOS TRIBUNAIS) - JOSÉ MIGUEL GARCIA MEDINA, TERESA ARRUDA ALVIM WAMBIER<br />
<br />
"DIREITO DAS COMPANHIAS - VOL 1 E 2" (EDITORA FORENSE LTDA E GEN) - ALFREDO LAMY FILHO E JOSÉ LUIZ BULHÕES PEDREIRA E COL.<br />
<br />
"CURSO DE DIREITO TRIBUTÁRIO: CONSTITUIÇÃO E CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL" (EDITORA SARAIVA) - REGINA HELENA COSTA<br />
<br />
" A RESOLUÇÃO DE CONFLITOS E A FUNÇÃO JUDICIAL NO CONTEMPORÂNEO ESTADO DE DIREITO" (EDITORA REVISTA DOS TRIBUNAIS) - RODOLFO DE CAMARGO MANCUSO<br />
<br />
"CONTRATOS EMPRESARIAIS: CONTRATOS DE CONSUMO E ATIVIDADE ECONÔMICA" (EDITORA SARAIVA, FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS) - TERESA ANCONA LOPEZ, RUY ROSADO DE AGUIAR JÚNIOR (COORD.)<br />
<br />
"A CONSTITUIÇÃO NA VIDA DOS POVOS - DA IDADE MÉDIA AO SÉCULO 21" (EDITORA SARAIVA) - DALMO DE ABREU DALLARI<br />
<br />
"CONTRATOS - DIREITO CIVIL E EMPRESARIAL" (EDITORA REVISTA DOS TRIBUNAIS) - VERA HELENA DE MELLO FRANCO<br />
<br />
"COMPÊNDIO DE PROCESSO PENAL - CURSO COMPLETO" (EDITORA MANOLE HERÁCLITO) - ANTÔNIO MOSSIN<br />
<br />
"PROVA" (EDITORA REVISTA DOS TRIBUNAIS) - LUIZ GUILHERME MARINONI, SERGIO CRUZ ARENHART<br />
<br />
"RESPONSABILIDADE CIVIL" (EDITORA REVISTA DOS TRIBUNAIS) - ROSA MARIA DE ANDRADE NERY E ROGÉRIO DONNINI<br />
<br />
"COMENTÁRIOS A CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988" (EDITORA FORENSE LTDA E GEN) - JORGE MIRANDA,WALBER DE MOURA AGRA E PAULO BONAVIDES<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
::BIOGRAFIA<br />
<br />
"EUCLIDES DA CUNHA: UMA ODISSEIA NOS TRÓPICOS" (ATELIÊ EDITORIAL) - FREDERIC AMORY<br />
<br />
"NEM VEM QUE NÃO TEM - A VIDA E O VENENO DE WILSON SIMONAL" (EDITORA GLOBO S.A.) - RICARDO ALEXANDRE<br />
<br />
"CARLOS CHAGAS: UM CIENTISTA DO BRASIL" (EDITORA FIOCRUZ) - SIMONE PETRAGLIA KROPF E ALINE LOPES DE LACERDA<br />
<br />
"BENDITO MALDITO - UMA BIOGRAFIA DE PLÍNIO MARCOS" (LEYA) - OSWALDO MENDES<br />
<br />
" PADRE CÍCERO- PODER, FÉ E GUERRA NO SERTÃO" (COMPANHIA DAS LETRAS) - LIRA NETO<br />
<br />
"CABEZA DE VACA" (COMPANHIA DAS LETRAS) - PAULO MARKUN<br />
<br />
"A LETRA BRASILEIRA DE PAULO CÉSAR PINHEIRO - UMA JORNADA MUSICAL" (CASA DA PALAVRA PRODUÇÃO EDITORIAL) - CONCEIÇÃO CAMPOS<br />
<br />
"CHIQUINHA GONZAGA: UMA HISTÓRIA DE VIDA" (JORGE ZAHAR EDITOR LTDA E INSTITUTO MOREIRA SALLES) - EDINHA DINIZ<br />
<br />
"ORQUESTRA TABAJARA DE SEVERINO ARAUJO" (COMPANHIA EDITORA NACIONAL) - CARLOS HENRIQUE CORAUCCI<br />
<br />
"TÔNIA CARRERO: MOVIDA PELA PAIXÃO (COLEÇÃO APLAUSO ESPECIAL)" (IMPRENSA OFICIAL DO ESTADO S/A) - TÂNIA CARVALHO<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
::CAPA<br />
<br />
"O RESTO É RUÍDO- ESCUTANDO O SÉCULO 20" (COMPANHIA DAS LETRAS) - RETINA _ 78<br />
<br />
"ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS - EDIÇÃO COLECIONADOR" (COSAC NAIFY) - LUCIANA FACCHINI E PAULO ANDRÉ CHAGAS<br />
<br />
"SALAS E ABISMOS" (COSAC NAIFY) - ZOT DESIGN<br />
RARA DIAS, ANA CAROLINA CARNEIRO, PAULA DELECAVE<br />
<br />
"DENDÊ. SÍMBOLO E SABOR DA BAHIA" (EDITORA SENAC SÃO PAULO) - ANTONIO CARLOS DE ANGELIS/ FOTO MARISA VIANNA<br />
<br />
"OS ESPIÕES" (OBJETIVA) - AMANDA FRIEDMAN<br />
<br />
"O DESAFIO BIOGRÁFICO: ESCREVER UMA VIDA" (EDITORA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO) - CAROLINA SUCHEUSKI<br />
<br />
"FALSAS MEMÓRIAS: FUNDAMENTOS CIENTÍFICOS E SUAS APLICAÇÕES CLÍNICAS E JURÍDICAS" (ARTMED EDITORA) - PAOLA MANICA<br />
<br />
"J. GUINSBURG, A CENA EM AULA: ITINERÁRIOS DE UM PROFESSOR EM DEVIR" (EDITORA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO) - GUSTAVO SOARES<br />
<br />
"OS 13 PORQUÊS" (EDITORA ÁTICA SA) - CHRISTIANO DO NASCIMENTO MENEZES<br />
<br />
"VILLA - LOBOS ERROU?" (ALGOL EDITORA) - CAROLINA AIRES SUCHEUSKI<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
::CIÊNCIAS HUMANAS<br />
<br />
"VIVER EM RISCO" (EDITORA 34) - LUCIO KOWARICK<br />
<br />
"A LUTA PELA ANISTIA" (IMPRENSA OFICIAL DO ESTADO S/A) - HAIKE R KLEBER DA SILVA - ORGANIZADORA<br />
<br />
"CULTURA COM ASPAS" (COSAC NAIFY) - MANUELA CARNEIRO DA CUNHA<br />
<br />
"PAISAGENS PÓS-URBANAS - O FIM DA EXPERIÊNCIA URBANA E AS FORMAS COMUNICATIVAS DO HABITAR" (ANNABLUME) - MASSIMO DI FELICE<br />
<br />
"LIVRO DE HORAS (MS. FERNANDO I : PORTUGAL)" (IMPRENSA OFICIAL DO ESTADO S/A) - CECÍLIA SCHARLACH - COORDENAÇÃO EDITORIAL<br />
<br />
"VIDA VÍCIO VIRTUDE" (EDITORA SENAC SÃO PAULO / COEDIÇÃO: EDIÇÕES SESC SP) - ADAUTO NOVAES (ORGANIZADOR)<br />
<br />
"COLEÇÃO FRANCESES NO BRASIL - SEC 16 E 17" (FUNDAÇÃO DARCY RIBEIRO) - VILLEGAGNON, ANDRÉ THEVET, JEAN DE LEVY E YVES D'EVREUX<br />
<br />
"UM ENIGMA CHAMADO BRASIL" (COMPANHIA DAS LETRAS) - ANDRÉ BOTELHO, LILIA MORITZ SCHWARCZ<br />
<br />
"REPENSANDO O BRASIL DO OITOCENTOS" (CIVILIZAÇÃO BRASILEIRA) - JOSÉ MURILO DE CARVALHO E LÚCIA BASTOS (ORGS.)<br />
<br />
"DELEUZE, A ARTE E A FILOSOFIA" (JORGE ZAHAR EDITOR LTDA) - ROBERTO MACHADO<br />
<br />
"CAPITAIS MIGRANTES E PODERES PEREGRINOS: O CASO DO RIO DE JANEIRO" (PAPIRUS EDITORA) - BARBARA FREITAG<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
::CIÊNCIAS NATURAIS E CIÊNCIAS DA SAÚDE<br />
<br />
"CLÍNICA MÉDICA" (EDITORA MANOLE, MEDICINA - USO, HC-FMUSP) - MILTON DE ARRUDA MARTINS, FLAIR JOSÉ CARRILHO, VENÂNCIO AVANCINI FERREIRA ALVES, EUCLIDES AYRES DE CASTILHO, GIOVANNI GUIDO CERRI E CHAO LUNG WEN<br />
<br />
"TRANSPLANTE DE CÉLULAS-TRONCO HEMATOPOÉTICAS" (EDITORA ATHENEU) - JULIO C. VOLTARELLI, RICARDO PASQUINI E EUZA T. T. ORTEGA<br />
<br />
"TRATADO DE HEPATOLOGIA" (EDITORA RUBIO) - ANGELO ALVES DE MATTOS / ESTHER BUZAGLO DANTAS-CORRÊA<br />
<br />
"MANUAL DE DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO PARA O RESIDENTE DE CIRURGIA" (EDITORA ATHENEU) - MANLIO BASILIO SPERANZINI, CLAUDIO ROBERTO DEUTSCH, OSMAR KENJI YAGI<br />
<br />
"TRATADO DE CIRURGIA DO CBC" (EDITORA ATHENEU) - ROBERTO SAAD JUNIOR, RONALDO REIS VIANA SALLES, WALTER RORIZ DE CARVALHO, ACCYOLI MOREIRA MAIA<br />
<br />
"MEDICINA LABORATORIAL PARA O CLÍNICO" (COOPMED) - ELZA SANTIAGO ERICHSEN, LUCIANA DE GOUVÊA VIANA, ROSA MALENA DELBONE DE FARIA E SILVANA MARIA ELOI SANTOS.<br />
<br />
"TRATADO DE TÉCNICA OPERATÓRIA EM NEUROCIRURGIA" (EDITORA ATHENEU) - PAULO HENRIQUE PIRES DE AGUIAR, APIO CLAUDIO MARTINS ANTUNES, HÉLIO RUBENS MACHADO, MANOEL JACOBSEN TEIXEIRA E JOSÉ CARLOS ESTEVES VEIGA, RICARDO RAMINA<br />
<br />
"TÉCNICAS EM ENDOSCOPIA DIGESTIVA" (EDITORA RUBIO) - ANGELO FERRARI JR.<br />
<br />
"COLONOSCOPIA" (LIVRARIA SANTOS EDITORA COMÉRCIO E IMPORTAÇÃO LTDA) - MARCELO AVERBACH, PAULO CORRÊA<br />
<br />
"INTERVENÇÕES CARDIOVASCULARES - SOLACI" (EDITORA ATHENEU) - AMANDA G.M.R. SOUSA, ALEXANDRE ABIZAID, MARCO MARTÍNEZ RÍOS, DANIEL BERROCAL, J. EDUARDO SOUSA<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
::TRADUÇÃO DE OBRA LITERÁRIA ESPANHOL-PORTUGUÊS<br />
<br />
"PURGATÓRIO" (COMPANHIA DAS LETRAS) - BERNARDO AJZENBERG<br />
<br />
"O LIVRO DE AREIA" (COMPANHIA DAS LETRAS) - DAVI ARRIGUCCI JR<br />
<br />
"SUICÍDIOS EXEMPLARES" (COSAC NAIFY) - CARLA BRANCO<br />
<br />
"O REINO DESTE MUNDO" (MARTINS EDITORA LIVRARIA LTDA) - MARCELO TÁPIA<br />
<br />
"CEM ANOS DE SOLIDÃO" (EDITORA RECORD) - ERIC NEPOMUCENO<br />
<br />
"DÁ PRA ACREDITAR?" (EDIÇÕES SM) - MARCOS BAGNO<br />
<br />
"TRÊS TRISTES TIGRES" (EDITORA JOSÉ OLYMPIO) - LUÍS CARLOS CABRAL<br />
<br />
"PELE E OSSO" (EDITORA ILUMINURAS LTDA) - WILSON ALVES-BEZERRA<br />
<br />
"FLORES" (COSAC NAIFY) - JOSELY VIANNA BAPTISTA<br />
<br />
"VIDA CONJUGAL" (COMPANHIA DAS LETRAS) - BERNARDO AJZENBERG<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
::TRADUÇÃO<br />
<br />
"CANÇÃO DO VENERÁVEL" (EDITORA GLOBO S.A.) - CARLOS ALBERTO FONSECA<br />
<br />
"TRABALHAR CANSA" (COSAC NAIFY) - MAURÍCIO SANTANA DIAS<br />
<br />
"O LEÃO E O CHACAL MERGULHADOR" (EDITORA GLOBO S.A.) - MAMEDE MUSTAFA JAROUCHE<br />
<br />
"HINO HOMÉRICO II A DEMÉTER" (ODYSSEUS EDITORA LTDA) - ORDEP SERRA<br />
<br />
"FILOCTETES" (EDITORA 34) - TRAJANO VIEIRA<br />
<br />
"AGAMÊMNON" (EDITORA GLOBO S.A.) - JOSÉ EDUARDO DOS SANTOS LOHNER<br />
<br />
"CANTOS ÓRFICOS E OUTROS POEMAS" (MARTINS EDITORA LIVRARIA LTDA) - AURORA FORNONI BERNADINI<br />
<br />
"POESIA. GUILHERME IX DE AQUITÂNIA" (EDITORA UNICAMP) - ARNALDO SARAIVA<br />
<br />
"FELICIDADE CONJUGAL" (EDITORA 34) - BORIS SCHNAIDERMAN<br />
<br />
"A AUTOBIOGRAFIA DE ALICE B. TOKLAS" (COSAC NAIFY) - JOSÉ RUBENS SIQUEIRALÊhttp://www.blogger.com/profile/15044643032369954247noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7748431762833320574.post-47009779889483075062010-09-01T09:13:00.000-07:002010-09-01T09:13:54.065-07:00FURG PROMOVE EVENTO NACIONAL SOBRE HISTÓRIA DA LITERATURA<div style="text-align: justify;">A FURG, de Rio Grande, RS, através de seu Mestrado em Letras, promove o IV Seminário Nacional de História da Literatura, entre os dias 13 e 15 de outubro.</div><div style="text-align: justify;">Inscrições para comunicadores até 30 de setembro.</div><div style="text-align: justify;">Mais informações no site do evento.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><a href="http://www.senalit.furg.br/">Clique aqui e veja o site do evento</a></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"> Abaixo a programação geral: </div>13 DE OUTUBRO DE 2010 – QUARTA-FEIRA<br />
<br />
TARDE<br />
13h - Credenciamento<br />
14h – Abertura oficial<br />
14h30min – Conferência de abertura: “Estudos literários: princípio(s) e fim(ns) II”<br />
Prof. Dr. Roberto Acízelo de Souza (UERJ)<br />
Mediador: Prof. Dr. Carlos Alexandre Baumgarten (FURG)<br />
Local: CIDEC-SUL - Campus Carreiros<br />
16h – Intervalo<br />
16h30min – Sessões de comunicação<br />
Local: Pavilhão 1 - Campus Carreiros<br />
<br />
NOITE<br />
19h – Coquetel de lançamento de livros, revistas e anais – Promoção do PPGLetras/FURG e do Núcleo de Estudos Canadenses (NEC/FURG):<br />
Cadernos do Programa de Pós-Graduação em Letras da FURG – Série Traduções, Vol. 6. No reino da lenda , de Bertrand Bergeron. Tradução de Sylvie Dion e Danieli de Quadros; <br />
Cadernos do Programa de Pós-Graduação em Letras da FURG – Série Traduções, Vol.7. As identidades migrantes (primeiro capítulo, p. 13-36), de Pierre Ouellet. Tradução de Luciano Moraes;<br />
Revista Interfaces Brasil/Canadá, n. 11. Organização de Nubia Hanciau; <br />
Pequena antologia da poesia quebequense. Organização de Nubia Hanciau, Sylvie Dion e Ignacio Neis. <br />
CD-ROM com os Anais do III Encontro Nacional de Pesquisadores em Periódicos Literários Brasileiros (ENAPEL). Organização de Mauro Nicola Póvoas e Artur Emilio Alarcon Vaz; <br />
Livro Insubmissão e mobilidades culturais: percursos americanos. Porto Alegre: Literalis, 2010 (apoios PPGLetras/UFRGS, PPGLetras/FURG, UNILASALLE e CNPq), seguido de mesa-redonda com participantes do livro <br />
20h – Mesa-redonda: Literatura e mobilidades culturais<br />
Profa. Dra. Zilá Bernd (UFRGS)<br />
Profa. Dra. Raquel Rolando Souza (FURG) <br />
rofa. Dra. Nubia Jacques Hanciau (FURG)<br />
Profa. Dra. Aimée Bolaños González (FURG)<br />
Local: CIDEC-SUL - Campus Carreiros<br />
<br />
14 DE OUTUBRO DE 2010 – QUINTA-FEIRA<br />
TARDE<br />
14h – Mesa-redonda: Literaturas luso-africanas contemporâneas<br />
Prof. Dr. José Luís Giovanoni Fornos (FURG)<br />
Profa. Dra. Inara de Oliveira Rodrigues (UESC – Universidade Estadual de Santa Cruz/BA)<br />
Prof. Dr. Emerson da Cruz Inácio (USP)<br />
Mediador: Prof. Dr. Artur Emilio Alarcon Vaz (FURG)<br />
Local: CIDEC-SUL - Campus Carreiros<br />
16h – Intervalo<br />
16h30min – Sessões de comunicação<br />
Local: Pavilhão 1 - Campus Carreiros<br />
<br />
NOITE<br />
19h – Lançamento dos audiolivros Fronteira sul em contos, com a Profa. Cátia Goulart (UNIPAMPA) e Acad. Marcelo Duarte (UNIPAMPA), e a participação especial de Marco Antonio Xiru Antunes e Silvério Barcellos (coordenador musical do projeto, músico e discente do curso de Música/UFPel)<br />
20h – Conferência: “Erico Verissimo na história da literatura brasileira: um lugar controvertido”<br />
Profa. Dra. Maria da Glória Bordini (UFRGS)<br />
Mediador: Prof. Dr. Mauro Nicola Póvoas (FURG)<br />
Local: CIDEC-SUL - Campus Carreiros<br />
<br />
15 DE OUTUBRO DE 2010 – SEXTA-FEIRA<br />
TARDE<br />
14h – Mesa-redonda: “Literaturas orais/literaturas da voz: história e histórias”<br />
Profa. Dra. Vera Medeiros (UNIPAMPA)<br />
Profa. Dra. Sylvie Dion (FURG) <br />
Profa. Dra. Ana Lúcia Tettamanzy (UFRGS)<br />
Mediadora: Profa. Dra. Rubelise da Cunha (FURG)<br />
local: CIDEC-SUL - Campus Carreiros<br />
16h – Intervalo<br />
16h30min – Sessões de comunicação<br />
Local: Pavilhão 1 - Campus Carreiros<br />
<br />
NOITE<br />
19h – Apresentação musical: Latino-América Duo (Alexandre Simon e José Daniel)<br />
20h – Conferência de encerramento: “História da literatura e história do teatro: questões metodológicas”<br />
Prof. Dr. João Roberto Faria (USP)<br />
Mediadora: Profa. Dra. Marina de Oliveira (UFPel)<br />
Local: CIDEC-SUL - Campus CarreirosLÊhttp://www.blogger.com/profile/15044643032369954247noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7748431762833320574.post-31441938136184609302010-08-15T13:32:00.001-07:002010-08-15T13:32:41.888-07:00Série de eventos marcará a celebração dos 120 anos de nascimento de Agatha ChristieDO CORREIO DO POVO - 15/08/2010<br />
<div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Uma série de eventos marcará a celebração dos 120 anos de nascimento da escritora Agatha Christie. Um festival está sendo organizado em Torquay, cidade natal da escritora, no Oeste da Inglaterra. Aqui no Brasil, a L&PM prepara o lançamento especial de um hotsite para os fãs da Rainha do Crime. Nele estarão informações sobre os quase 30 livros publicados na coleção Pocket, além de curiosidades em geral, como relação dos personagens mais importantes e um quiz para testar os conhecimentos do leitores internautas. O Festival de Torquay será realizado entre 12 e 19 de setembro. </div><div style="text-align: justify;"></div><div style="text-align: justify;">Quem lembra da grande e eterna Dama do Crime, sabe que os rebentos mais expressivos da obra literária de Agatha Christie são, é claro, o detetive belga Hercule Poirot e a velhinha da cidadezinha inglesa (fictícia) St. Mary Mead, miss Jane Marple. Cada um, de seu modo, resolveram muitos e intrincados crimes, passaram para a galeria dos personagens mais famosos da história da literatura internacional e de uma certa maneira eclipsaram a lembrança de outros dois personagens, menos conhecidos, mas igualmente importantes da autora inglesa.</div><div style="text-align: justify;">A dupla (e depois casal) Tommy e Tuppence já marcava presença em sua primeira aventura, "O Inimigo Secreto", de 1922. Este era o segundo título lançado de Agatha May Clarissa Mallowan, escrito logo após "O Misterioso Caso de Styles", publicado em 1920, a primeira investigação do bigodudo Poirot. A L&PM Editores, que está relançando toda a obra de Agatha Christie, curiosamente já publicou "Sócios no Crime" (com pequenas histórias da dupla e o título mais fraco da série) e a última aventura do casal, "Portal do Destino", que era inédita no Brasil. "O Inimigo Secreto", "Pressentimento Funesto" e "M ou N?" aguardam na fila."O Inimigo Secreto" é um dos melhores romances da autora. Começa com o naufrágio de um navio inglês, em plena guerra. Na hora de descer para o barco salva-vidas, a jovem chamada Jane Finn recebe um pacote misterioso das mãos de um homem desesperado. A busca pela jovem e pelo pacote marcarão a estreia de Tommy e Tuppence Beresford num caso intrincado que envolve segredos militares, espiões, traições, um político importante e um milionário americano. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div>LÊhttp://www.blogger.com/profile/15044643032369954247noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7748431762833320574.post-12686800963871490752010-08-10T14:24:00.000-07:002010-08-10T14:24:55.096-07:00Poesia e Música: conflitos sociais brasileiros marcados na arte barroca<div style="text-align: justify;">POR PAOLA PEREIRA</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O Barroco no Brasil se deu por volta do século XVII e a metade do século XVIII, período que corresponde à consolidação de uma aristocracia colonial brasileira. O país passava por uma série de mudanças sociais, econômicas e culturais, que nesse período tornaram-se temas centrais das produções artísticas.</div><div style="text-align: justify;"></div><div style="text-align: justify;">A poesia barroca atravessou três fases no Brasil, e sem sombra de dúvida, a grande expressão foi Gregório de Matos e Guerra, poeta com grande veia satírica, e igualmente penetrante na religião e no amor, muitas vezes de crua carga erótica. Já no que se refere à música, temos José Mauricio Nunes Garcia, padre tímido e ingênuo que desenvolvia um estilo direto e de melodismo simples e sincero. </div><div style="text-align: justify;">Gregório de Matos, mais conhecido como ‘O Boca do Inferno’ por suas criticas mordazes aos costumes da época, foi o primeiro nativo a trazer um hausto de expressividade vital a linguagem poética no Brasil, em contraste com os demais versejadores da época colonial. A critica descortina o fato de o autor ter dotado sua obra de violento sopro de vida, quando a poesia barroca, em geral era artificiosa e fria. Vale mencionar que não podemos vê-lo apenas como um poeta satírico, mas também como poeta religioso e mesmo como poeta lírico se tornou um dos mais representativos do barroco brasileiro. </div><div style="text-align: justify;">Suas poesias satíricas nos revelam seu espírito critico; a critica ao brasileiro explorado pelo colonizador, a critica ao próprio colonizador português, ao clero e aos costumes da sociedade baiana:</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">A cada canto um grande conselheiro,</div><div style="text-align: justify;">Que nos quer governar cabana e vinha:</div><div style="text-align: justify;">Não sabem governar sua cozinha,</div><div style="text-align: justify;">E podem governar o mundo inteiro!