Podemos definir o livro numa acepção mais ampla, como sendo todo e qualquer dispositivo através do qual uma civilização grava, fixa, memoriza para si e para a posteridade o conjunto de seus conhecimentos, de suas descobertas, de seus sistemas de crenças e os vôos de sua imaginação. Ou, num contexto mais moderno, segundo palavras do próprio Lucien Febvre (Martin, 1992:15): livro é o instrumento mais
poderoso de que pode dispor uma civilização para concentrar o pensamento disperso de seus representantes e conferir-lhe toda a eficácia, difundindo-o rapidamente no tecido social, com um mínimo de custos e de dificuldades. Sua função primordial é ''conferir [ao pensamento] um vigor centuplicado, uma coerência completamente nova e, por isso
mesmo, um poder incomparável de penetração e de irradiação".

(Arlindo Machado, no ensaio "Fim do livro?")

sábado, 10 de julho de 2010

O MAR E O AMANHECER

POR FÁBIO AUGUSTO STEYER




Era o vaivém das ondas
marcando o sono distante,
as horas longas de espera
os passos presos no instante.

Era o pulsar das horas
soprando areia no sonho,
em concha quase tapera,
canção de um vazio tristonho.

Era o barulho das conchas
regendo vil maresia,
violas mudas e tensas
inquietas na calmaria.

Era o som das violas
dentro de mim,
retumbando assim,
retumbando sim...
Era o som das violas,
pra não sofrer,
retumbando a dor até morrer,
retumbando assim,
retumbando sim...
entre o mar e o amanhecer.

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