</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Em cada porta um bem freqüente olheiro</div><div style="text-align: justify;">Da vida do vizinho e da vizinha,</div><div style="text-align: justify;">Pesquisa, escuta, espreita e esquadrinha</div><div style="text-align: justify;">Para o levar a praça e ao terreiro</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Muitos mulatos desavergonhados,</div><div style="text-align: justify;">Trazidos pelos pés aos homens nobres;</div><div style="text-align: justify;">Posta nas palmas toda a picardia</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Estupendas usuras nos mercados:</div><div style="text-align: justify;">Todos os que não furtam, muito pobres:</div><div style="text-align: justify;">Eis aqui a cidade de Bahia</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Portanto, como é possível perceber pelo poema, Matos satiriza os fofoqueiros, ladrões e agiotas incompetentes.</div><div style="text-align: justify;">Além da poesia literária, temos outra face de expressão cultural: a música, que também está repleta de marcas sociais.Sua trajetória, ao contrario das outras artes no barroco brasileiro, é das menos conhecidas e das que nos deixou menos relíquias.</div><div style="text-align: justify;">Os teóricos barroquistas citam um famoso soneto de Mariano (também barroco): </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">E DEL POETA IL FIN LA MERAVIGLIA</div><div style="text-align: justify;">CHI NON AS FAR STUPIR, VADA ALTA STRIGLIA.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">A música tem que ser maravilhosa, grandiosa, produzir espanto no ouvinte, atacar nossos sentidos e ter muitos bordados e volutas. Ela nos mostra a vitória do individuo sobre o coro. Esse gênero instituiu a soberania do cantor: ele é o centro e é em torno dele que se monta todo o espetáculo. O tempo do interprete era o do prazer ou o do desprazer mundano; o êxtase religioso era uma forma de manifestar a sensibilidade ao extremo.</div><div style="text-align: justify;">rande parte da prática e do ensino era conduzida pelos religiosos, o que mais se produziu foi no gênero sacro, no qual o religioso potencializava o real e as suas perspectivas em razão de seus sonhos, desejos e crenças mais profundos, ditos através dessa linguagem sensível e simbólica em missas, motetos, antífonas, ladainhas e salmos, seja a capella, seja para solista com coro e orquestra.Os louvores, em sua maioria eram marcados pela percussão, e ampliados pelo uníssono do coro e sublinhados pelos metais.</div><div style="text-align: justify;">Padre José Mauricio Nunes Garcia é considerado um dos maiores compositores das Américas do seu tempo (1767-1830). Sua inapetência para a música profana foi uma de suas pedras de tropeço em uma sociedade marcada de desonestidade, corrupção, carregada de ambições e sexualidade desenfreada. </div><div style="text-align: justify;">A maior parte de suas composições estão voltadas para a música sacra, como TOTA PULCHRA ES MARIA (1783); ECCE SACERDOS (1798); BENDITO E LOUVADO SEJA (1814-1815), entre tantas outras. Mas também são de sua autoria e merecedoras de destaque as músicas dramáticas, orquestral e as modinhas, dentre elas No Momento da Partida e Beijo A Mão Que Me Condena:</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Beijo a Mão Que Me Condena ( modinha )</div><div style="text-align: justify;">Padre José Mauricio Nunes Garcia</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Beijo a mão que me condena</div><div style="text-align: justify;">a ser sempre desgraçado</div><div style="text-align: justify;">obedeço ao meu destino</div><div style="text-align: justify;">respeito o poder do fado</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Que eu ame, tanto sem ser amado</div><div style="text-align: justify;">Sou infeliz, sou desgraçado.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Contrapondo-se ao Padre Nunes Garcia temos Caetano Melo de Jesus, ao qual é atribuída, por muitas vezes a autoria de Cantata Acadêmica, obra entendida por muitos como ótimo exemplo da retórica típica da época. Assim como Gregório de Matos, Melo segue uma vertente de produção musical voltada para o profano:</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">(...)</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">“E bem que quis a mísera fortuna,</div><div style="text-align: justify;">Que vos fosse molesta e que importuna</div><div style="text-align: justify;">A hospedagem, Senhor, desta Bahia.</div><div style="text-align: justify;"><br />
Sabem os céus e testemunha sejam,</div><div style="text-align: justify;">Que dela os naturais só vos desejam</div><div style="text-align: justify;">Faustos anos de vida e saúde,</div><div style="text-align: justify;">De prospera alegria, pela afável virtude</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">De vossa generosa urbanidade,</div><div style="text-align: justify;">Com que a todos honrais, desta cidade!</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">(...)</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Oh! Quem me dera a voz, que dera a lira</div><div style="text-align: justify;">De Anfião e de Orfeu, que arrebatava os montes</div><div style="text-align: justify;">E fundava cidades, pois com elas erigira</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Um templo que servisse por memória</div><div style="text-align: justify;">E eterno momento á vossa glória!</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">(...)</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Oh! Se também tivera o canto grave</div><div style="text-align: justify;">Da filomela doce e cisne suave,</div><div style="text-align: justify;">Vosso louvor, sem pausa, cantaria,</div><div style="text-align: justify;">Com cláusula melhor, mais harmonia.”</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Os poetas e os músicos evadiram-se pelo culto exagerado da forma, sobrecarregando a poesia de figuras como a metáfora, a antítese, a hipérbole e a alegoria, voltando-se também para uma ornamentação musical mais elaborada e a combinação de instrumentações e vozes mais variadas em conjunto a oratórios e cantatas.</div><div style="text-align: justify;">Tanto a poesia quanto a música barroca são marcadas por uma linguagem complicada, excessivamente trabalhada através de expressões eruditas, de uma sintaxe extremamente rebuscada, com o uso freqüente de idéias apresentadas em ordem inversa, repetições e paralelismos. É fato que ambos apresentam uma característica que é muito forte: o pessimismo, onde a vida terrena é vista como triste, cheia de sofrimentos, enquanto a vida celestial é luminosa e tranqüila.</div><div style="text-align: justify;">Hoje muitas pesquisas continuam revelando obras musicais que foram dadas como perdidas, enriquecendo o nosso conhecimento sobre um campo que pouco conhecemos, onde existe muito para resgatar e entender. Mas com esse breve levantamento já conseguimos perceber que a música atuava como ‘processo’ de significado social, assim como a literatura e as demais artes, abordando os conflitos existenciais: fé x razão, teocentrismo x antropocentrismo, corrupções, desonestidades, que eram questões muito discutidas no século XVIII, e ainda presentes em pleno século XXI. </div>LÊhttp://www.blogger.com/profile/15044643032369954247noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7748431762833320574.post-31886053716008859882010-08-03T06:55:00.000-07:002010-08-03T06:55:49.323-07:00E COMEÇA A FLIP...INFORMAÇÕES DA FOLHA DE SÃO PAULO<br />
<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiJLg4e90j4LA1YWPY3vwfq4Y-L9oKzgGBuasr0rcvPbaKw4wK-njyLOcWMW1sZzuXVq2YEffWMfZ7__EjIRLxCHQ_r0odM5ftK889dwb4Ac521JGMl0UG41t8IE5mbF_irBWXwdMajY2hj/s1600/logo_flip_2007_baixa1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" bx="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiJLg4e90j4LA1YWPY3vwfq4Y-L9oKzgGBuasr0rcvPbaKw4wK-njyLOcWMW1sZzuXVq2YEffWMfZ7__EjIRLxCHQ_r0odM5ftK889dwb4Ac521JGMl0UG41t8IE5mbF_irBWXwdMajY2hj/s320/logo_flip_2007_baixa1.jpg" /></a></div><br />
Neste ano, a Flip (Feira Literária Internacional de Paraty) recebe 32 autores distribuídos em 18 mesas entre os cinco dias de festival (de 04 a 08 de agosto). <br />
<br />
Na mesa que abre esta edição do evento, o ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso, que fala sobre a obra de Gilberto Freyre. <br />
Destaque ainda para Ferreira Gullar, Moacyr Scliar, Isabel Allende, Robert Crumb, Colum McCann e Salman Rushdie. <br />
Veja abaixo a programação completa da Flip neste ano. <br />
Quarta-feira (04/08) <br />
19h - Conferência de abertura com Fernando Henrique Cardoso e Luiz Felipe de Alencastro<br />
21h30 - Show de abertura com Edu Lobo, Renata Rosa, Marcelo Jeneci e Quarteto de cordas da Academia da Osesp <br />
Quinta-feira (05/08) <br />
10h - Mesa 1 ("Ao Correr da Pena", com Edson Nery da Fonseca, Moacyr Scliar e Ricardo Benzaquen)<br />
12h - Mesa 2 ("De frente pro Crime", com Patrícia Melo e Lionel Shriver)<br />
15h - Mesa 3 ("Fábulas Contemporâneas", com Reinaldo Moraes, Ronaldo Correia de Brito e Beatriz Bracher)<br />
17h15 - Mesa 4 ("Veias Abertas", com Isabel Allende)<br />
19h30 - Mesa 5 ("O Livro: Capítulo 1", com Peter Burke e Robert Darnton) <br />
Sexta-feira (06/08) <br />
10h - Mesa 6 ("O livro: Capítulo 2", com Robert Darnton e John Makinson)<br />
12h - Mesa 7 ("Além da Casa-Grande", com Alberto da Costa e Silva, Maria Lúcia Pallares-Burke e Ângela Alonso)<br />
15h - Mesa 8 ("Chá Pós-Colonial", com William Boyd e Pauline Melville)<br />
17h15 - Mesa 9 ("Promessas de Um Velho Mundo", com A. B. Yehoshua e Azar Nafisi)<br />
19h30 - Mesa 10 ("Em Nome do Filho", com Salman Rushdie) <br />
Sábado (07/08) <br />
10h - Mesa 11 ("Andar com Fé", com Terry Eagleton)<br />
15h - Leitura ("Alguma Poesia", com Chacal, Antonio Cicero, Ferreira Gullar e Eucanaã Ferraz)<br />
17h15 - Mesa 13 ("Gullar, 80", com Ferreira Gullar)<br />
19h30 - Mesa 14 ("A Origem do Universo", com Robert Crumb e Gilbert Shelton)<br />
21h45 - Filme ("José & Pilar", com Miguel Gonçalves Mendes) <br />
Domingo (08/08) <br />
09h30 - Mesa Zé Kléber ("Paraty: Passando o Futuro a Limpo", com Victor Zveibil, Ana Carla Fonseca is e Luís Perequê)<br />
11h45 - Mesa 16 ("Gilberto Freyre e o Século 21", com José de Souza Martins, Peter Burke e Hermano Vianna)<br />
14h30 - Mesa 17 ("Cartas, Diários e Outras Subversões", com Wendy Guerra e Carola Saavedra)<br />
16h30 - Mesa 18 ("Nacional, Estrangeiro", com Benjamin Moser e Berthold Zilly)<br />
18h15 - Mesa 19 ("Livro de Cabeceira", em que convidados da Flip leem trechos de seus livros prediletos) <br />
<br />
Conheça abaixo todos os autores que participam da Flip neste ano. <br />
Abraham B. Yehoshua (1936 - Israel)<br />
Alberto da Costa e Silva (1931 - Brasil)<br />
Angela Alonso (1969 - Brasil)<br />
Azar Nafisi (1955 - Irã)<br />
Beatriz Bracher (1961 - Brasil)<br />
Benjamin Moser (1976 - EUA)<br />
Berthold Zilly (1945 - Alemanha)<br />
Carola Saavedra (1973 - Chile)<br />
Colum McCann (1965 - Irlanda)<br />
Edson Nery da Fonseca (1921 - Brasil)<br />
Fernando Henrique Cardoso (1931 - Brasil)<br />
Ferreira Gullar (1930 - Brasil)<br />
Gilbert Shelton (1940 - EUA)<br />
Hermano Vianna (1960 - Brasil)<br />
Isabel Allende (1942 - Peru)<br />
John Makinson (1954 - Inglaterra)<br />
Lionel Shriver (1957 - EUA)<br />
Luiz Felipe de Alencastro (1946 - Brasil)<br />
Maria Lúcia Garcia Pallares-Burke (1946 - Brasil)<br />
Moacyr Scliar (1937 - Brasil)<br />
Patrícia Melo (1963 - Brasil)<br />
Pauline Melville (1946 - Guiana)<br />
Peter Burke (1937 - Inglaterra)<br />
Ricardo Benzaquen (1952 - Brasil)<br />
Robert Crumb (1943 - EUA)<br />
Robert Darnton (1939 - EUA)<br />
Ronaldo Correia de Brito (1950 - Brasil)<br />
Salman Rushdie (1947 - Índia)<br />
Terry Eagleton (1943 - Inglaterra)<br />
Wendy Guerra (1970 - Cuba)<br />
William Boyd (1952 - Gana)<br />
William Kennedy (1928 - EUA)LÊhttp://www.blogger.com/profile/15044643032369954247noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7748431762833320574.post-78594521213387671622010-08-03T06:47:00.000-07:002010-08-03T06:47:50.880-07:00SÃO FEIAS... MAS SÃO MULHERES!POR ROSMARIO ZAPORA<br />
<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhUAPucmHOUkfUi-G6yS-tdnN3azN0C6b51Y9-DFM-JYgr1DOgloInb1d5sDKYX7oHbsp31-3zPLIVkgmFad4cZxTDjk1wCznGtPEdPyC4D7IpEbnRgJ1pChp3eJrSlki5uRRmgHQKD71pG/s1600/mulher.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" bx="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhUAPucmHOUkfUi-G6yS-tdnN3azN0C6b51Y9-DFM-JYgr1DOgloInb1d5sDKYX7oHbsp31-3zPLIVkgmFad4cZxTDjk1wCznGtPEdPyC4D7IpEbnRgJ1pChp3eJrSlki5uRRmgHQKD71pG/s320/mulher.jpg" /></a></div><br />
<div style="text-align: justify;">Hoje em dia a beleza é fundamental... Assim declara a mídia e ainda fala o significado de beleza: mulheres magras, com rosto perfeito e sem nenhuma mancha. Mas nem sempre foi assim, outrora a beleza era de diferentes maneiras e às vezes isolada. E para comprovar isto mostrarei o ponto de vista de um grande admirador da beleza feminina, o poeta Gregório de Matos.</div><div style="text-align: justify;"></div><div style="text-align: justify;">Viveu na Bahia no século XVII, em uma época que existiam muitos tipos e raças de mulheres: brancas, negras, baixas, altas, velhas, novas, viúvas, casadas, solteiras, fidalgas, escravas, freiras e prostitutas; e teve o prazer de apaixonar-se e possuir várias de cada gênero.</div><div style="text-align: justify;">Ao contrário do que pensam hoje, Gregório via nas mulheres belezas distintas e raras em mínimos detalhes, e em cada mirada seu desejo brotava e sua vontade de tê-las crescia.</div><div style="text-align: justify;">Desde seus tempos de criança, quando aluno em colégios jesuítas, já admirava figuras e imagens de mulheres e santas em livros que lia, e com o passar do tempo tomou gosto e prazer em fazer isto.</div><div style="text-align: justify;">“São feias, mas são mulheres”... Estas palavras que o poeta adorava repertir explicam que não interessava- lhe a beleza por um todo, mas a beleza que contém a mulher, seus corpos despertavam lhe os mais diversos sentimentos, desde o mais terno ao mais voraz.</div><div style="text-align: justify;">Ao passar uma escrava, não pensava que era uma escrava e sim uma mulher, com um belo molejo em seus quadris, com seus seios arredondados, que muitas vezes tivera a sorte e o prazer de velos, para fora das roupas surradas e sujas das cativas, e os belos pés negros descalços pelas ruas da Bahia.</div><div style="text-align: justify;">Quando via uma nobre fidalga, muitas vezes de rostos marcados pelas primaveras vividas, apreciava uma orelha bem desenhada, um belo par de tornozelos, que por descuido apareciam no levantar das várias faldas que utilizavam.</div><div style="text-align: justify;">As prostitutas... Ah as prostitutas, as suas primeiras fãs, nenhum homem travava elas igual Gregório. Sempre após de possuir uma delas, e sempre com muito carinho e desejo, recitava poesia ou contava algo interessante, coisas que elas adoravam.</div><div style="text-align: justify;">Gregório apreciava delicadezas e até mesmo as grosserias, sim, grosserias, por que uma mulher furiosa tem feições penetrantes. As formas da mulher era umas das coisas que mais sabia admirar e gostava de fazer: as belas coxas grossas, nádegas avantajadas, mãos macias, etc. </div><div style="text-align: justify;">Talvez um pensamento de Gregório possa se comparar com os pensamentos de hoje, ou pelo menos a idéia central, que as mulheres são demônios.</div><div style="text-align: justify;">Hoje uma grande parte dos homens pensam que elas, na maior parte do dia, só servem para falar da vida alheia, arrumar conflitos, gasta dinheiro e se preocupar com coisas fúteis, não que Gregório de Matos não pensara isto também, mas pensava mais nas mulheres demônios no amor. As mulheres quando possuídas na cama se transformavam, as santas se tornavam pecadoras enlouquecidas, as com rostos celestiais eram as mais perigosas e as feias e gordas também não ficavam atrás.</div><div style="text-align: justify;">Tudo isto que escrevo nestas linhas é comprovado pelos belos poemas que fez, como por exemplo, para Ângela de raríssima formosura, ou então para Custódia, sua parenta. Declarava-se de várias formas, inclusive com instrumentos, como fez para Catarina a quem dedilhou ternamente as cordas da lira. O poema a seguir é um dos exemplos, que fez a Maria dos Povos, um rebento de amor que viera ser sua esposa no futuro:</div><br />
“Discreta e formosíssima Maria,<br />
Enquanto estamos vendo a qualquer hora<br />
Em tuas faces a rosada Aurora,<br />
Em teus olhos, e boca o Sol, e o dia:<br />
Enquanto com gentil descortesia<br />
O ar, que fresco Adônis te namora,<br />
Te espalha a rica trança voadora,<br />
Quanto vem passear-te pela fria:<br />
Goza, goza, da flor da mocidade,<br />
Que o tempo trota a toda ligeireza,<br />
E imprime em toda a flor sua pisada.<br />
Oh não aguardes, que a madura idade<br />
Te converta em flor, essa beleza<br />
Em terra, em cinza, em pó, em sombra, em nada.”<br />
<br />
<br />
Como falei acima, ele sem preconceitos, gostara de todas as raças, este exemplo a seguir, é para demonstrar o afeto que tinhas pelas belas mulatas:<br />
<br />
<br />
<br />
Minha rica mulatinha, <br />
desvelo e cuidado meu, <br />
eu já fora todo teu, <br />
e tu foras toda minha;<br />
Juro-te, minha vidinha, <br />
se acaso minha qués ser,<br />
que todo me hei de acender <br />
em ser teu amante fino pois <br />
por ti já perco o tino, <br />
e ando para morrer.<br />
<br />
<div style="text-align: justify;">Estas poesias mostram bem o seu parecer sobre as mulheres, a imagem de anjos e ao mesmo tempo uma fonte de pecados, fonte esta que tanto gostara de beber e esbaldar se.</div><div style="text-align: justify;">Claro que nem sempre obtera sucesso, mas mesmo assim não deixara de as amar ou querelas, muito ao contrário do que as vezes ocorre hoje, que um simples não, transforma a formosa e bela guria, em uma arrogante e horrível prostituta.</div><div style="text-align: justify;">Creio que o que escrevi aqui pode ser um grande exemplo de um grande conqusitador mas acima de tudo um observador. Observador que mostra nos o quão importante é ver uma mulher com olhos de poeta, ver que todas elas têm suas belezas e defeitos, mas que fazem delas mulheres, um anjo e demônio ao mesmo tempo, que não vivemos sem, e isso Gregório sabia e muito bem. Podem ser magras, com rosto perfeito e sem nenhuma mancha, mas também gordas com marcas de expressões, amargas e nervosas, doceis e amáveis, morenas e claras, lindas ou feias... feias, mas são mulheres.</div><br />
REFERÊNCIAS<br />
• MIRANDA, A, Boca do Inferno, 1989;<br />
• http://pt.wikipedia.org;<br />
• http://www.infoescola.com/escritores/gregorio-de-matos-guerra/;<br />
• http://www.passeiweb.com/na_ponta_lingua/sala_de_aula/portugues/literatura_brasileira/autores/lirica;<br />
• http://www.filologia.org.br/ixcnlf/2/01.htm<br />
• http://www.cce.ufsc.br/~nupill/literatura/picaros.html.LÊhttp://www.blogger.com/profile/15044643032369954247noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7748431762833320574.post-19711624876751631882010-07-16T16:25:00.000-07:002010-07-16T16:25:16.879-07:00Fernão Cardim e seu entendimento sobre o gentio<strong>Por Cláudia de Geus Noernberg</strong><br />
<br />
<br />
<br />
<div style="text-align: justify;">Entre os cronistas e viajantes que estiveram no Brasil na época quinhentista, merece destaque o jesuíta Fernão Cardim, que foi uma das mais eminentes figuras da Companhia de Jesus, permanecendo quarenta e dois anos na aldeia de Abrantes, nos arredores de Salvador, aonde chegou em 1583. Em seus registros sobre os hábitos e costumes dos índios brasileiros, Cardim também revelou características dos próprios portugueses com quem tinha contato. Especialmente por sua capacidade de analisar de modo respeitoso e coerente as diferenças culturais entre os povos ameríndios e os povos europeus, conseguiu visualizar no Brasil “um novo mundo”, concepção que se refletiu em seus Tratados da Terra e Gente do Brasil, escritos entre 1583 e 1601, de modo específico naquele intitulado Do Princípio e Origem dos Índios do Brasil e de seus costumes, adoração e cerimônias.</div><div style="text-align: justify;">Embora esta obra atualmente seja objeto de vários estudos históricos e literários, posto que preciosa fonte de informação, muito tempo transcorreu até que se tornasse conhecida, valorizada e devidamente publicada, sobretudo por não existirem provas concretas de que Fernão Cardim era realmente o seu autor. Quando da publicação, em 1881, da primeira edição do “tratado sobre os índios do Brasil”, o historiador brasileiro Capistrano de Abreu, ao apresentar a obra, teceu inúmeros comentários a respeito de como chegou à conclusão de que a autoria do manuscrito era mesmo de Fernão Cardim. Após analisar momentos da trajetória deste jesuíta, fazendo uma analogia entre o manuscrito e a Narrativa Epistolar de uma Viagem e Missão Jesuítica - esta última publicada em 1847 e já atribuída a Fernão Cardim, o historiador descobriu inúmeros pontos em comum, tanto nas informações que convergiam, quanto na forma de escrever, que revelava o estilo de Cardim. Isso lhe possibilitou destilar uma crítica sutil à falta de interesse dos estudiosos portugueses em publicar o referido manuscrito, considerado anônimo até o momento, e que permaneceu inédito em língua portuguesa até 1847, embora tenha sido publicado parcialmente em inglês em 1625, com atribuição a outro autor.</div><div style="text-align: justify;">São estas as palavras de Capistrano de Abreu (1881):</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><em>O pequeno tratado sobre os índios que agora publicamos, ainda não foi impresso em português. Poucas pessoas examinaram-no em Évora, onde está o manuscrito original, e estas o não julgaram, ao que parece, digno de ser posto em circulação. Os ingleses não pensaram do mesmo modo: desde 1625 está ele traduzido em sua língua e faz parte da curiosa e raríssima coleção de Purchas. Foi aí que o lemos pela primeira vez e reconhecemos o seu interesse e seu valor.</em></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Transcorrido mais de um século, Ana Maria de Azevedo (2009, p. 65 - 66), licenciada em História pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, onde obteve o grau de mestre com a dissertação sobre a vida e a obra do Padre Fernão Cardim, ao fazer os comentários introdutórios dos tratados na edição de 2009, define com perspicácia os méritos deste nobre jesuíta:</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><em>É notório neste autor o Homem completo, que procura captar o maior número de conhecimentos, observando tudo o que o rodeia, um humanista que procura um saber em harmonia com o viver e ainda um saber em harmonia com um novo mundo. Mas sempre um saber global, total, que consiga transmitir o maior número de informações aos seus superiores. Nele encontramos o geógrafo, que estuda a terra, o seu clima e a sua habitabilidade; o etnógrago, que descreve os povos indígenas, seus usos e costumes, com respeito e coerência; o zoólogo e o botânico, que observa com rigor a fauna e flora desconhecidas, descrevendo-as de uma forma quase visual; o cronista que traça os hábitos das populações, até mesmo os gastronômicos, e que menciona as missões dos jesuítas, os seus colégios e residências, o estado das capitanias, os seus habitantes e suas produções, o progresso ou a decadência da Colônia e as suas causas, assim como os problemas que tinham de enfrentar diariamente, alertando mesmo o poder para as questões a resolver.</em></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">A partir dessas considerações, torna-se imprescindível examinar mais atentamente os manuscritos de Fernão Cardim, com atenção especial para a sua detalhada descrição dos hábitos e costumes dos índios brasileiros.</div><div style="text-align: justify;">Pelo fato de serem ágrafos, ou seja, por não possuírem língua escrita, considerou-se por muito tempo que os índios não tinham um sistema de crenças. Todavia, o testemunho dos cronistas e viajantes da época demonstrou o contrário. Cardim já inicia seu tratado sobre os índios, por ele denominados gentios, fazendo referência ao conhecimento destes sobre a ocorrência do dilúvio, embora o explicassem de modo confuso e diferente das escrituras. Afirma também que, embora os índios não tivessem conhecimento da existência do Criador, acreditavam que possuíam alma e que esta não morria. Em seguida explica que chamavam a Deus de Tupã - “pai que está no alto”, como o criador dos relâmpagos e trovões, bem como o provedor do sustento da tribo. Esses aspectos concernentes à existência ou não de um “ser criador” para os índios ainda têm sido objeto de investigação, havendo divergências entre estudiosos e etnólogos quanto ao grau de importância e quanto às atribuições de Tupã nas crenças indígenas.</div><div style="text-align: justify;">Em relação aos casamentos nas tribos, existia uma preocupação especial dos jesuítas, tendo em vista ser comum entre os índios a prática da poligamia e do adultério. Isso levou os padres a tomarem a decisão de considerarem como matrimonial a união de um casal com mais de trinta anos que vivesse em comunhão com seus filhos há vários anos. Em seu tratado, Cardim (2009, p. 176-177) apresenta algumas peculiaridades a respeito da sexualidade dos índios:</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><em>Nenhum mancebo se acostumava casar antes de tomar contrário, e perseverava virgem até que o tomasse e matasse correndo-lhe primeiro suas festas por espaço de dois ou três anos; a mulher da mesma maneira não conhecia homem até lhe não vir sua regra, depois da qual lhe faziam grandes festas; ao tempo de lhe entregarem a mulher faziam grandes vinhos, e acabada a festa ficava o casamento perfeito, dando-lhe uma rede lavada, e depois de casados começavam a beber, porque até aí não o consentiam seus pais, ensinando-os que bebessem com tento, e fossem considerados e prudentes em seu falar, para que o vinho lhe não fizesse mal, nem falassem cousas ruins, e então com uma cuia lhe davam os velhos antigos o primeiro vinho, e lhe tinham a mão na cabeça para que não arrevessassem, porque se arrevessava tinham para si que não seria valente e vice-versa.</em></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">A citação acima demonstra o quanto as anotações de Cardim se detiveram em questões que outros cronistas sequer mencionaram em seus registros. O navegador português, Pero Lopes de Souza, por exemplo, em seu Diário da Navegação, publicado em 1839, se preocupou mais em detalhar o cotidiano, o caminho que percorreu com a nau, os lugares por que passou, a situação geográfica, fazendo poucas referências aos índios, algumas inclusive errôneas, como o justificar que são muito tristes porque choram muito. No entanto, o tratado do padre Fernão Cardim (2009, p. 182-183) explica de maneira acertada o ritual do choro:</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><em>Entrando-lhe algum hóspede pela casa a honra que lhe fazem é chorarem-no: entrando, pois, logo o hóspede na casa o assentam na rede, e depois de assentado, sem lhe falarem, a mulher e filhas e mais amigas se assentam ao redor, com os cabelos baixos, tocando com a mão na mesma pessoa, e começam a chorar em altas vozes, com grande abundância de lágrimas, e ali contam em prosas trovadas quantas cousas têm acontecido desde que se não viram até aquela hora, e outras muitas que imaginam, e trabalhos que o hóspede padeceu pelo caminho, e tudo o mais que pode provocar a lástima e choro.</em></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Um tema que interessou muito a Cardim foi o modo pelo qual os índios criavam os filhos, já que na Europa as crianças eram criadas à margem de seus pais, sendo amamentadas por amas, o que eliminava qualquer possibilidade de criação de laços afetivos entre as mães e os recém-nascidos. Ele percebeu o quanto os índios amavam seus filhos, pois jamais os deixavam, levando-os presos em tipoias para todos os lugares, sem lhes aplicar qualquer castigo, por estimarem mais fazer bem aos filhos que a si próprios. Justificou também a estima dos índios pelos padres, tendo em vista que estes ensinavam os seus filhos a ler e escrever, contar e cantar.</div><div style="text-align: justify;">A antropofagia, assunto incessantemente abordado pelos cronistas em seus manuscritos, foi referenciada com tanta riqueza de detalhes, que facilmente impressionaria um leitor mais desavisado. A descrição feita por Cardim não deixa de incluir o ritual que se fazia posteriormente com o matador do inimigo, cujo sofrimento representava uma espécie de purificação para afastar de perto de si a alma do morto.</div><div style="text-align: justify;">O capítulo do tratado que se refere à diversidade de nações e línguas, no qual o padre enumerou cerca de cento e quatro nações ameríndias, a grande maioria delas não mencionadas nos textos quinhentistas, estabelece algumas distinções entre dois grupos considerados principais: os Tupis e os Tapuias. Os Tupis eram os que viviam na costa do mar e falavam uma só língua, de fácil aprendizagem, sendo suscetíveis à conversão ao cristianismo, pois tinham grande admiração pelos padres da Companhia de Jesus. Já as nações de Tapuias, inimigas dos Tupis e contrárias até mesmo entre si, falavam diferentes línguas e eram de difícil conversão, sendo apenas algumas nações de Tapuias amigas dos portugueses. A partir desses dois grandes grupos, Cardim descreveu características de cada uma das subcategorias de nações ameríndias. Até o momento, nenhum estudioso conseguiu apresentar uma explicação convincente sobre a origem de todos os nomes citados por Cardim.</div><div style="text-align: justify;">Não houve preocupação de incluir neste trabalho trechos da Narrativa Epistolar, de Fernão Cardim, posto que as informações nela apresentadas, quanto aos costumes e hábitos dos ameríndios, são muito semelhantes às do tratado ora analisado, sendo este último considerado mais adequado ao estudo, conforme justifica o historiador Capistrano de Abreu (1881):</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><em>Há simplesmente duas diferenças; a Narrativa foi dirigida a um amigo e nela o autor deixou seu estilo correr mais livremente, desenvolvendo certos pontos de preferência, referindo-se a objetos conhecidos pelo seu leitor; no opúsculo sobre os índios ele é mais conciso. Além disso, a Narrativa trata dos índios apenas como acidente da viagem, como adorno da paisagem; no Tratado, os índios são o objeto principal, e assim os esclarecimentos são mais condensados e encadeados uns aos outros.</em></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Os manuscritos de Fernão Cardim contribuíram enormemente para o enriquecimento cultural nacional, servindo como valiosa fonte informativa para as gerações que se seguiram, inclusive de escritores, que se deixaram envolver pelo fenômeno nativista e o fizeram transparecer em seus textos. Convém, pois, lembrar o dizer de Alfredo Bosi (1972, p. 16), em História Concisa da Literatura Brasileira, sobre a influência positiva que a literatura de informação exerceu sobre alguns célebres escritores brasileiros:</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><em>E não é só como testemunhos do tempo que valem tais documentos: também como sugestões temáticas e formais. Em mais de um momento a inteligência brasileira, reagindo contra certos processos agudos de europeização, procurou nas raízes da terra e do nativo imagens para se afirmar em face do estrangeiro: então, os cronistas voltaram a ser lidos, e até glosados, tanto por um Alencar romântico e saudosista como por um Mário ou um Oswald de Andrade modernistas. Daí o interesse obliquamente estético da “literatura” de informação.</em></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Finalmente, não merecem ser ignoradas as palavras de Rodolfo Garcia, um dos maiores estudiosos da obra de Fernão Cardim, em introdução à edição publicada em 1980 (apud AZEVEDO, 2009, p.10):</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><em>Quantos estudem o passado brasileiro hão de reconhecer que no acervo dos serviços prestados às nossas letras históricas existe em aberto grande dívida de gratidão para com esse meritório jesuíta. De fato, entre os que em fins do século XVI trataram das coisas do Brasil, foi Fernão Cardim dos mais crédulos informantes, em depoimentos admiráveis, que muita luz trouxeram à compreensão do fenômeno na primeira colonização do país. Foi dos precursores da nossa História, quando ainda o Brasil, por assim dizer, não tinha história. [...] Seus depoimentos são os de testemunha presencial, e valem ainda mais pela espontaneidade e pela sinceridade com que singelamente os prestou.</em></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">A valorosa contribuição histórica e literária prestada por Fernão Cardim deixa, sem dúvida, um convite inescusável a esse mergulho no passado, que não se destina apenas a teóricos, mas dirigi-se a todos aqueles que aspiram a um conhecimento mais aprofundado sobre o Brasil quinhentista e, principalmente, sobre seus primeiros habitantes. De fato, é uma leitura que não se pode dispensar.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Referências bibliográficas:</div><div style="text-align: justify;">BOSI, A. A condição colonial. In:____.História concisa da literatura brasileira. 2. ed. São Paulo: Cultrix, 1972. p. 11-29.</div><div style="text-align: justify;">CARDIM, F. Tratados da terra e gente do Brasil. Disponível em: <http: books.google.com.br="" books?id="z_AE0QqLBmoC&printsec=frontcover#v=onepage&q&f=false">Acesso em: 08 jun.2010.</div><div style="text-align: justify;">CARDIM, F. Dos princípios e origens dos índios no Brasil (introdução de Capistrano de Abreu). Disponível em: <http: dos-principios-e-origens-dos-indios-no-brasil-de-fernao-cardim-introducao-de-capistrano-de-abreu="" www.consciencia.org="">Acesso em: 11 jun. 2010.</div><div style="text-align: justify;">CARDIM, F. Narrativa epistolar de uma viagem e missão jesuítica. Disponível em: <http: narrativa-epistolar-de-uma-viagem-e-missao-jesuitica-fernao-cardim="" www.consciencia.org="">Acesso em: 08 jun. 2010</div><div style="text-align: justify;">SOUZA, P. L. Diário da navegação da armada. Disponível em: <http: books.google.com.br="" books?id="-F8CAAAAYAAJ&printsec=frontcover&dq=pero%20lopes%20de%20sousa%20diario%20da%20navega%C3%A7%C3%A3o&source=gbs_slider_thumb#v=onepage&q&f=false">Acesso em: 08 jun. 2010.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div>LÊhttp://www.blogger.com/profile/15044643032369954247noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7748431762833320574.post-25357101311030118172010-07-14T06:39:00.000-07:002010-07-14T06:39:35.421-07:00GRANDE POR NATUREZA: O BRASIL VISTO PELOS CRONISTAS<div style="text-align: justify;">POR KELLIS COELHO FARIAS </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O Brasil é uma terra de riquezas naturais que recebe a admiração de muitos povos cujos territórios não possuem tamanha variedade, beleza e extensão. O clima agradável e os lugares maravilhosos encontrados neste país, contribuem para o incentivo turístico dos próprios brasileiros, pouco conhecedores da importância que a natureza tem na história do Brasil. </div><div style="text-align: justify;"></div><div style="text-align: justify;">É preciso ir além do simples conhecimento de que o nome Brasil vem de uma árvore chamada pau-brasil, com a qual os índios produziam uma tinta avermelhada.</div><div style="text-align: justify;">As referências aos animais, às aves, muitas águas e árvores fornecem uma amostra da grandiosidade e beleza natural encontrada e registrada pelos cronistas, afinal, o impacto que a natureza brasileira causa nas pessoas, não é algo recente. A beleza dessas terras impressiona desde o início de sua história.</div><div style="text-align: justify;">Documentos que registram o início da história do Brasil revelam semelhanças na descrição dessa riqueza natural, elogiada por sua variedade, qualidade e beleza, oportunizando uma reflexão sobre o tratamento recebido pela natureza atualmente.</div><div style="text-align: justify;">O roteiro que norteará o levantamento das informações é formado pelas seguintes leituras: </div><div style="text-align: justify;">• Carta de Pero Vaz de Caminha a El Rei D. Manuel;</div><div style="text-align: justify;">• Duas Viagens ao Brasil: primeiros registros sobre o Brasil, de Hans Staden;</div><div style="text-align: justify;">• História da Província de Santa Cruz, de Pêro de Magalhães Gândavo;</div><div style="text-align: justify;">• Viagem à terra do Brasil, de Jean de Léry e</div><div style="text-align: justify;">• Livro Cronistas do Descobrimento contendo, entre outros, trechos sobre As Singularidades da França Antártica, de André Thevet.</div><div style="text-align: justify;">Por tratar-se de um grande número de informações, abordaremos apenas os aspectos relativos ao plantio da mandioca pelos indígenas, as grandes árvores encontradas, os frutos deliciosos e abundância de águas.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Sobre o plantio de raízes</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Todas as obras citadas têm em comum a referência ao plantio de raízes (mandioca), alguns descrevendo com maiores detalhes a forma como se plantava e como era produzida a farinha de mandioca. Essas informações podem ser levantadas com a observação de alguns trechos das referidas obras.</div><div style="text-align: justify;">Iniciando com a Carta de Pero Vaz de Caminha observamos uma referência ao plantio de raízes para a alimentação:</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><em>[...] Nem há aqui boi, nem vaca, nem cabra, nem ovelha, nem galinha, nem outra nenhuma alimária que seja acostumada ao viver dos homens, nem comem senão desse inhame – que aqui há muito [...] (CAMINHA, 1500). </em></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O que fora constatado por Caminha com relação à existência farta dessa raiz, é confirmado por Hans Staden quando, refere-se à maneira como os indígenas preparavam as raízes, conforme o texto a seguir:</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><em>[...] enterram as mudas das plantas de raízes, que usam como pão, entre as cepas das árvores. Essa planta chama-se mandioca. É um arbusto que cresce até uma braça de altura e cria três raízes. Quando querem preparar as raízes, arrancam o arbusto, retiram as raízes e os galhos e enterram novamente pedaços do tronco. Estes, então, geram raízes e crescem em seis meses, o necessário para que se possa consumi-los. (STADEN, 2008, p.142).</em></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Conforme a citação acima, verificamos que na obra de Hans Staden a descrição feita pelo autor não está restrita apenas ao modo de alimentação, mas inclui a informação da maneira pela qual os habitantes da terra a cultivavam.</div><div style="text-align: justify;">Na obra de Pêro de Magalhães Gândavo encontramos também referência ao plantio e cultivo da mandioca, concordando com os trechos já citados. Abaixo segue um exemplo:</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><em>Primeiramente tratarei da planta e raiz de que os moradores fazem seus mantimentos que la comem em logar de pão. A raiz se chama mandioca, e a planta de que se gera he de altura de hum homem pouco mais ou menos. Esta planta nam he muito grossa, e tem muitos nós: quando a querem plantar em alguma roça cortão-na e fazem-na em pedacos, os quaes metem debaixo da terra, depois de cultivada, como estacas, e dahi tornaõ arrebentar outras plantas de novo: e cada estaca destas cria tres ou quatro raízes [...]. (GÂNDAVO,1980,cap. V).</em></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Observamos no trecho citado acima a semelhança na narrativa da descrição do plantio da mandioca entre Hans Staden e Gândavo. </div><div style="text-align: justify;">Informação semelhante é encontrada na obra de André Thevet, a qual faz menção da raiz muito comum e bastante consumida pelos moradores da terra, conforme o trecho a seguir:</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><em>[...] por terem eles grande abundância dessa raiz, quase não comem outra coisa, ela é tão comum entre eles quanto o pão é para nós.</em></div><div style="text-align: justify;"><em>Dessa raiz encontram-se duas espécies do mesmo tamanho. A primeira, depois de cozida, fica amarela como o marmelo; a outra, fica esbranquiçada. E essas duas espécies têm folha semelhante ao maná e nunca dão sementes. Por isso, os selvagens plantam de novo a mesma raiz cortada em rodelas (...) que se multiplica em abundância. (OLIVIERI, A. C.; VILLA, M. A., 2008, p. 61).</em></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">egundo a citação mencionada anteriormente, confirma-se que o cultivo e o consumo da mandioca era uma prática comum dos indígenas. Esse fato também é relatado por Jean de Léry, de acordo com um trecho de sua obra Viagem à terra do Brasil, encontrada no livro Cronistas do Descobrimento:</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><em>No referente aos campos e às terras, cada pai de família terá também algumas jeiras à parte, que ele escolhe onde quer, segundo sua comodidade, para fazer roça e plantar suas raízes [...] (OLIVIERI, A. C.; VILLA, M. A., 2008, p.70).</em></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Com a contribuição dessa citação, fica evidente pelo relato unânime dos cronistas, que a principal fonte de alimentação dos índios vinha do plantio da mandioca, comparado ao consumo habitual de pão daqueles que chegaram ao Brasil. Alguns relatando de forma mais detalhada, outros mais resumidamente, no entanto, todos abordam a questão do plantio dessas raízes tão comuns no país.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Sobre as árvores</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">As árvores chamaram a atenção dos autores pelo seu porte e utilidade.</div><div style="text-align: justify;">Na Carta de Pero Vaz de Caminha, observamos que as árvores encontradas foram citadas pelo seu grande porte, conforme o trecho abaixo:</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><em>[...] houvemos vista de terra, a saber: primeiramente, de um grande monte mui alto e redondo; de outras serras mais baixas, ao sul dele; e de terra chã (plana), com grandes arvoredos [...](CAMINHA, 1500).</em></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Também de Caminha, a citação abaixo concorda com a anterior, informando sobre os grandes arvoredos que aqui se destacam pela vasta quantidade:</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><em>Alguns diziam que viram rolas, mas eu não as vi; mas como os arvoredos são muitíssimos, grandes e de infindas maneiras, não duvido que por esse sertão haja muitas aves. (CAMINHA, 1500). </em></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Com relação às árvores, além de Caminha, acima mencionado, outro autor cita em sua obra esse aspecto da natureza encontrada. É o caso de Hans Staden que fez seu registro da seguinte forma ao valorizar o aspecto visual:</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><em>A América é uma terra extensa. (...) Tem um aspecto aprazível. As árvores estão sempre verdes. (STADEN, 2008, p. 133).</em></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Ainda na obra de Staden, ao se referir às árvores, além da cor, o autor descreve uma determinada espécie utilizada para o transporte dos índios. O trecho abaixo esclarece tal utilidade:</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><em>Existe lá um tipo de árvore a que chamam de Igá-ibira. As cascas dessa árvore desprendem-se de cima até embaixo num único pedaço, e, para tanto, eles erigem uma proteção especial em torno da árvore, de forma a que se desprenda inteira. Em seguida pegam a casca e levam-na da montanha até o mar. Aquecem-na com fogo e curvam-na para cima na frente e atrás, mas antes disso amarram no centro pedaços de madeira no sentido transversal, para que não deforme. Assim fazem canoas em que até trinta deles podem ir à guerra. (STADEN, 2008, p.156-157).</em></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">As árvores que chamaram a atenção de Hans Staden pela beleza e utilidade, são descritas sob outro olhar na obra de Pêro de Magalhães Gândavo. Primeiramente, registrando a manifestação da natureza devido à existência de muitas árvores:</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><em>[...] e quando amanhece as mais das vezes està o Ceo todo coberto de nuvens, e assi as mais das manhãs chove nestas partes, e fica a terra toda coberta de nevoa por respeito de ter muitos arvoredos que chamão a si todos estes humores. (GÂNDAVO, 1980, cap. II).</em></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Além da grande quantidade causadora de névoas, uma função medicinal é citada pelo autor. Esse é outro aspecto abordado, conforme o trecho a seguir:</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><em>Hum certo genero de arvores ha tambem pelo mato dentro na Capitania de Pernambuco a que chamam Copahibas de que se tira balsamo mui salutifero e proveitoso em extremo, para enfermidades de muitas maneiras [...]. (GÂNDAVO, 1980, cap.V).</em></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Gândavo citou, além dessa primeira espécie usada para fins medicinais, uma outra, também utilizada na fabricação de um bálsamo. A evidência disso é o seguinte trecho:</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><em>Outras arvores differentes destas ha na Capitania dos llhéos, e na do Spirito Santo a que chamão Caborahibas, de que tambem se tira outro balsamo: o qual sae da casca da mesma arvore, e cheira suavissimamente. Tambem aproveita para as mesmas enfermidades [...]. (GÂNDAVO</em>, 1980, cap. V).</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Após a descrição de Pero de Magalhães Gândavo em suas observações sobre o uso medicinal da natureza, citamos o registro de André Thevet, descrevendo a conhecida atualmente como bananeira:</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><em>E como estamos falando de árvores, descreverei mais uma, não para ampliar este relato, mas sim movido pela grande virtude e incrível singularidade das coisas, pois nada de semelhante se encontra na Europa, na Ásia ou na África. Trata-se de uma árvore que os selvagens chamam de pacuer, porventura a mais admirável que se possa encontrar. Em primeiro lugar, do chão à rama, não tem ela mais de uma braça de altura, aproximadamente, e seu tronco tem uma grossura tal que um homem pode cingi-lo com as duas mãos. Isso, entenda-se, depois de crescida. E seu caule é tão macio que pode ser cortado facilmente com uma faca. (OLIVIERI, A. C.; VILLA, M. A., 2008, p. 62).</em></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">De acordo com a citação acima, sobre a impressão de Thevet, a natureza brasileira causa admiração por suas incríveis características. As árvores grandiosas e tão admiradas estão registradas nessas obras de várias formas. </div><div style="text-align: justify;">Um exemplo importante sobre descrição da natureza é a que trata da árvore que dá nome ao país. A obra de Jean de Léry descreve a árvore do pau-brasil, conforme o exemplo abaixo:</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><em>Ao falar das arvores deste paiz devo começar pela mais conhecida entre nós, esse pau-brail de que a terra, por influencia nossa, tomou o nome e é tão apreciado graças á tinta que delle se extrahe. Os selvagens o chamam arabutan. Notamos que é arvore que engalha como o carvalho das nossas florestas, havendo algumas tão grossas que tres homens não lhes abraçariam o tronco. (LERY,1880, cap XIII).</em></div><div style="text-align: justify;"><em><br />
</em></div><div style="text-align: justify;">Com a citação acima, juntamente com a demais sobre a natureza do Brasil representada pelas árvores, é interessante notar a riqueza de informações registradas, das mais diversas formas e ênfases, evidenciando a grande variedade de árvores encontradas pelos cronistas. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Sobre os frutos</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">a qualidade dos frutos encontrados nas terras do Brasil também foi registrada pelos cronistas, juntamente com uma informação que apresenta a relação tempo-natureza.</div><div style="text-align: justify;">Pero Vaz de Caminha fez uma referência à qualidade dos palmitos encontrados, conforme o trecho a seguir:</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><em>Andamos por aí vendo a ribeira, a qual é de muita água e muito boa. Ao longo dela há muitas palmas, não muito altas, em que há mui bons palmitos. Colhemos e comemos muitos deles. (CAMINHA, 1500).</em></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Sob um olhar diferente em relação ao de Caminha, as frutas são mencionadas por Hans Staden como uma referência de tempo para os índios. Maiores detalhes podem ser observados com a citação abaixo:</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><em>Quando querem empreender uma expedição guerreira no território do inimigo, os chefes reúnem-se e discutem como isto deve ser feito. Informam os homens em todas as cabanas para que se armem e, nessa ocasião, mencionam uma espécie de fruta de uma árvore; partem quando a fruta amadurece, pois não conhecem nem os anos nem os dias. (STADEN, 2008, p. 158).</em></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Conforme o aspecto abordado por Staden na citação acima, além do uso para a alimentação, as frutas tinham o importante papel de marcar o tempo para os indígenas, possibilitando assim a organização de seus planos de guerra.</div><div style="text-align: justify;">Já na obra de Pero de Magalhães Gândavo, encontramos uma informação sobre a existência de pessoas alimentadas durante dias apenas por frutas. O trecho a seguir mostra:</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><em>Outras muitas fruitas ha nesta Provincia de diversas qualidades comuns a todos, e são tantas que já se acharão pela terra dentro algumas pessoas as quaes se sustentavão com ellas muitos dias sem outro mantimento algum. Estas que aqui escrevo, são as que os portuguezes têm entre si em mais estima, e as melhores da terra. (GÂNDAVO, 1980, cap, V).</em></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Além da fartura vista por Gândavo, garantindo inclusive a sobrevivência, as frutas impressionaram outro autor, André Thevet, que registra a sua opinião sobre a excelente qualidade dos frutos encontrados, conforme o seguinte trecho:</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><em>Quanto ao território de toda a América, é muito fértil em árvores que dão frutos excelentes [...]. (OLIVIERI, A. C.; VILLA, M. A., 2008, p. 60).</em></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Esses frutos excelentes citados por Thevet recebem elogios também na obra de Léry, conforme o seguinte trecho encontrado:</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><em>Vendo-nos mais refeitos, mandaram incontinenti servir, à sua moda, ótimas carnes, como veação, aves, peixes e frutos deliciosos, que nunca lhes faltam. (OLIVIERI, A. C.; VILLA, M. A., 2008, p.78).</em></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Deliciosos frutos citados acima, que impressionaram também por sua variedade. Todos os autores registraram as características que tornavam esses frutos tão especiais e pelos quais eles tinham grande estima. Frutos que demonstram todo o potencial da natureza existente. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Sobre as águas</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">As águas existentes no Brasil chamaram a atenção dos cronistas pela sua grande quantidade. A beleza dos rios também foi registrada por esses autores.</div><div style="text-align: justify;">Na Carta de Pero Vaz de Caminha as águas foram mencionadas pela quantidade de água, conforme o trecho a seguir:</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><em>Passaram um rio que corre por aí, de água doce e de muita água, que lhes dava pela braga, e muitos outros com ele. (CAMINHA, 1500).</em></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Além da informação acima sobre a existência de muita água no Brasil, a Carta de Caminha apresenta-nos mais outro: </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><em>Andamos por aí vendo a ribeira, a qual é de muita água e muito boa. (CAMINHA,1500).</em></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">As águas do Brasil citadas na Carta de Pero Vaz de Caminha pela abundância e qualidade, encontraram lugar também na obra de Hans Staden por sua beleza e quantidade. Pode-se notar isso, com o trecho a seguir: </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><em>Entre as montanhas há numerosos e belos cursos de água, onde há caça em abundância. (STADEN, 2008, p.134).</em></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Com essa citação, é possível verificar que as águas faziam parte de vários outros aspectos que marcavam a natureza do país, como por exemplo, a farta existência de caça. </div><div style="text-align: justify;">Pero de Magalhães Gândavo refere-se às águas como infinitas, registrando a existência de rios existentes, conforme a citação a seguir:</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><em>As fontes que ha na terra sam infinitas, cujas agoas fazem crescer a muitos e mui grandes rios que por esta costa, assi da banda do Norte, como do Oriente, entram no mar Oceano. (GÂNDAVO, 1980, cap. II).</em></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Além do registro sobre os rios por Gândavo, as águas aparecem na narrativa de André Thevet, apontando para a sua extensão. O trecho abaixo é um exemplo disso:</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><em>São essas terras situadas realmente entre os trópicos, indo além do Trópico de Capricórnio, confinando do lado ocidental com Temistitã e as Molucas; ao sul, com o estreito de Magalhães, e dos dois lados com o Mar Oceano e o Pacífico. É verdade que perto de Daren e Furna a terra é muito estreita, pois o mar a adentra muito dos dois lados. (OLIVIERI, A. C.; VILLA, M. A., 2008, p.60).</em></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O trecho anteriormente citado demonstra a noção de extensão percebida por Thevet.</div><div style="text-align: justify;">Já na obra de Léry, destacamos seu registro quanto à formosura dos rios, segundo o trecho a seguir:</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><em>Na terra firme que rodeia este braço de mar existem, ao fundo, mais dois formosos rios d'agua doce, affluentes d'aquelle, nos quaes naveguei com outros patricios por uma vinte leguas interior a dentro, parando nas muitas aldeias de selvagens que alli existem dum lado e de outro. (LERY, 1880, cap. VII).</em></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Pela citação acima, notamos o registro da beleza dos rios existentes feita por Léry, concordando com os demais cronistas ao relatarem sobre a formosura dos rios, águas doces e muita água encontrada.</div><div style="text-align: justify;">Ao registrarem suas impressões, mesmo que sob olhares diferentes, os cronistas apontaram em suas obras a força que possui a natureza brasileira: na variedade das árvores, dos frutos, a abundância da águas, o plantio e sustento dos índios etc. Muitas outras informações são levantadas pelos cronistas e com ricos detalhes, abrangendo também a caça, os animais e o modo de vida dos povos que habitavam as terras do Brasil.</div><div style="text-align: justify;">Todas essas considerações a respeito das grandezas naturais têm a finalidade de evidenciar a força da presença diversificada e extravagante em cores e espécies, caracterizando o país. E tudo isso já acontece há muito tempo, entretanto, as pessoas têm deixado de reconhecer essa riqueza natural.</div><div style="text-align: justify;">A natureza que no passado, impressionou homens desbravadores, atualmente sofre os maus tratos de um povo que não cuida e nem valoriza algo que desde o princípio de sua história tem caracterizado essa nação: a natureza exuberante.</div>LÊhttp://www.blogger.com/profile/15044643032369954247noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7748431762833320574.post-15383255901410171852010-07-12T16:14:00.000-07:002010-07-12T16:14:27.386-07:00O ÚLTIMO SUSPIRO<div style="text-align: justify;">POR FÁBIO AUGUSTO STEYER</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgjvjqjWczJH7Wpf4BwcNP_lVnJoleFTu9NnhWmZZnqESLwlr4PzCdPYjnKFK0o7_rem7-24cvxxG2BEermU4EPqCm0BjwlV5FY3tbyLDXBYIQDyREF0tD-1w3U3ZNKxq9vd1peqjobCezB/s1600/suspiro.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" rw="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgjvjqjWczJH7Wpf4BwcNP_lVnJoleFTu9NnhWmZZnqESLwlr4PzCdPYjnKFK0o7_rem7-24cvxxG2BEermU4EPqCm0BjwlV5FY3tbyLDXBYIQDyREF0tD-1w3U3ZNKxq9vd1peqjobCezB/s320/suspiro.jpg" /></a></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Bruno não é daqueles caras que metem bronca com tudo. É tranqüilo. Até demais. Mas aquela situação era completamente insustentável...</div><div style="text-align: justify;"></div><div style="text-align: justify;">Tem dias em que tudo dá errado. E foi o que aconteceu naquela terça-feira, véspera de feriado.</div><div style="text-align: justify;">Foi um dia de “anti-herói”, e Bruno se sentiu Macunaíma diante de tal acontecimento. Tá bom... Macunaíma, não. Talvez Dom Quixote... Cada um escolhe a personagem que melhor representar o drama encenado naquele que é o mais interessante palco de todos: a platéia.</div><div style="text-align: justify;">Um detalhe que não podemos deixar de fora da história: nosso protagonista tem uma mania um tanto inusitada: é completamente viciado por suspiros!!! Bruno é capaz de qualquer coisa para conseguir um pacote deles. Chega a lamber os beiços, a salivar quando vê aqueles flocos nevados de açúcar, montanhas de gelo a provocar – coma-me! -, a transformar a razão em sentimento mais passional e ardoroso do que o de torcedor fanático em dia de clássico no futebol.</div><div style="text-align: justify;">Bruno é assim. Um sujeito tranqüilo. Que devora suspiros como ninguém neste mundo. Sempre acompanhados de Fanta light. É verdade. Talvez a bebida seja o mais estranho desse vício. Sem Fanta light não tem suspiros. Não tem graça...</div><div style="text-align: justify;">Pois foi assim que tudo começou.</div><div style="text-align: justify;">Bruno foi ao supermercado, comprou um pacote de suspiros e um litrão de Fanta light e foi para o Cine Palladium, que naquela inspirada semana (real ou fictícia, isso ninguém sabe) estava exibindo uma retrospectiva do Fellini. O filme era “A Doce Vida”, com Marcelo Mastroianni e Anita Ekberg.</div><div style="text-align: justify;">Sala vazia, véspera de feriado, dia ideal para um programa cinematográfico.</div><div style="text-align: justify;">Mas aquela situação era completamente insustentável...</div><div style="text-align: justify;">Luzes apagadas, filme em exibição e Bruno mastigava incansável os seus suspiros. O ranger dos dentes sobre os montes alvos e gorduchos só era interrompido pelos ávidos goles de Fanta light e pelos devaneios da bela moça na fila da frente, que suspirava toda vez que Mastroianni aparecia na tela, desviando a atenção de Bruno.</div><div style="text-align: justify;">Ao arranjo gastronômico e amoroso que ritmava as ações de Bruno, enfastiado com os suspiros, e da menina que platonicamente devorava o olhar do galã italiano, veio se juntar um novo e perturbador elemento: na primeira fila, um casal de meia idade fazia amor, no chão, sob as luzes e sombras projetadas da tela em toda a sala de exibição. Roupas esvoaçantes e sussurros de glória e dor harmonizavam a coreografia daquela dança provocante e sinfônica, intensificando o estarrecimento dos espectadores das fileiras mais próximas.</div><div style="text-align: justify;">Bruno é um cara tranqüilo. Até demais. Mas aquela situação era completamente insustentável...</div><div style="text-align: justify;">Ele olhava para a moça em sua frente e ela parecia não perceber nada, hipnotizada pela cena de amor de Anita Ekberg e Mastroianni na Fontana di Trevi.</div><div style="text-align: justify;">Mastigava seus suspiros, bebia sua Fanta light e estava completamente perturbado com aquele casal transando assim, descaradamente, na primeira fila do cinema.</div><div style="text-align: justify;">E a moça não fazia absolutamente nada...</div><div style="text-align: justify;">De repente, Bruno viu diante de si um suspiro gigante, que vinha em sua direção. Ameaçador, ele tinha olhos vermelhos e ovalados, e chegava cada vez mais perto. Bruno não via mais nada em seu redor, apenas o suspiro enorme, branco, sobre seu corpo, fazendo amor e sussurrando mensagens completamente inadequadas para um texto literário de respeito. </div><div style="text-align: justify;">Prestes a atingir o ápice daquele momento, Bruno gritou:</div><div style="text-align: justify;">- Cheeeegaaaa!!!!!</div><div style="text-align: justify;">Por alguns segundos todo o cinema parou.</div><div style="text-align: justify;">O casal da primeira fila interrompeu o ato e olhou para trás.</div><div style="text-align: justify;">A bela moça da poltrona em frente olhou para Bruno.</div><div style="text-align: justify;">Ele corou.</div><div style="text-align: justify;">Ela desviou seu olhar para a Fontana di Trevi e suspirou profundamente.</div><div style="text-align: justify;">Bruno encheu as narinas de ar e lentamente soltou pela boca.</div><div style="text-align: justify;">Pediu desculpas para si mesmo e riu. Um riso amargo e com uma pontinha de ironia. </div><div style="text-align: justify;">Enfiou a mão no pacote de guloseimas. Só havia sobrado um.</div><div style="text-align: justify;">Então comeu o último suspiro, bebeu o resto da Fanta light e foi embora, pensando no ciclo de Hitchcock que começaria na semana seguinte.</div>LÊhttp://www.blogger.com/profile/15044643032369954247noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7748431762833320574.post-37948977883163576042010-07-10T10:37:00.000-07:002010-07-10T10:37:52.246-07:00O MAR E O AMANHECERPOR FÁBIO AUGUSTO STEYER<br />
<br />
<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiV8oOj3kVUE13wE5d4uZN_URjaRcDaOVd94UUQ5JLwhYQKU4i8TOjqeBjoY1GUGmupz2OQESsQh3xe6o91wkulOXvkxS_GUgZYAoAxD2RxtUQw28sBxA84D8b-WiG3de64-eHuZTsQzKeY/s1600/porto-do-funchal-no-amanhecer1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" rw="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiV8oOj3kVUE13wE5d4uZN_URjaRcDaOVd94UUQ5JLwhYQKU4i8TOjqeBjoY1GUGmupz2OQESsQh3xe6o91wkulOXvkxS_GUgZYAoAxD2RxtUQw28sBxA84D8b-WiG3de64-eHuZTsQzKeY/s320/porto-do-funchal-no-amanhecer1.jpg" /></a></div><br />
Era o vaivém das ondas<br />
marcando o sono distante,<br />
as horas longas de espera<br />
os passos presos no instante.<br />
<br />
Era o pulsar das horas<br />
soprando areia no sonho,<br />
em concha quase tapera,<br />
canção de um vazio tristonho.<br />
<br />
Era o barulho das conchas<br />
regendo vil maresia,<br />
violas mudas e tensas<br />
inquietas na calmaria.<br />
<br />
Era o som das violas<br />
dentro de mim,<br />
retumbando assim,<br />
retumbando sim...<br />
Era o som das violas,<br />
pra não sofrer,<br />
retumbando a dor até morrer,<br />
retumbando assim,<br />
retumbando sim...<br />
entre o mar e o amanhecer.LÊhttp://www.blogger.com/profile/15044643032369954247noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7748431762833320574.post-27589051307347669512010-07-09T13:57:00.000-07:002010-07-09T13:58:51.798-07:00A NUDEZ DO ÍNDIO VISTA PELOS CRONISTAS DO DESCOBRIMENTOPOR YARA FERNANDA NOVATZKI<br />
Acadêmica do 2º ano de Letras Português-Inglês. Ponta Grossa-PR<br />
<br />
Contato: yarafernandan@hotmail.com<br />
<br />
A Literatura de Informação ou Quinhentismo foi um movimento que surgiu no século XVI, na época em que o Brasil foi descoberto, quando os viajantes vieram para cá por meio das grandes navegações, com toda a ganância da expansão marítima, conquistas e dominações de novos territórios, tentando ganhar espaço e novos adeptos ao seu modo de viver. E foi aqui que encontraram o que realmente eles queriam, um “prato feito”, pronto para a apropriação dos Portugueses.<br />
<div style="text-align: justify;">Admirados com todas as belezas encontradas aqui, os que eram testemunhas de tal acontecimento passaram a fazer relatórios, documentos e cartas para descrever, noticiar e exaltar a exuberância da fauna, da flora, dos habitantes e das riquezas que aqui se encontravam, de forma a apresentar aos seus superiores, em Portugal, a respeito do Novo Mundo que haviam encontrado.</div><div style="text-align: justify;">Estes textos escritos só foram traduzidos e publicados a partir do século XIX, por falta de estruturas que viabilizassem tal feito e pelas poucas condições que havia para a impressão dos livros. Antes disso, para que as pessoas conhecessem as histórias que os livros continham, eles eram reproduzidos através de cópias manuscritas feitas, por exemplo, pelos monges.</div><div style="text-align: justify;">A linguagem usada pelos autores na época era bastante estilizada, contendo inúmeros adjetivos e muita criatividade por parte dos autores, de modo que apresentavam na escrita muita riqueza e precisão de detalhes, sendo fiéis ao máximo a respeito do que estavam vendo e sentindo.</div><div style="text-align: justify;">Dentre os principais autores que se destacaram naquela época, mencionarei apenas cinco deles, Pero Vaz de Caminha, Hans Staden, André Thevet, Gabriel Soares de Sousa e Fernão Cardim identificando, dentre muitas coisas que eles escreveram, a respeito de como viam a nudez dos índios. </div><div style="text-align: justify;">O primeiro autor a ser abordado é Pero Vaz de Caminha, que veio para o Brasil com o título de escrivão da armada. Foi autor de uma importantíssima carta escrita para El Rei D. Manuel, a respeito das primeiras impressões tidas do Brasil. Esta carta foi escrita entre os dias 26 de abril e 1º de maio de 1500, e é considerada o primeiro documento escrito da História do Brasil, em forma de relatório, apresenta uma ordem cronológica e clareza dos fatos narrados.</div><div style="text-align: justify;">Como muitos autores da época, certamente, o que mais chamou a atenção e causou maior estranheza aos Portugueses que aqui chegaram, foi, a primeira vista, o modo como os indígenas se “vestiam”. </div><div style="text-align: justify;">Essa primeira impressão gerou constrangimento e indignação diante da nudez dos índios, e isso é relatado de forma bem explícita em vários trechos da carta escrita por Caminha para El Rei, como pode-se perceber:</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><em> “[...] homens pardos, todos nus, sem nenhuma coisa que lhes cobrisse suas vergonhas.” (CAMINHA, 1500, p. 2)</em></div><div style="text-align: justify;"><em><br />
</em></div><div style="text-align: justify;"><em>A feição deles é serem pardos, [à] maneira de avermelhados, de bons rostos e bons narizes, bem feitos. Andam nus, sem nenhuma cobertura, nem estimam cobrir nenhuma coisa, nem mostrar suas vergonhas: acerca disso, estão em tanta inocência como tem em mostrar o rosto. (CAMINHA, 1500, p. 2)</em></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Percebe-se que as maneiras como os índios se portavam diante dos portugueses eram vistas como algo que incomodava, era inadmissível para quem era membro de uma sociedade em que as roupas, na maioria das vezes, eram as que denunciavam qual era o nível social que a pessoa se encontrava, como no caso de Caminha.</div><div style="text-align: justify;">Acredito que era por isso que os índios eram tratados pelos Portugueses, devido à influência da carta de Caminha, como inocentes, pois, eram “donos” de tantas riquezas presentes ali e não se davam conta, por causa dos seus costumes de andarem nus, de tal realidade. E como os índios, segundo os Portugueses, talvez não tivessem tanta capacidade para administrar todas estas riquezas, logo os Portugueses, por interesses próprios, passariam a tomar conta de tudo.</div><div style="text-align: justify;">Em relação ao tratamento dado às índias, mulheres e moças, soou de forma diferenciada esta visão que Caminha tinha a respeito dos índios (homens), me pareceu mais a vontade ao ver as índias nuas. Como se pode notar a seguir:</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><em>"Entre eles ali andavam três ou quatro moças, bem moças e bem gentis, com cabelos muito pretos compridos pelas espáduas, e suas vergonhas tão altas e tão cerradinhas, e tão limpas das cabeleiras, que de nós muito bem olharmos não tínhamos nenhuma vergonha. [...]. Uma daquelas moças era toda tinta daquela tintura, de fundo acima, a qual, certo, era tão bem feita e tão redonda, e sua vergonha, que ela não tinha, [era] tão graciosa que a muitas mulheres da nossa terra -vendo-lhe tais feições- faria vergonha, por não terem a sua como ela." (CAMINHA, 1500, pp. 04-05)</em></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Foi bem ousado ao fazer estes comentários, chegando até a comparar a “beleza” “superior” da índia em relação às mulheres portuguesas, ficando evidente que estava gostando e admirando tudo aquilo que estava vendo. E como Caminha era católico, e a imagem do corpo nu era símbolo do pecado, ele por um instante ao admirar as “vergonhas” das índias se deixou cair em pecado, deixando transparecer o seu lado mais malicioso.</div><div style="text-align: justify;">Por não aceitar este tipo de atitude, andar nu, não aceitar os costumes que os índios tinham, Caminha tenta de alguma forma fazer com que eles se “vistam” com os costumes dos brancos, com roupas descentes, para que se adaptem a viver conforme os Portugueses estão acostumados. Percebe-se isso nos seguintes trechos: </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><em>“[...] deu-lhes um barrete vermelho e uma carapuça de linho, que levava na cabeça, e um sombreiro preto.” (CAMINHA, 1500, p.2) e “Deu-lhe [o capitão] uma camisa mourisca; ao outro, uma camisa dessas outras.” (CAMINHA, 1500, p. 13).</em></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><em>"Dos que o capitão trouxe, um deles era um dos seus hospedes, que, à primeira [vez], quando aqui chegamos, lhe trouxeram –o qual veio hoje aqui vestido com a sua camisa- e com ele o seu irmão, os quais, nessa noite, foram mui bem agasalhados, assim de vianda, como de cama, de colchões e lençóis, para mais os amansar." (CAMINHA, 1500, p.12)</em></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Insistentemente, devido à “inocência” do índio, queriam mudar o modo como eles andavam. Tentando empregar uma cultura que não fazia parte da realidade em que viviam, tentando torná-los civilizados, mas com resultados não muito satisfatórios: “[...] os quais [os índios] vinham já nus e sem carapuças” (CAMINHA, 1500, p. 4), como escreve o próprio Caminha.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Isso fica evidente em um pequeno poema escrito por Oswald de Andrade que retratou exatamente o que aconteceu naquele momento do descobrimento, e que deixou resquícios identificados até hoje a respeito dos índios, que diz:</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: center;"><em>"Quando o português chegou</em></div><div style="text-align: center;"><em>Debaixo duma bruta chuva</em></div><div style="text-align: center;"><em>Vestiu o índio</em></div><div style="text-align: center;"><em>Que pena !</em></div><div style="text-align: center;"><em>Fosse uma manhã de sol</em></div><div style="text-align: center;"><em>O índio tinha despido</em></div><div style="text-align: center;"><em>O português"</em></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Foi possível perceber, analisando alguns fragmentos da obra de Pero Vaz de Caminha, o quanto a nudez do índio incomodou, de certa forma, a visão que ele teve do Brasil, e que expressou plenamente na Carta enviada ao Rei. </div><div style="text-align: justify;">Apesar de relativamente curta, grande parte da carta apresenta trechos voltados para o lado de como os índios “se vestiam”, de como andavam pintados e de como se portavam na presença dos Portugueses, evidenciando aí, a indignação dos corretamente vestidos (Portugueses) diante da ingenuidade daqueles que eram vestidos de vergonha (os índios).</div><div style="text-align: justify;">Outro autor de grande importância é Hans Staden, um grande aventureiro que fez duas viagens para o Brasil. Na primeira, veio como artilheiro numa nau até Pernambuco, e depois retornou até Lisboa, na segunda, veio incorporado à armada, mas, o navio em que se encontrava naufragou, então ele foi capturado por uma tribo de índios canibais chamados de Tupinambás.</div><div style="text-align: justify;">Permaneceu com eles por cerca de nove meses sendo considerado refeição para os canibais, aprendendo um pouco dos seus costumes, até ser resgatado mais tarde por um navio francês, voltando novamente para a Europa.</div><div style="text-align: justify;">Com estas aventuras ele escreveu um livro chamado “Duas viagens ao Brasil”, que foi organizado de forma bem objetiva, contando sobre a sua viagem e a descrição do modo de vida dos nativos, o que faz com que a sucessão de peripécias vividas por ele envolva o leitor.</div><div style="text-align: justify;">A respeito da nudez do índio, percebe-se claramente a diferença existente entre o que o Staden e o Caminha escrevem. Hans trata a nudez naturalmente, não julga o modo como os índios se vestiam, apenas descreve aquilo que vê diariamente no tempo em que permaneceu no meio deles.</div><div style="text-align: justify;">Vejamos no trecho a seguir a naturalidade com que fala da nudez ao descrever o que tinha visto aqui no Brasil: </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><em>“As árvores estão sempre verdes. Lá não crescem madeiras parecidas como as nossas madeiras de Hessen. Os homens andam nus. Na parte da terra que fica entre os trópicos [...]” (STADEN, 2008, p.133).</em></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Sem nenhum tipo de espanto, ele fala do modo como se vestiam, apenas menciona, porque certamente era algo que não poderia passar despercebido, já que de onde vinha isso não era algo comum.</div><div style="text-align: justify;">O que pode ter ajudado ele a não maliciar, não causar espanto no modo como os índios viviam, ao escrever o livro, foi o fato de ele ter tido que conviver com eles por um tempo, e se envolver com os costumes que os índios empregavam diariamente, então, já estava acostumado com a nudez.</div><div style="text-align: justify;">Em outra parte do seu livro, quando descreve a aparência das pessoas fala normalmente como se aquilo que ele viveu com os índios já tivesse fazendo parte da sua rotina diária, pois, passa uma idéia de aceitação diante da situação:</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><em>"São pessoas bonitas de corpo e estatura, tanto homens quanto mulheres, da mesma forma que as pessoas daqui, exceto que são bronzeados pelo sol, pois andam todos nus, jovens e velhos, e também não trazem nada nas partes pubianas."( STADEN, 2008, p. 140)</em></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Nota-se que não tem nenhuma malicia ou algum tipo de preconceito diante da nudez, tanto que iguala os homens e as mulheres daqui com os de Portugal. </div><div style="text-align: justify;">Em toda sua obra, que é um pouco extensa, parece que a nudez não foi algo que lhe chamou mais a atenção durante o período que permaneceu aqui no Brasil, pois foi difícil encontrar trechos que expressassem esta idéia. Hans Staden deu prioridades a outras coisas, principalmente a antropofagia, que era algo que ele estava sujeito constantemente enquanto estava no meio dos Tupinambás.</div><div style="text-align: justify;">Ainda no trecho sobre a descrição da aparência das pessoas pode perceber-se sutilmente que ele era a favor realmente da naturalidade, da nudez com que os índios se apresentavam, como se não admitisse que nenhuma outra “cultura” fosse inserida no modo de vida do indígena. </div><div style="text-align: justify;">Falo isso porque ao descrever sobre a pintura que os índios faziam sobre os seus corpos ele diz: “Mas desfiguram-se eles mesmos com a pintura.” (STADEN, 2008, p.140) (grifo meu). Como se a pintura, por mais que fizesse parte dos seus costumes, pudesse apagar, alterar de alguma maneira, um pedaço da cultura dos índios, ficando subentendido o respeito com que via a nudez do indígena.</div><div style="text-align: justify;">Já André Thevet via a nudez do indígena de uma forma bem diferente. Ele foi um viajante estrangeiro católico, vindo da França para instalar aqui no Brasil uma espécie de colônia francesa, chamada França Antártica, com a finalidade de investigar sobre as riquezas e as possibilidades que a terra aqui encontrada apresentava. </div><div style="text-align: justify;">Permaneceu no Brasil durante dois meses. Meses suficientes para escrever seu livro, chamado “As singularidades da França Antártica”, obra em que relata sua aventura e faz a descrição daquilo que conheceu aqui. Sua escrita tem um estilo simples e objetivo, mas, apesar disso, algo que é encontrado constantemente em sua obra são erros, concepções errôneas e citações de autores para demonstrar erudição, mas, era algo que não possuía. </div><div style="text-align: justify;">Quanto aos costumes dos indígenas, de um modo geral, tem uma visão extremamente preconceituosa, como se pode perceber no fragmento a seguir:</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><em>“[...] esta terra foi e é ainda habitada por gente prodigiosamente estranha e selvagem, sem fé, sem lei, sem religião, sem civilidade nenhuma, que vive como os animais irracionais, do modo como a natureza a fez, comendo raízes, andando sempre nua (tanto homens quanto mulheres), e isso talvez até que, convivendo com os cristãos, aos poucos se despoje dessa brutalidade, passando a vestir-se de modo mais civilizado e humano.” (OLIVIERI & VILLA, 2009,p. 70)(grifo meu).</em></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Como se pode constatar, a nudez do indígena era para Thevet algo sem explicação que deveria ser corrigido conforme o modo com que os cristãos estavam acostumados a se vestir, descentemente. Foram tratados como seres irracionais, só porque tinham costumes diferentes daqueles que eram brancos e cristãos.</div><div style="text-align: justify;">Nota-se na linguagem usada por Thevet, um tom de aversão quando se refere que a nudez fazia parte tanto da vida dos homens quanto das mulheres, que isso só poderia ser banido com a convivência com eles, os brancos, em que seria imposta uma nova cultura para que eles seguissem e se tornassem “mais civilizados e humanos” (OLIVIERI & VILLA, 2009, p. 70).</div><div style="text-align: justify;">Chamou-lhe a atenção até o modo como viviam pintados, logo se tornando alvo de críticas, como pode-se perceber:</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><em> “Para cúmulo da deformidade, os homens e as mulheres passam a maior parte do tempo tingidos de negro...” (OLIVIERI & VILLA, 2009, p. 75).</em></div><div style="text-align: justify;"><em><br />
</em></div><div style="text-align: justify;"><em>"Como se não lhes bastasse viver nus, pintar o corpo com diversas cores e arrancar-se os pelos, os selvagens também se tornam ainda mais disformes porque, quando ainda jovens, furam os lábios com certa planta muito aguçada." (OLIVIERI & VILLA, 2009, p.74).</em></div><div style="text-align: justify;"><br />
Existe aí uma falta de respeito muito grande em relação à cultura dos indígenas, considerando-os deformados e não aceitando os rituais existentes em sua cultura. Thevet só viu coisas negativas nos indígenas durante o pequeno período de tempo que permaneceu aqui no Brasil, dois meses, e ainda os considera como americanos deformados e desfigurados, como se eles não tivessem uma identidade própria.</div><div style="text-align: justify;">E ainda abusa quando se refere aos enfeites que utilizavam dizendo: “fazendo no rosto grandes orifícios onde põem pedras graúdas, com o que sentem tanto prazer quanto um senhor daqui em usar jóias ricas e preciosas” (OLIVIERI & VILLA, 2009, p. 75). Fala num tom de ironia, como se o indígena não tivesse o direito de ter algum tipo de prazer que não fosse o que era vivenciado pelos brancos.</div><div style="text-align: justify;">Em todos os trechos abordados percebe-se claramente o grande preconceito com que André Thevet tratava os índios, sem nem sequer dar valor a riqueza e perfeição com que Deus havia feito os índios, já que ele se dizia tão católico assim. </div><div style="text-align: justify;">Gabriel Soares de Sousa veio para o Brasil com uma expedição. Apaixonou-se pelas terras daqui, mais precisamente pela Bahia, e resolveu permanecer aqui, se tornando, mais tarde, um próspero senhor de engenho, pois, explorava as minas de ouros e diamantes presentes nos arredores da região da Bahia. </div><div style="text-align: justify;">Em seis anos que permaneceu aqui, escreveu o livro “Tratado descritivo do Brasil”, uma espécie de enciclopédia, em que registrava as observações que fazia a respeito da natureza e do homem do Brasil, um tipo de propaganda detalhada e exagerada das virtudes e potencialidades da terra, com a intenção de atrair pessoas e investimentos para cá.</div><div style="text-align: justify;">Quanto ao tratamento dado aos índios, ele descreve de forma bastante detalhada tudo a respeito da vida, dos costumes e das lutas diárias de várias tribos, como os tupinambás, os tamoios, os papanases, os goitacases etc, com a intenção de fazer com que as pessoas conhecessem melhor os seus costumes.</div><div style="text-align: justify;">Em relação à nudez, assim como Hans Staden, apenas descreve a forma com que andavam, falando naturalmente, sem se ater a malícias e julgamentos, como nota-se nos seguintes trechos: </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><em>“[...] Papanases: andam nus como o mais gentio, não consentem cabelos nenhuns no corpo, senão os da cabeça, pintam-se e enfeitam-se com penas de cores dos pássaros.”( SOUSA, 1851,p.96).</em></div><div style="text-align: justify;"><em><br />
</em></div><div style="text-align: justify;"><em>"Os tupinambás são homens de meã estatura, de cor muito baça, bem feitos e bem dispostos, muito alegres do rosto, e bem assombrados; todos têm bons dentes, alvos, miúdos, sem lhes nunca apodrecerem; têm as pernas bem feitas, os pés pequenos; trazem o cabelo da cabeça sempre aparado; em todas as outras partes do corpo os não consentem e os arrancam como lhes nascem." (SOUSA, 1851, p.300).</em></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Referente aos costumes dos índios ele escreve: </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><em>“Costuma este gentio (Carijós) no inverno lançar sobre si umas peles da caça que matam, uma por diante, outra por detrás;”( SOUSA, 1851, p.119) e “[...] os quais (Tupinambás) cobrem os membros genitais com alguma coisa por galantaria, e não pelo cobrir.”(SOUSA, 1851, p.305).</em></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><em>"E em conversação não sabem falar senão nestas sujidades, que cometem cada hora; os quais são tão amigos da carne que se não contentam, para seguirem seus apetites, com o membro genital como a natureza formou; mas há muitos que lhe costumam pôr o pêlo de um bicho tão peçonhento, que lho faz logo inchar, com o que têm grandes dores, mais de seis meses, que se lhe vão gastando espaço de tempo; com o que se lhes faz o seu cano tão disforme de grosso, que os não podem as mulheres esperar, nem sofrer; e não contentes estes selvagens de andarem tão encarniçados neste pecado, naturalmente cometido, são muito afeiçoados ao pecado nefando, entre os quais se não têm por afronta; e o que se serve de macho, se tem por valente, e contam esta bestialidade por proeza; e nas suas aldeias pelo sertão há alguns que têm tenda pública a quantos os querem como mulheres públicas." (SOUSA, 1851, p.308-309)</em></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Retrata literalmente aquilo que viu enquanto permaneceu aqui no Brasil de forma bem detalhada. Como mero observador, tentou passar suas melhores impressões, seguindo a risca tudo aquilo que viu e percebeu sobre os costumes dos indígenas. Esta espécie de “retrato” fez com quem lesse sua obra se aproximasse da realidade que era encontrada aqui, com a finalidade de convencer as pessoas do quanto era boa a vida por aqui. </div><div style="text-align: justify;">E finalmente o último autor, também de importância significativa foi Fernão Cardim, padre jesuíta vindo de Portugal como acompanhante de um visitador para conhecer as terras brasileiras. </div><div style="text-align: justify;">Permaneceu aqui no Brasil por bastante tempo, tempo este em que escreveu o livro “Tratados da Terra e Gentes do Brasil”, obra em que descreve exageradamente tudo a respeito da cultura, da religião, da etnografia, etc encontradas aqui no Brasil.</div><div style="text-align: justify;">Em relação ao modo de vida do indígena faz uma espécie de guia, falando a respeito de tudo que envolvia o modo de vida do indígena, como o que eles comiam, bebiam, como eram suas casas, como recebiam os hóspedes, como se vestiam etc.</div><div style="text-align: justify;">No modo de como os índios se vestiam Fernão Cardim ao mesmo tempo em que é bastante descritivo, fala de modo natural, sem julgamentos, com o intuito apenas de apresentar a vida dos indígenas aos leitores. Como percebe-se a seguir: </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><em>“[...] para sairem galantes, usão de varias invenções, tingindo seus corpos com certo sumo de uma arvore com que ficam pretos, dando muitos riscos pelo corpo, braços, etc, a modo de imperiaes”.</em></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><em>"Todos andam nus assim homens como mulheres, e não têm gênero nenhum de vestido e por nenhum caso verecundant, antes parece que estão no estado de innocencia nesta parte, pela grande honestidade e modéstia que entre si guardão. [...]. Agora já andão alguns vestidos, assim homens como mulheres, mas estimãono tão pouco que o não trazem por honestidade, mas por ceremonia, e porque lho mandão trazer, como se vê bem, pois alguns saem de quando em quando com umas jornes que lhes dão pelo umbigo sem mais nada, e outros somente com uma carapu¬ça na cabeça, e o mais vestido deixão em casa: as mulheres fazem muito caso de fitas e pentes." (CARDIM, 2010, p. 4).</em></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Percebe-se a admiração com que Cardim escrevia a respeito dos índios, falando da inocência deles de um modo totalmente diferente do modo como Caminha escrevia, trata a inocência como parte integrante da vida do índio, que por serem bons e modestos demais ainda eram tidos como inocentes, humildes devido ao modo como tratavam as pessoas.</div><div style="text-align: justify;">No terceiro trecho em que se refere que alguns índios já andavam vestidos, seu modo de falar traz um tom de preservação dos costumes que eles já tinham, percebe que a própria influência dos brancos estava alterando, de alguma maneira, os costumes que os indígenas tinham.</div><div style="text-align: justify;">Como foi possível perceber após a análise destes cinco autores da Literatura de Informação é que cada um, a seu modo, chegou a uma conclusão diferente a respeito das impressões tidas do Brasil, mais necessariamente, segundo minha análise, sobre os costumes dos índios, principalmente sobre a nudez deles.</div><div style="text-align: justify;">Os que mais se “igualaram” em termos de ideias foram Pero Vaz de Caminha e André Thevet, que usaram um tom mais crítico e duro em relação ao modo como os índios se vestiam, pôde-se perceber que não aceitavam de maneira alguma que eles se portassem daquela maneira, não admitiam os seus costumes.</div><div style="text-align: justify;">Enquanto que Hans Staden, Gabriel Soares de Sousa e Fernão Cardim, tiveram uma visão extremamente diferente. Voltaram-se mais para o lado da descrição, falando e tratando tudo naturalmente sem nenhuma intenção de desvalorizar os costumes dos indígenas. Falam com o intuito de fazer com que as demais pessoas conhecessem e admirassem, assim como eles, os modos de vida do “selvagem” que encontraram por aqui. </div><div style="text-align: justify;">Por mais que todos tenham tido um olhar diferenciado em relação ao modo de vida dos indígenas encontrados aqui, é indispensável lembrar que todos os colonizadores que chegaram ao Brasil tinham a intenção de catequizar os índios e fazê-los submissos aos seus desejos e suas ordens, explorar, dominar e conquistar cada vez mais territórios, sempre com a justificativa da difusão do Cristianismo, estas atitudes e ações dos colonizadores afetaram, e afetam até hoje, o desenvolvimento das culturas indígenas.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Bibliografia Consultada</div><div style="text-align: justify;">CAMINHA, Pero Vaz. Carta de Pero Vaz de Caminha a El Rei D. Manuel, 1500.</div><div style="text-align: justify;">CARDIM, Fernão. Tratados de Terras e gentes do Brasil. Disponível em: http://www.consciencia.org/dhttp://www.consciencia.org/do-principio-e-origem-dos-indios-do-brasil-e-de-seus-costumes-adoracao-e-ceremonias-fernao-cardim. Acesso em: 25 de maio de 2010 às 10:48:36.</div><div style="text-align: justify;">OLIVIERI, Antonio Carlos & VILLA, Marco Antonio. Cronistas do Descobrimento. 4ª Ed. São Paulo: Ática, 2009.</div><div style="text-align: justify;">SOUSA, Gabriel Soares de. Tratado descritivo do Brasil em 1587. Madri, 1851.</div><div style="text-align: justify;">STADEN, Hans. Duas viagens ao Brasil: primeiros registros sobre o Brasil. [Tradução Angel Bojadsen, introdução de Eduardo Bueno]. Porto Alegre, RS: L&PM, 2008.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div>LÊhttp://www.blogger.com/profile/15044643032369954247noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7748431762833320574.post-5466854754742844332010-07-07T13:50:00.000-07:002010-07-07T13:50:15.666-07:00A exaltação do herói em “Feitos de Mem de Sá” comparado com “Os Lusíadas”POR CÉLIA NIESCIORUK <br />
<br />
<div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg3xxcPgQ1XfA0BE3QHXujODmgpjKenc58ZzxzlqZUbILnzVyh5FepnxHY6aLJvSto12FDnGl3mtZt9CNUHDrNWmMw2_o5ldV9C03S_md66QIHWiAucEARpS2DrQMICX1fq23QEQQcsUcyn/s1600/feitos%2520de%2520mem%2520de%2520sa.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" rw="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg3xxcPgQ1XfA0BE3QHXujODmgpjKenc58ZzxzlqZUbILnzVyh5FepnxHY6aLJvSto12FDnGl3mtZt9CNUHDrNWmMw2_o5ldV9C03S_md66QIHWiAucEARpS2DrQMICX1fq23QEQQcsUcyn/s320/feitos%2520de%2520mem%2520de%2520sa.jpg" /></a></div><div style="text-align: justify;"><br />
Analisar uma obra clássica da literatura brasileira certamente não é tarefa fácil. Mais difícil ainda é analisar esta obra em comparação com outra obra clássica, buscando ao máximo a perfeição, tendo em vista que a linguagem é diferente e considerando que as obras são escritas em um espaço de tempo diferenciado também.</div><div style="text-align: justify;">Assim não será tão fácil fazer a apreciação comparativa de “Feitos de Mem de Sá” e “Os Lusíadas”, clássicos do gênero épico publicados entre os anos de 1550 e 1580.</div><div style="text-align: justify;">O gênero épico é provavelmente a mais antiga das manifestações literárias remonta a antiguidade Greco e latina sendo os seus expoentes máximos Homero e Virgilio. A palavra “épos” vem do grego e significa “versos” e, portanto o gênero épico nada mais é que uma narrativa em versos. É sobretudo um canto, um poema de exaltação.</div><div style="text-align: justify;">Na estrutura desse gênero geralmente temos um narrador, o qual conta a história praticada, a sucessão de acontecimento, as personagens as quais giram em torno os fatos, o tempo e o local onde acontecem as ações. </div><div style="text-align: justify;">O gênero épico apresenta três espécies: as epopéias, o poema épico e o poemeto. Aqui o que nos interessa é a epopéia, obra de largo fôlego, geralmente envolvendo a história de um povo ou de uma nação, ou ainda passagens históricas de importância universal.</div><div style="text-align: justify;">A epopéia tem estilo elevado e que visa celebrar feitos grandiosos de heróis fora do comum reais ou lendários. Possui um fundo histórico, onde em sua estrutura exige-se a presença de uma ação, desempenhada por personagens num determinado tempo e espaço. Seus principais aspectos são: preposição, invocação, dedicatória, narração e a presença da mitologia Greco latina.</div><div style="text-align: justify;">Esse gênero surge com o Renascimento, e a literatura atinge seu ápice, em Portugal, durante um período denominado de Classicismo, entre os anos de 1527 e 1580. É marcado pela busca do equilíbrio formal. Luís de Camões foi quem aperfeiçoou essas novas técnicas poéticas na língua portuguesa, e um exemplo disso é a obra “Os Lusíadas”, que traduz em versos toda a história do povo português e suas grandes conquistas, tomando como motivo central a descoberta do caminho marítimo as Índias. Para cantar essa história, Camões foi buscar no poema épico sua inspiração. A obra foi publicada em 1572, e conta em sua estrutura narrativa com 1.102 estrofes, 8.816 versos divididos em 10 cantos, utilizando estrofes de oitava rima. Camões utiliza a mesma estrutura narrativa que da Odisséia de Homero. </div><div style="text-align: justify;">A epopéia escrita por Camões há tanto tempo, continua a surpreender e emocionar leitores que se arriscam a penetrar em suas páginas. A narrativa principal apresenta a viagem da armada de Vasco da Gama que navegaram em torno do cabo da boa esperança e abriram uma nova rota ate a Índia por mares nunca dantes navegados.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: center;"><em>“As armas e os barões assinalados</em></div><div style="text-align: center;"><em></em></div><div style="text-align: center;"><em>que da ocidental praia lusitana,</em></div><div style="text-align: center;"><em>Por mares nunca de antes navegados </em></div><div style="text-align: center;"><em>Passaram ainda além da Taprobana</em></div><div style="text-align: center;"><em>Em perigos e em guerras esforçados.”</em></div><div style="text-align: center;"><em>(primeira estrofe do canto I)</em></div><br />
<br />
Gama relata na narrativa feitos dos heróis portugueses anteriores a ele, como Don Nuno Álvares Pereira, o caso de amor trágico por Inês de Castro, e o episódio do Gigante Adamastor que se tornam os fatos mais importantes da narrativa.<br />
<div style="text-align: justify;">Já aqui no Brasil, por volta de 1553, chega à colônia com a Companhia de Jesus, José de Anchieta. Considerado o primeiro intelectual a atuar no país, ele escreveu poemas líricos, dramas, além de ter sido o primeiro e maior catequizador dos índios. Basicamente as obras de José de Anchieta são de cunho religioso, compostas por cartas e sermões, porém, uma de suas obras “De Gentis Mendi de Saa”, ou, “Feitos de Mem de Sá”, tem características de um poema épico podendo ser comparado com “Os Lusíadas”. </div><div style="text-align: justify;">Esta obra de Anchieta foi publicada por volta do ano de 1563, que retrata a luta dos portugueses, chefiados pelo governador-geral Mem de Sá, para expulsar os franceses da baía de Guanabara. Mem de Sá foi o governador que em pouco tempo conseguiu conter os índios e dominá-los, possibilitando com isso a presença do missionário catequizador. O padre Anchieta fez essa grande epopéia com o triunfo da colonização portuguesa, a que fará eco o grande poema épico de Camões, nove anos mais tarde. </div><div style="text-align: justify;">Em ambas as obras pode-se encontrar a exaltação de um herói. Na obra “Os Lusíadas”, esse herói a princípio parece ser Vasco da Gama, por sua viagem por mares nunca dantes navegados. Porém no decorrer da história, pode-se perceber que na realidade, como o próprio título da obra indica o herói desta epopéia é coletivo, os Lusíadas, ou os portugueses.</div><div style="text-align: justify;">Isso fica claro, quando nas estrofes iniciais do discurso no concílio dos deuses, surge à orientação do autor:</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: center;"><em>“ Eternos moradores do luzente</em></div><div style="text-align: center;"><em></em></div><div style="text-align: center;"><em>Estelífero pólo, e claro assento,</em></div><div style="text-align: center;"><em>Se do grande valor da forte gente</em></div><div style="text-align: center;"><em></em></div><div style="text-align: center;"><em>De Luso não perdeis o pensamento,</em></div><div style="text-align: center;"><em>Deveis de ter sabido claramente,</em></div><div style="text-align: center;"><em>Como é dos fados grandes certo intento</em></div><div style="text-align: center;"><em>Que por ele se esqueçam os humanos</em></div><div style="text-align: center;"><em>De Assírios, Persas, Gregos e Romanos."</em></div><div style="text-align: center;"><em>(Canto I, estrofe 24.)</em></div><br />
<br />
Ao desenrolar de sua história, percebe-se em várias passagens a exaltação que Camões faz desse herói, celebrando os Portugueses enquanto nação, coletividade. Para isso, a obra é marcada por sucessivas e vitoriosas lutas contra mouros e castelhanos, e mostra como um país tão pequeno descobre novos mundos e impõe a sua lei no concerto das nações. <br />
<div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: center;"><em>“Mas os Mouros que andavam pela praia,</em></div><div style="text-align: center;"><em></em></div><div style="text-align: center;"><em>Por lhe defender a água desejada,</em></div><div style="text-align: center;"><em>Um de escudo embraçado e de azagaia,</em></div><div style="text-align: center;"><em>Outro de arco encurvado e seta ervada,</em></div><div style="text-align: center;"><em>Esperam que a guerreira gente saia,</em></div><div style="text-align: center;"><em>Outros muitos já postos em cilada.</em></div><div style="text-align: center;"><em>E, porque o caso leve se lhe faça.</em></div><div style="text-align: center;"><em>Põem uns poucos diante por negaça.”</em></div><br />
<div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Assim sucessivamente, o autor Camões vai cantando durante toda a sua obra os feitos de seus heróis, os portugueses, exaltando suas conquistas, suas descobertas, sua coragem de desvendar o desconhecido, ultrapassar os limites traçados pela cultura antiga de modo a fazer aumentar esse lado heróico e exemplar da história dessa nação. Ao final do poema, surge um episódio denominado Ilha dos Amores, onde Vênus recompensa os heróis lusitanos através dos tempos, ofertando-lhes repouso nessa ilha, paraíso dedicado ao prazer, onde as ninfas os aguardam.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: center;"><em>"Ó que famintos beijos na floresta,</em></div><div style="text-align: center;"><em></em></div><div style="text-align: center;"><em>E que mimoso choro que soava!</em></div><div style="text-align: center;"><em>Que afagos tão suaves, que ira honesta,</em></div><div style="text-align: center;"><em>Que em risinhos alegre se tornava!</em></div><div style="text-align: center;"><em>O que mais passam na manhã, e na sesta,</em></div><div style="text-align: center;"><em>Que Vênus com prazeres inflamava,</em></div><div style="text-align: center;"><em>Melhor é experimentá-lo que julgá-lo,</em></div><div style="text-align: center;"><em>Mas julgue-o quem não experimentá-lo."</em></div><br />
Já a epopéia de Anchieta narra os feitos do governador Mem de Sá, que é exaltado como herói por José de Anchieta, devido às conquistas realizadas pelo próprio. O poema é narrado a partir da figura de Mem de Sá, as lutas contra os índios e os franceses, que foi levada a cabo pelo governador, que o apresentou como herói e salvador da pátria. <br />
<div style="text-align: justify;">O fato de Mem de Sá ser exaltado por Anchieta como herói está presente desde o primeiro livro que compõe a obra, quando se faz uma apresentação geral da situação do Brasil antes da chegada do governador, mostrada de forma caótica:</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: center;"><em>“Ó que faustoso sai, Mem de Sá, aquele em que o Brasil</em></div><div style="text-align: center;"><em></em></div><div style="text-align: center;"><em>te contemplou! Quanto bem trarás a seus povos</em></div><div style="text-align: center;"><em>abandonados! Com que terror fugirá a teus golpes</em></div><div style="text-align: center;"><em>o inimigo fero, que tantos horrores e tantas ruínas </em></div><div style="text-align: center;"><em></em></div><div style="text-align: center;"><em>lançou nos cristãos, arrastado de furiosa loucura!”</em></div><br />
No segundo livro, o autor vai destacar o herói na luta contra os índios. Ao vencer os indígenas, o autor exalta o processo de conversão e de abandono dos costumes antigos, por conta dos feitos do grande governador e herói: <br />
<div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: center;"><em>“ assim se expulsou a paixão de comer carne humana,</em></div><div style="text-align: center;"><em></em></div><div style="text-align: center;"><em>A sede de sangue abandonou as fauces sedentas;</em></div><div style="text-align: center;"><em>E a raiz primeira e causa de todos os males,</em></div><div style="text-align: center;"><em>A obsessão de matar inimigos e tomar-lhes os nomes,</em></div><div style="text-align: center;"><em>Para a gloria e triunfo do vencedor, foi desterrada.</em></div><div style="text-align: center;"><em>Aprendem agora a ser mansos e da mancha do crime</em></div><div style="text-align: center;"><em>Afastam as mãos os que há pouco no sangue do inimigo</em></div><div style="text-align: center;"><em>Tripudiavam esmagando nos dentes membros humanos</em></div><div style="text-align: center;"><em>Há pouco a febre do impuro lhes devorava as entranhas</em></div><div style="text-align: center;"><em>Imersos no ladoçal, ai rebolavam o fétido corpo,</em></div><div style="text-align: center;"><em>Preso à torpeza de muitas, à maneira dos porcos.</em></div><div style="text-align: center;"><em>Agora escolhem uma, companheira fiel e eterna</em></div><div style="text-align: center;"><em>Vinculada pelo laço do matrimonio sagrado</em></div><div style="text-align: center;"><em>Que lhe guarda sem mancha o pudor prometido.”</em></div><br />
Anchieta ainda destaca Mem de Sá por seus valores cristãos. O herói reconhece sua ferocidade e busca amenizar com a ação da compaixão para com o índio: <br />
<div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: center;"><em>“o governador ouviu com bondade essas palavras</em></div><div style="text-align: center;"><em></em></div><div style="text-align: center;"><em>E respondeu: “se vos fiz guerra cruel de extermínio,</em></div><div style="text-align: center;"><em>Devastando os campos e lançando em vossas moradas</em></div><div style="text-align: center;"><em></em></div><div style="text-align: center;"><em>O incêndio voraz, levou-me a isso vossa audácia somente.</em></div><div style="text-align: center;"><em>Já agora esquecidos os ódios, vos concedemos contentes</em></div><div style="text-align: center;"><em>A aliança e a paz que quereis e sentimos vossa desgraça </em></div><div style="text-align: center;"><em>Porem deveis vós observar as leis que vos dito.” (...)</em> </div><br />
Além desses aspectos, muitos outros são citados na obra de Anchieta sobre as características desse herói. <br />
<div style="text-align: justify;">Em face do que foi visto até agora, pode-se concluir que “Feitos de Mem de Sá” entrelaça-se com “Os Lusíadas”. Em Camões, assim como em Anchieta, a memória e a esperança estão em um mesmo plano, o da realidade na qual se passa a história. O assunto central de Anchieta é a chegada de Mem de Sá ao Brasil, que de certa forma vivia um situação caótica, onde o herói transformou uma nação, expulsando franceses e dominando os índios. Já em “Os Lusíadas” o herói é a nação, o povo que desvendou mares nunca antes navegados e mostrou ao mundo suas conquistas e descobertas.</div><div style="text-align: justify;">“Feitos de Mem de Sá” comparado a “Os Lusíadas” é uma enorme desafio. Camões e Anchieta retratam heróis de carne e osso, bravos e infalíveis, ainda mais quando se trata de uma nação. São heróis com virtude e manhas, que enfrentaram aventuras e riscos por um objetivo. </div><div style="text-align: justify;">Ambas as obras são epopéias clássicas, escritas há séculos atrás, por volta do ano de 1550. Na epopéia camoniana o herói é recompensado pela imortalidade; já em Anchieta, Mem de Sá, como é apresentado, não aparece para receber louvores terrenos por seus feitos heróicos, mas para ser um exemplo de servo da vontade divina na qualidade de chefe, afastando seus habitantes do estado rude e selvagem que os impedia de serem salvos.</div><div style="text-align: justify;">Em ambas as obras os heróis, tanto coletivo como individualizado, surgem como homens corajosos, empreendedores, mas de dimensões humanas, sujeitos às fragilidades e limitações, de onde se evidencia uma notável ponderação. </div><div style="text-align: justify;">Bom... Estas são algumas características dos heróis presentes nas obras de Camões e de Anchieta. Duas belíssimas e importantíssimas obras de nossa literatura, clássicos épicos que contêm uma raridade inexplicável e que ainda guardam muitos aspectos para estudos no sentido de explorar suas peculiaridades.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Referências:</div><div style="text-align: justify;">ANCHIETA, José de. Feitos de Mem de Sá. São Paulo: Ministério da Educação e da Cultura, 1970. </div><div style="text-align: justify;">BRANDÃO, Antonio J de Souza. A poesia épica: Os Lusíadas. Disponível em: http://www.jackbran.pro.br/literatura/critica_lusiadas.html acesso em 10/04/2010 as 16:30h</div><div style="text-align: justify;">CAMÕES, Luís de. Os Lusíadas. São Paulo: Editora Scipione, 1960.</div><div style="text-align: justify;">PINHO, Sebastião T. de. Comparações homéricas no poema De Gestis Mendi Saa. In: Humanitas- vol. L, Universidade de Coimbra, 1998.</div><div style="text-align: justify;">POSSEBON, Fabrício. O épico De Gestis Mendi Saa. Dissertação (Doutorado em Letras), Universidade Federal da Paraíba, 2007.</div><div style="text-align: justify;">PRADO, Edna. Camões épico: Os Lusíadas. Disponível em: http://www.scribd.com/doc/3374035/literatura-aula04-camoes-epico-os-lusiadas. Acesso em: 23/04/2010 as 14:25h</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div>LÊhttp://www.blogger.com/profile/15044643032369954247noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7748431762833320574.post-44816488577756868532010-06-30T10:48:00.000-07:002010-06-30T10:48:08.400-07:00A INTIMIDADE DE STADEN COM O TUPIPOR ELIANA PORFIRIO DINIZ<br />
<div style="text-align: justify;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEge87Zg4XnTsL1A1lqACnCdop6hqo2MgKUA9_7Stc_t6F0JLku_u2D9ILMJZ9iPE8PLaCZoWGz6AMnAi6DUKv5KcBWXq8z9U2X7uvWdJoPMeoAHhOaWAY4g_xwZO0p9qcviaa0yRAOPo-BD/s1600/staden_portrait.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" ru="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEge87Zg4XnTsL1A1lqACnCdop6hqo2MgKUA9_7Stc_t6F0JLku_u2D9ILMJZ9iPE8PLaCZoWGz6AMnAi6DUKv5KcBWXq8z9U2X7uvWdJoPMeoAHhOaWAY4g_xwZO0p9qcviaa0yRAOPo-BD/s320/staden_portrait.jpg" /></a></div><div style="text-align: justify;">O livro de Hans Staden, “Viagem ao Brasil”, é um clássico de nossa literatura histórica que aborda uma descrição fiel da natureza, da aventura de Staden, dos índios e de seus costumes, do vocabulário que estes utilizavam e com o qual o autor tinha perfeita intimidade, o TUPI, tanto que o incorpora pela primeira vez no léxico alemão. Esta obra é um documento relevante da história do Brasil.</div><div style="text-align: justify;">Alguns vocábulos extraídos de seu livro foram analisados, traduzidos e comparados, observe. </div><div style="text-align: justify;">No início do livro, deparamos com Tuppin Imba, que é uma das formas de nomear o gentio brasileiro no tempo do descobrimento. Entre os portugueses, vulgarizou o Tupinambá. Entre os escritores franceses contemporâneos encontramos: Topinambós, Toupinambas e Tououpinambaoui, escrito de Jean de Lery, uma grafia estranha, mas considerada a mais próxima da verdade por Ferdinand Denis. Tuppin ou Tupin quer dizer tio, irmão do pai. Imba ou imbá = abá, homem, gente, geração. Tu-upi, significa o pai primeiro, o progenitor. Tu-upi-abá, a geração do progenitor.</div><div style="text-align: justify;">Staden faz menção a várias denominações em tupi. Para iniciar, o nome da cidade de Pernambuco em tupi era denominado Prannenbucke. A palavra Igarassú (igara-assú) significa canoa grande, barco, que hoje escrevem erroneamente Iguarassú. O conhecidíssimo cipó aqui do Brasil origina-se do vocábulo sippo, do tupi çãpó – corda-vara, galho ou rama em forma de corda. Os selvagens utilizavam-no nas suas construções e na fabricação de utensílios domésticos. O autor comenta sobre uma aldeia chamada Acuttia, que vem do tupi Aguti ou Acoti, que significa aquele que come de pé, hoje conhecemos por Cutia, nome de um roedor que toma o alimento com as patas dianteiras, tendo uma atitude ereta quando come.</div><div style="text-align: justify;">Os tupinambás chamavam seus inimigos de Tawaijar, no tupi escreve-se Tobaiguara – oposto, individuo em face. Tawaijar, tomado como Tabayar ou Tabayara, quer dizer – senhor de aldeias, aldeões, moradores de aldeias. Para nomear lugares, os Tupinambás observavam o aspecto, a descrição, digamos assim, e o nome correspondente a esta. É o caso da barra de Itanhaem, costa ao sudeste de S. Vicente, um nome indígena que procede do tupi itá nhaen que significa bacia de pedra, conforme o aspecto da localidade que é uma bacia rodeada de pedras, das quais na mais alta está a igreja de N.a S.a da Conceição. Aos ouvidos do narrador, este vocábulo soará: Itenge-Ehm.</div><div style="text-align: justify;">Segundo Staden, os Tupinambás gostavam de tomar uma bebida preparada com Abbati ou Avaty (milho) chamada Kaa wy, que é o mesmo cauim, uma bebida preparada com o milho mastigado e fermentado. Além desta, há uma raiz denominada mandioka (conhecida hoje como mandioca, só mudou o K por C, mas a pronuncia continua a mesma), que misturam com o abbati, quando maduro, para preparar sua bebida. Eles pescavam um peixe com o qual fabricavam uma farinha Pira-Kui, do vocábulo tupi – pirá cui que se traduz: farinha de peixe, porque era fabricada com o peixe seco.</div><div style="text-align: justify;">Os portugueses eram chamados de perot, que vem do vocábulo tupi – piro, roupa de couro, porque os portugueses se encouravam para as suas lutas no sertão. A ave de penas rosadas, o gentio chamava de Uwara, que vem do vocábulo tupi uará ou guará. A cama deles se chamava Inni (rede feita com fios de algodão).</div><div style="text-align: justify;">Para não perder o significado, vou fazer uma breve citação de um trecho do livro:</div><br />
<div style="text-align: right;"><em>“(...) e me chamando Schere inbau ende: “Tu és meu bicho amarrado””.</em></div><br />
Esta é uma frase tupi alterada que corresponde a – Che remiimbab nde, cuja tradução seria – meu bicho de criação tu. Este contexto indicava ao prisioneiro que ele, dali em diante, era bicho de criação e lhes pertencia.<br />
Outra frase tupi muito usada entre eles: “Ayú ichebe enê remiurama”, que significa: Cheguei eu vosso regalo – ou em outros termos: aqui estou para vossa comida.<br />
A arma com que matavam seus inimigos era denominada Iwera Pemme que vem do tupi iberá pema – clava achatada em forma de remo ou de espada. Nome de um instrumento de guerra, que o gentio chamava também tacapema, que significa – o tacape chato. O adorno em ocasiões solenes era denominado Arasoya – vocábulo tupi: araçoyá, espécie de turbante feito de penas multicores. Scheraeire – vocábulo tupi: che raíra, quer dizer meu filho. <br />
A certa altura do texto, encontramos a frase tupi: “Apomirim jurupary ybytu uaçú Omo”, que tem a seguinte tradução: “aquele diabinho é que trouxe o furacão”. Aqui os gentios se referem a um livro: “couro da trovoada”, de Staden, que eles acreditavam ser o responsável por um grande vento que descobriu os telhados.<br />
Neste parágrafo, Staden argumenta com o gentio que somente um animal irracional devora a outro. O selvagem responde: Yauara ichê, que se traduz: sou onça...<br />
Para fazer fogo, utilizavam uma espécie de madeira, chamada Vrakueiba que vem do tupi – Bracuyba, ou melhor – ybyrá-acú-yba, que se traduz: árvore de madeira quente, isto é, que dá fogo. O beijú que nós conhecemos até hoje, vem do tupi mbeyú, que significa o enroscado, o enrolado. Este termo tupi é muito semelhante ao português. A sopa rala, feita de caldo de carne, peixe, era chamada de mingáu, este termo não alterou no português, só excluiu o acento.<br />
O primeiro nome das crianças vem de um de seus antepassados, do tupi: Kirimá, Eiramitã, Coema, que traduzem, respectivamente: Corajoso, Abelha menino, Manhã.<br />
E, para finalizar, as frases em tupi que merecem destaque (que antecedem os rituais de antropofagia e demonstram todo o ódio em questão):<br />
<br />
“Dete Immeraya Schermmiuramme beiwoe”<br />
A ti sucedam todas as desgraças minha comida<br />
<br />
“De kange Juca cypota kurine”<br />
Eu quero ainda hoje cortar a tua cabeça<br />
<br />
“Sche innam me pepicke keseagu”<br />
Para vingar a morte de meus amigos, estou aqui.<br />
<br />
“Yande sôo sche mocken será quora ossarims rire”<br />
Tua carne será hoje, antes que o sol entre, o meu assado.<br />
<br />
(...)<br />
<br />
Percebemos neste livro a originalidade de Staden ao mencionar os vocábulos tupis, já que era a língua falada dos gentios. E a importância da tradução e explicação nos rodapés, que os tradutores fielmente colocaram para não perdermos o contexto a que se inserem e enriquecem a obra. <br />
<br />
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA<br />
STADEN, Hans. Viajem ao Brasil (revista por Theodoro Sampaio). Oficina Industrial Graphica, Rio de Janeiro, 1930LÊhttp://www.blogger.com/profile/15044643032369954247noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7748431762833320574.post-79433845948082599752010-06-24T05:03:00.000-07:002010-06-24T05:03:08.090-07:00ENTREVISTA - ARCADISMOEsse post é especial para os alunos de Literatura Brasileira.<br />
Trata-se de entrevista com Alexandre Sanchez Ibanez, autor do livro "Maria Dorothea - A Musa Revelada", sobre Marília de Dirceu.<br />
<br />
Abaixo os links para a entrevista, disponível no Youtube:<br />
<br />
<a href="http://www.youtube.com/watch?v=-nFgjzQFx_E">1º BLOCO</a><br />
<a href="http://www.youtube.com/watch?v=t4Jg21waBsI&feature=related">2º BLOCO</a><br />
<a href="http://www.youtube.com/watch?v=HTE9blC3cT4">3º BLOCO</a><br />
<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEibqWg7rQVA8t924QNYHdgDTKOd_CeCMYjYkuHdjq2AwuNcQi1p4301_1KwRf9pwP6CUW_t67pndY6DblWgDcQP_VqK54WxaOEqM2VZR-nd2CbbVQ8WF3reh5VCd18tCn0kwBgXYyPSJMM_/s1600/marilia+de+dirceu.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" ru="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEibqWg7rQVA8t924QNYHdgDTKOd_CeCMYjYkuHdjq2AwuNcQi1p4301_1KwRf9pwP6CUW_t67pndY6DblWgDcQP_VqK54WxaOEqM2VZR-nd2CbbVQ8WF3reh5VCd18tCn0kwBgXYyPSJMM_/s320/marilia+de+dirceu.jpg" /></a></div>LÊhttp://www.blogger.com/profile/15044643032369954247noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7748431762833320574.post-21883305204660083312010-06-23T11:20:00.000-07:002010-06-23T11:23:48.090-07:00DESLUMBRAMENTOPOR FÁBIO AUGUSTO STEYER<br />
<br />
<br />
<br />
Inquietos olhos de fogo<br />
Dançam a valsa das horas<br />
São frágeis canções de espera<br />
Entre as pressas e demoras.<br />
<br />
São medos que dizem tudo<br />
Mas que nada nos revelam<br />
Tão corajosos e inúteis<br />
Que nem mistérios desvelam.<br />
<br />
Os meus versos de vento<br />
Varrem qualquer pensamento<br />
Nesse momento<br />
Nesse momento.<br />
Nos teus olhos de noite, morena<br />
Deslumbramento<br />
Deslumbramento.<br />
<br />
Inertes olhos de sombra<br />
Correm nas ruas vazias<br />
Seus nós de ausência e presença<br />
Compõem retóricas frias.<br />
<br />
São medos que dizem nada<br />
Mas que tudo nos revelam<br />
Oráculos vis e fúteis<br />
Segredos que se rebelam.<br />
<br />
Somente teus olhos negros<br />
Quando destroem os meus<br />
Mostram as dores do mundo<br />
Flor de trovão, mão de Zeus.<br />
São luzes que brilham mansas<br />
Meus olhos dentro dos teus.<br />
<br />
Os meus olhos de vento<br />
Varrem qualquer pensamento<br />
Nesse momento <br />
Nesse momento.<br />
Nos teus versos de noite, morena<br />
Deslumbramento<br />
Deslumbramento.LÊhttp://www.blogger.com/profile/15044643032369954247noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-7748431762833320574.post-27460460601278984192010-06-21T18:16:00.000-07:002010-06-21T18:18:55.048-07:00BOAS SURPRESAS NO FUCPOR FÁBIO AUGUSTO STEYER<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiQs0HCvqfyvLTj6Iq_s_iITEpnASkugsOouHv6bIW81iW1w7Cl7FVGVEFFL8QRwarQblkq-_6m6_FGdqmkW-jwU4lIa6tq4XG5mR7fJYXkJ3UG-Wj_sA6fZZcvNtD1bL0p4Q_SNgKp53_h/s1600/index_r1_c1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" ru="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiQs0HCvqfyvLTj6Iq_s_iITEpnASkugsOouHv6bIW81iW1w7Cl7FVGVEFFL8QRwarQblkq-_6m6_FGdqmkW-jwU4lIa6tq4XG5mR7fJYXkJ3UG-Wj_sA6fZZcvNtD1bL0p4Q_SNgKp53_h/s320/index_r1_c1.jpg" /></a></div><br />
<br />
<div style="text-align: justify;">Para quem estava acostumado com a qualidade dos festivais de música mais “arejados” do Rio Grande do Sul, o FUC, realizado pela UEPG, tem sido uma grata surpresa. É uma pena, mas os grandes festivais gaúchos, em especial aqueles que expandiram suas fronteiras rítmicas, musicais e geográficas, caso do Musicanto, da Moenda e do Canto da Lagoa, estão em franca decadência. As últimas edições não podem sequer ser comparadas em qualidade com aquelas dos anos 80 e início dos 90.</div><div style="text-align: justify;">Mas desde que cheguei em Ponta Grossa, há dois anos atrás, o FUC tem me impressionado com a qualidade musical das concorrentes e com uma ótima organização – o que, sem dúvida alguma, faz (toda) a diferença.</div><div style="text-align: justify;">Na última edição, encerrada sábado, dia 19, não foi diferente. A começar pelos ótimos jurados, super qualificados, inclusive na fase regional.</div><div style="text-align: justify;">Das músicas que se classificaram para a final, nenhuma abaixo da crítica, e (quase) todas de excelente qualidade. A começar por aquelas oriundas da seleção regional. “Castelo” (5º lugar), de Phayga Gruber, mostrou que a simplicidade no arranjo e a singeleza na interpretação podem ser suficientes, desde que estejam em sintonia com uma boa letra e uma melodia cativante. A interpretação da autora, que evoluiu bastante da primeira até a última apresentação (foram três ao todo, duas nas eliminatórias e uma na finalíssima), também marcou a composição. </div><div style="text-align: justify;">“Antiga Moda” (4º lugar), com belo trabalho vocal e refrão forte (“Uma moda de viola pra quem gosta de viola e não de moda”), de autoria de João Amalio Ribas, é um hino à música de raiz. Nas palavras do autor, “música não é produto, como fogão ou geladeira”. Um comentário bem instigante em noite de concorrência entre o FUC + João Bosco, no Ópera, e Victor e Léo, no Centro de Eventos...</div><div style="text-align: justify;">O pernambucano Zé Manoel, que já havia se destacado no ano passado, recebeu o 1º lugar com “Acabou-se Assim”, uma canção interpretado por ele ao teclado e que lembra muito algumas composições de Chico Buarque.</div><div style="text-align: justify;">O festivaleiro Zé Alexandre, ex-parceiro de Oswaldo Montenegro, ficou com o 2º lugar. "Água Boa de Beber" é canção típica de festival, com refrão forte e interpretação premiada pelos jurados. Aliás, os festivaleiros de costume, todos ótimos compositores e intérpretes, que rodam o Brasil inteiro nos eventos do gênero, não faltaram: Bilora, com a embolada “Peleja de Zé Coco do Riachão com o Capeta Famoso”; Carlos Gomes e Ivânia Catarina, com “Calanga Rei” (mais um refrão forte, vibrante – “Ô de dentro, ô de fora, louvemos a Nossa Senhora”); e Zebeto Corrêa (vencedor do FUC de 2008), com a singela “Corpo e Alma”.</div><div style="text-align: justify;">Paulo Monarco, de Cuiabá, talvez tenha sido a melhor surpresa do festival. Sua “A Saber o Sabor”, 3ª colocada, era, sem dúvida alguma, uma das melhores músicas do festival. Excelente a letra, de Alisson Menezes, discutindo a noção de “verdade” no mundo contemporâneo:</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><em>“Você toma Coca-Cola sem saber o conteúdo,</em></div><div style="text-align: justify;"><em>E bebe as palavras como a ingerir morfina,</em></div><div style="text-align: justify;"><em>Faz da vida um imenso cálice</em></div><div style="text-align: justify;"><em>Sem notar que a verdade é apenas fé, menina!”</em></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Os jurados acertaram dando à composição o prêmio de melhor Letra. Outro destaque foi o ótimo arranjo de Monarco, também o melhor desta edição, na minha opinião.</div><div style="text-align: justify;">Entre as outras músicas classificadas para a final, destaque para “Pererê”, de Demetrius Lulo e Wagner Barbosa”, “Trem de Verão”, de Adilson Casado e Wilson Teixeira, “Cidade das Águas”, de Manoel Oliveira (que ficaria melhor com um arranjo mais arrojado); e “Mulato”, de Thirone. O ponto negativo do CD é “José Brasileiro”, que pretende fazer crítica social através de letra extremamente pobre e superficial, numa melodia também muito simples, imitando o estilo de Jorge Benjor.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><strong><em>Boas composições ficaram de fora da final</em></strong></div><div style="text-align: justify;">O CD do 23º FUC será de ótima qualidade musical. Pena que não haja grana para gravar em estúdio, o que valorizaria mais as músicas e a própria história/memória do festival. Infelizmente, gravações ao vivo muitas vezes pecam por problemas de sonorização, pelo improviso, pelos erros e mesmo pelos arranjos mal executados.</div><div style="text-align: justify;">Aliás, esse foi o problema de várias boas músicas que não passaram à final. Caso de “Curitiba Vazia Sem Você”, uma bela milonga de Péricles Holleben Mello e Octávio Camargo Neto, que penou por ser muito mal executada na eliminatória do FUC regional. Nem tão grave foi o caso de “Geografia da Insônia”, de Jaime Vaz Brasil e Adriano Sperandir. Ótimo arranjo, mas execução também abaixo da média. Se tivesse passado, sem dúvida seria candidatíssima ao prêmio de melhor letra.</div><div style="text-align: justify;">Conclusão: melhor um arranjo simples, mas bem executado, do que uma apresentação sofisticada, mas precária.</div><div style="text-align: justify;">Esse foi o FUC 2010.</div><div style="text-align: justify;">Depois de deixar o meu querido Rio Grande do Sul e ver os festivais gaúchos, que acompanho desde criança, entrarem em decadência, fico feliz em morar numa cidade que tem o FUC.</div><div style="text-align: justify;">E essa cidade é Ponta Grossa.</div><div style="text-align: justify;">Viva Ponta Grossa.</div><div style="text-align: justify;">Viva a UEPG.</div><div style="text-align: justify;">Longa vida ao FUC!!! </div><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhtgmWCsBGxbj8mE7HnUYwrqKRY5R641F4oSAsq88kbPdr_Gxrpz9y03W8irdQNUopj1QKectuDSQi1_c0gPPcwbW2M4rfts2wsR5QjjABs8LfknTyJfWKIr2L6w7s-yWyNbddVv1Dgn7K1/s1600/1%2520lugar.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" ru="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhtgmWCsBGxbj8mE7HnUYwrqKRY5R641F4oSAsq88kbPdr_Gxrpz9y03W8irdQNUopj1QKectuDSQi1_c0gPPcwbW2M4rfts2wsR5QjjABs8LfknTyJfWKIr2L6w7s-yWyNbddVv1Dgn7K1/s320/1%2520lugar.jpg" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">1º lugar - "Acabou-se Assim", do pernambucano Zé Manoel</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiF0bsJ_RAmGq6fwIWX7Cak9-vzr4FF84UX9ik5VXeVMrP-AwmiqvYtB5IpI2T4vfXVMAtvPsTIhlZjy3sx7yJg8nvVwXHPcfxD3w3WtDQoM_y0G3QqE2TGI3X1vHWq2AHadSK94RU5Ss4j/s1600/2%2520lugar.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" ru="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiF0bsJ_RAmGq6fwIWX7Cak9-vzr4FF84UX9ik5VXeVMrP-AwmiqvYtB5IpI2T4vfXVMAtvPsTIhlZjy3sx7yJg8nvVwXHPcfxD3w3WtDQoM_y0G3QqE2TGI3X1vHWq2AHadSK94RU5Ss4j/s320/2%2520lugar.jpg" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">2º lugar - "Água Boa de Beber", do carioca Zé Alexandre</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiIbnA7vzc06bMWwVrhAHEoRhGxBmHz1C5lEI5HYCUYja6IskCAtAqDZvPKZ9kTdptFDQiFZHhQwEwJsO0W1AK1LEUDS_L5D3-RRpnhy5_C-Qn-M6wzvuTU0sfFGKL1fTloMeh6DEW9EiqW/s1600/3%2520lugar.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" ru="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiIbnA7vzc06bMWwVrhAHEoRhGxBmHz1C5lEI5HYCUYja6IskCAtAqDZvPKZ9kTdptFDQiFZHhQwEwJsO0W1AK1LEUDS_L5D3-RRpnhy5_C-Qn-M6wzvuTU0sfFGKL1fTloMeh6DEW9EiqW/s320/3%2520lugar.jpg" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">3º lugar - "A Saber o Sabor", do mato-grossense Paulo Monarco</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiRsmb_mUUz5cwdB_gWopwzuR8FjG06PD8SkfREs9038-5eLxp-mYs2xjJaSbIo-vkDlikaINiIlQqhH_ShtZzb_0NQBNqF3cHygXuvgto7yVYs-zMXzxwx3CK_3-rFNIO1eGtXJX4sSUXI/s1600/4%2520lugar.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" ru="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiRsmb_mUUz5cwdB_gWopwzuR8FjG06PD8SkfREs9038-5eLxp-mYs2xjJaSbIo-vkDlikaINiIlQqhH_ShtZzb_0NQBNqF3cHygXuvgto7yVYs-zMXzxwx3CK_3-rFNIO1eGtXJX4sSUXI/s320/4%2520lugar.jpg" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">4º lugar - "Antiga Moda", de João Amalio Ribas, representando Ponta Grossa.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg9lR5ERfqq6wUQ-76Li0VzGqwKIxqRHanu5Hewzx2KfigtBN0UG4WFyIPjjNihmjURC39C1VngiYMI54uPZbFBDb8gWJaIcRX-Cq9MUV0EdimxFRblwFzrd-CMw31QDANX-_F38gB08D3q/s1600/5%2520lugar.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" ru="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg9lR5ERfqq6wUQ-76Li0VzGqwKIxqRHanu5Hewzx2KfigtBN0UG4WFyIPjjNihmjURC39C1VngiYMI54uPZbFBDb8gWJaIcRX-Cq9MUV0EdimxFRblwFzrd-CMw31QDANX-_F38gB08D3q/s320/5%2520lugar.jpg" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">5º lugar - "Castelo", de Phayga Gruber, também de Ponta Grossa.</div>LÊhttp://www.blogger.com/profile/15044643032369954247noreply@blogger.com1